Restaurantes
Dono do 3° melhor bar do mundo abre restaurante no Brasil com frutos do mar na brasa
Com um balcão de 11 lugares, vitrine de peixes e cozinha aberta, o restaurante argentino Brasero Atlântico acaba de abrir as portas no Fashion Mall, no Rio de Janeiro. Famoso em Buenos Aires, o espaço é comandado pelo premiado mixologista Tato Giovanonni e sua esposa e sócia Aline, reproduzindo o mesmo conceito da matriz: pratos descomplicados, ingredientes frescos, preparo na brasa, drinques e vinhos orgânicos.

Na última premiação dos The World’s 50 Best Bars (50 melhores bares do mundo), no início de outubro, em Londres, Tato saltou da 13ª para a 3ª posição com o seu bar Florería Atlántico, também com sede na capital portenha. Em breve, planeja levar alguns drinques engarrafados para os brasileiros (leia mais abaixo). O barman é conhecido por criar o primeiro gim Argentino, com erva-mate, e, mais recentemente, o Amázzoni Gin, com ingredientes da Amazônia, como castanha-do-pará, maxixe e cipó-cravo.

Como explica Aline, o Brasero Atlântico se inspira na história dos imigrantes na América do Sul, que enfrentaram o mar e suas tormentas para conquistar novos territórios. A comida fresca, quase sempre preparada na brasa, dá o tom rústico às receitas, executadas pelo chef Ramiro Leguizamóu no Rio.
“O Brasero Atlântico tem um formato muito clean, com alma de navegador. Trabalhamos com o produto 100% fresco e natural. Vamos continuar enfrentando as tormentas, e aproveitando os momentos de calmaria”, brinca Aline.
Enquanto na Argentina predominam as carnes vermelhas no cardápio, no Rio, os frutos do mar ganham destaque, devido à proximidade com o litoral. O carro-chefe é o refrescante Abacate Atlântico, com camarões, cebola roxa, tomate defumado, aipo, maçã verde, manjericão roxo e suco de limão (R$ 44). A tábua de frutos do mar conta com ostras e mariscos trazidos vivos de Santa Catarina.
Embora enxuto, o cardápio possui opções para compartilhar, como as conservas de vegetais, atum e polvo, que podem ser acompanhadas de pão de fermentação natural e manteiga de spirulina (fazendo referência ao mar). As empanadas de carne, alho poró e queijo, e berinjela fazem boas entradas (de R$ 18 a R$ 46).
Da brasa, saem peixes, lula, polvo e lagosta, todos assados inteiros, com o mínimo de interferência e temperos. Em geral, apenas o sal dá o sabor junto ao fogo. “Se é de qualidade, você coloca na brasa, com um pouco de sal, e fica uma maravilha”, explicou o chef Ramiro, de 28 anos, com passagens por restaurantes portenhos como Casa Cruz, Soler e Hotel Madero.
Quem deseja provar um típico corte argentino, o assado de tira é pedida certeira. Vem acompanhado de farofa e molho chimichurri (R$ 71). A porchetta é outra opção mais vigorosa entre os principais (R$ 58). Para encerrar a experiência, a recomendação é a torta de castanhas de caju, do Pará, com cachaça, melaço e mel, além do cremoso de chocolate.
Diferentemente da capital portenha, que possui apenas um balcão e pouquíssimas mesas na calçada, o Brasero do Rio tem 40 lugares distribuídos em mesas. A estrela do salão é certamente a vitrine de peixes, ideia de Milo, filho do casal de 11 anos. Um contato com pescadores locais permite que a casa receba diariamente atuns, robalos, dourados e olhos de cão, que são pendurados na vitrine e vendidos a quilo.
Bebidas
Para a carta de drinques no Rio, Tato planeja cerca de oito rótulos engarrafados, assim como já é na Argentina. Em breve, entram em cartaz bebidas cheias de história, como o Ponche à romã, uma receita apreciada por Dom Pedro II e registrada em livros, que leva rum, abacaxi, vinho branco e prosecco (R$ 28). Uma outra pedida é o Latinoamericano, mistura do gin criado por Tato, Principe de los Apostoles, com Mezcal (destilado de agave mexicano), Vermute Rosso Giovannoni, Soda Grapefruit, Gintonicde Amázzoni (R$ 35). Tem ainda o Negroni Balestrini, combinação de Apostoles, Campari, Amaro, água do mar, defumado com eucalipto (R$ 35).
“As garrafinhas são o diferencial dos nossos drinques e por isso não poderíamos deixar de trazer para o Rio. É uma felicidade trabalhar com produtos tão frescos aqui, como frutas e peixes. E com a premiação do 50 Best, temos a confirmação de que os olhos do mundo estão na coquetelaria latino-americana. É uma responsabilidade e alegria muito grande estar no Rio e Argentina”, diz Tato.
Monstro marinho
Uma das marcas dos empreendimentos dos Giovanonni, o monstro marinho, é desenhado por Tato e tem sua versão carioca. A ilustração ainda inacabada é feita a lápis está na parede principal do salão. As luminárias, que dão um toque contemporâneo à casa, foram trazidas na mala por Aline.

O casal Giovanonni se reveza entre Rio e Buenos Aires, mas tem residência fixa na capital fluminense há seis anos. Em 2014, investiram em um quiosque na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca, mas devido a inúmeros problemas de segurança, passaram o ponto. Segundo Aline, a ideia é replicar o conceito do Brasero e Florería por outras cidades brasileiras.
“Vamos de acordo com a maré, mas o importante para nós é navegar, sempre”, diz otimista com os negócios no Brasil.
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