Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Bodebrown, premiada em cervejas, agora também lança o próprio vinho
Quem sabe fazer vinho nem
sempre sabe fazer cerveja. E quem é perito em cerveja não precisa, obrigatoriamente,
entender da criação de um vinho.
sempre sabe fazer cerveja. E quem é perito em cerveja não precisa, obrigatoriamente,
entender da criação de um vinho.
Mas, de uns tempos para cá,
alguns cervejeiros estão indo além dos seus limites e arriscando criar,
combinar, fermentar e produzir vinhos. Quais seriam as razões disso?
alguns cervejeiros estão indo além dos seus limites e arriscando criar,
combinar, fermentar e produzir vinhos. Quais seriam as razões disso?
O mais recente a entrar nesse
novo viés é Samuel Cavalcanti, cervejeiro e CEO da Bodebrown, que está lançando
um vinho com o objetivo de atrair os apreciadores também para a cerveja.
novo viés é Samuel Cavalcanti, cervejeiro e CEO da Bodebrown, que está lançando
um vinho com o objetivo de atrair os apreciadores também para a cerveja.
O argumento dele é
interessante: “Quem só bebe vinho e não conhece nossos produtos, ao provar este
tinto certamente vai ficar curioso e se indagar: ‘se este pessoal faz um vinho tão
bom, e nem é a especialidade deles, imagina como são as cervejas! ’”
interessante: “Quem só bebe vinho e não conhece nossos produtos, ao provar este
tinto certamente vai ficar curioso e se indagar: ‘se este pessoal faz um vinho tão
bom, e nem é a especialidade deles, imagina como são as cervejas! ’”
Pois é, a Bodebrown, que está
há mais de dez anos no mercado e consolidou posição como referência na
fabricação de cervejas especiais, está lançando um vinho. E não é de agora,
pois vinho não se faz em cima da hora e este começou a ser produzido em 2017,
para ser engarrafado e distribuído agora, depois de três anos de fermentação em
garrafa.. Só que era segredo guardado a 14 chaves.
há mais de dez anos no mercado e consolidou posição como referência na
fabricação de cervejas especiais, está lançando um vinho. E não é de agora,
pois vinho não se faz em cima da hora e este começou a ser produzido em 2017,
para ser engarrafado e distribuído agora, depois de três anos de fermentação em
garrafa.. Só que era segredo guardado a 14 chaves.
O vinho se chama Bodebrown One Millésime 2017. Elaborado
no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, é um Gran Reserva criado com um
blend consagrado e complexo: 85% de uvas Tannat, 10% de Cabernet Franc e 5% de
Petit Verdot. Possui 14% de graduação alcoólica. A fermentação, contudo, trouxe
outra surpresa: recebeu adição de leveduras cervejeiras, além das
tradicionalmente usadas em vinhos.
no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, é um Gran Reserva criado com um
blend consagrado e complexo: 85% de uvas Tannat, 10% de Cabernet Franc e 5% de
Petit Verdot. Possui 14% de graduação alcoólica. A fermentação, contudo, trouxe
outra surpresa: recebeu adição de leveduras cervejeiras, além das
tradicionalmente usadas em vinhos.
Algumas experiências
E aí me veio uma pista que já
tinha sido apresentada e ninguém havia percebido. Eu não, pelo menos. Primeiro vieram
as cervejas tipo “sparkling”, ou espumantes. Foi em 2018 e eram três, cada uma
melhor que a outra (registrei
aqui).
tinha sido apresentada e ninguém havia percebido. Eu não, pelo menos. Primeiro vieram
as cervejas tipo “sparkling”, ou espumantes. Foi em 2018 e eram três, cada uma
melhor que a outra (registrei
aqui).
Daí, no ano passado, surgiu
uma cerveja de uva, a Brut Sour Blanc. Quer dizer, utilizando o mosto da uva. O
uso de uvas típicas dos vinhos brancos confere um sabor diferenciado à cerveja,
que é apresentada em garrafas de 750 ml (confira
o que escrevi).
uma cerveja de uva, a Brut Sour Blanc. Quer dizer, utilizando o mosto da uva. O
uso de uvas típicas dos vinhos brancos confere um sabor diferenciado à cerveja,
que é apresentada em garrafas de 750 ml (confira
o que escrevi).
A simbiose entre a produção de
vinhos e a elaboração cervejeira já havia resultado também numa cerveja
igualmente revolucionária, a Bodebrown
Grapes Stout, também lançada em 2020. Elaborada com parte do mosto de uvas
fermentado com levedura cervejeira e vinífera utilizado no vinho.
vinhos e a elaboração cervejeira já havia resultado também numa cerveja
igualmente revolucionária, a Bodebrown
Grapes Stout, também lançada em 2020. Elaborada com parte do mosto de uvas
fermentado com levedura cervejeira e vinífera utilizado no vinho.
Daí, partir para um vinho só
poderia ser o próximo passo. Mas não passo em falso, mas firme, com base nas
experiências que vinham se desenvolvendo nesses anos todos e que resultaram nos
produtos já citados.
poderia ser o próximo passo. Mas não passo em falso, mas firme, com base nas
experiências que vinham se desenvolvendo nesses anos todos e que resultaram nos
produtos já citados.
Voltemos ao vinho: no olfato é
complexo, remetendo a frutas vermelhas, como amoras e cerejas, e ainda figo,
ameixa e algumas especiarias, como noz-moscada, pimenta negra e um toque de
baunilha. No paladar, é levemente encorpado, untuoso, macio, equilibrado e
persistente, com taninos redondos. Possui uma cor rubi marcante.
complexo, remetendo a frutas vermelhas, como amoras e cerejas, e ainda figo,
ameixa e algumas especiarias, como noz-moscada, pimenta negra e um toque de
baunilha. No paladar, é levemente encorpado, untuoso, macio, equilibrado e
persistente, com taninos redondos. Possui uma cor rubi marcante.
O Bodebrown One Millésime 2017 custa R$ 249 e já pode ser adquirido
no site https://loja.bodebrown.com.br/vinho-bodebrown-2017.
no site https://loja.bodebrown.com.br/vinho-bodebrown-2017.
O espumante da Morada
Como eu disse, a Bodebrown não
foi a primeira cervejaria a se arriscar na produção de vinho. Outra
tradicional, a Morada Cia Etílica, não só produziu, como já foi premiada em
concurso nacional de vinhos.
foi a primeira cervejaria a se arriscar na produção de vinho. Outra
tradicional, a Morada Cia Etílica, não só produziu, como já foi premiada em
concurso nacional de vinhos.
Foi no fim do ano passado e o
Bom Gourmet registrou (confira
aqui). O Eu Borbulho Branco
recebeu o prêmio de melhor exemplar nacional na categoria Espumante
Orgânicos/Naturais/Biodinâmicos. Foi na 9ª Grande Prova de Vinhos do Brasil
(GPVB).
Bom Gourmet registrou (confira
aqui). O Eu Borbulho Branco
recebeu o prêmio de melhor exemplar nacional na categoria Espumante
Orgânicos/Naturais/Biodinâmicos. Foi na 9ª Grande Prova de Vinhos do Brasil
(GPVB).
Provei e gostei. Trata-se de
um espumante muito refrescante e agradável, perfeito para os dias de calor como
os que estamos ora vivendo.
um espumante muito refrescante e agradável, perfeito para os dias de calor como
os que estamos ora vivendo.
Enfim, dois exemplos a provar
que também sabe fazer vinho quem é especializado na produção de cerveja.
que também sabe fazer vinho quem é especializado na produção de cerveja.
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