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Chef quer levar hortas para dentro de mercados e restaurantes
A expectativa é de que a população mundial alcance a inimaginável cifra de 9 bilhões de pessoas em 2050 – a maior parte delas nas grandes cidades asiáticas –, e com ela o desafio de prover alimentos para tanta gente. Mas, já há iniciativas que podem amenizar este cenário nada animador. Um chef israelense radicado na Alemanha inventou uma horta que pode ser cultivada dentro de mercados e restaurantes, a poucos passos dos clientes.
É a Infarm, uma estufa que abriga uma pequena horta e pode produzir todos os tipos de ervas e verduras disponíveis no mundo. Do tamanho de um freezer ou uma geladeira, o equipamento pode ser instalado em pequenos espaços e ser controlado pela internet, com todas as funções da natureza reproduzidas artificialmente.
Esta espécie de “fazenda digital” já está disponível em 91 pontos da Alemanha e da França, e a expectativa é espalhar unidades por todo o mundo. De acordo com o chef e diretor da start-up, Tomer Niv, o objetivo da Infarm é oferecer alimentos de alta qualidade sem agrotóxicos, o mais perto possível dos consumidores.
“A cadeia hoje é muito complexa, longa e cara, onde cada alimento é produzido em um canto do mundo e levado a outro. E isso está errado, o futuro precisa ser de ‘quilômetro 0’ de processamento”, explica ele ressaltando que a Infarm consegue produzir alimentos frescos o ano inteiro.
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Até mesmo a sazonalidade de cada variedade pode ser driblada com a Infarm. Segundo Niv, a empresa percorre o mundo em busca de sementes das mais diversas ervas e verduras, oferecendo opções como diferentes espécies de manjericão, alecrim, hortaliças, entre outras, com condições de luz solar e ventilação controladas remotamente em um escritório central da companhia. Atualmente são 91 variedades cultivadas.
Na prática
O chef e criador da iniciativa usa números para justificar a importância deste tipo de plantação. Ele conta que, atualmente, as unidades já instaladas da Infarm produzem o equivalente a 30 mil metros quadrados de campos abertos a um custo muito menor. Elas utilizam, por exemplo, 95% menos água e 75% menos fertilizantes do que as lavouras comuns.
“Vocês podem pensar que este é um sistema caro, que vai custar muito para o restaurante. Na verdade, não. A gente aluga o equipamento e a contrapartida é de que o estabelecimento venda 50% do que é produzido, e repasse o restante para nós. Nós fazemos todo o trabalho de controlar a Infarm à distância, ir semanalmente lá repor plantas ou sementes, pesquisar novas variedades e fazer toda a manutenção”, explica Tomer Niv, mas sem citar valores específicos.
O controle à distância das estufas permite coletar quase que uma infinidade de dados do desenvolvimento das plantas. Segundo a empresa, são gerados mais de 50 mil relatórios ao ano sobre as variedades cultivadas.
As hortas digitais urbanas da Infarm cultivam mais de 7,5 mil plantas ao ano, e sem criar nenhum tipo de desperdício.