Restaurantes
Fábrica, o lugar ideal para provar as melhores cervejas do Sul do Brasil
FLORIANÓPOLIS – Aberta há nove meses, a Fábrica Working Bar, um local que aspira inovação e congrega trabalho e lazer de um jeito único, se fixou no roteiro noturno de Florianópolis. Seu sistema automatizado permite aos clientes experimentarem 11 cervejas artesanais do Sul do Brasil e um vinho sem sair de lá cambaleando e trocando os pés.
Quem vai pela primeira vez, faz um cadastro no caixa e recebe um cartão de crédito pré-pago, que não será devolvido. O cartão pode ser abastecido no caixa, no totem de autoatendimento ou por app pelo celular. Os créditos não expiram. E o cartão serve para ganhar desconto em vários estabelecimentos. A relação está na aba “parcerias” no site da empresa.
A cerveja é servida pelo cliente. Os copos ficam logo abaixo das torneiras, com informações de cada bebida. Basta aproximar o cartão do painel eletrônico para cerveja ser servida na quantidade desejada. O sistema registra exatamente a quantidade consumida e desconta o crédito.
De maneira participativa, não se perde tempo pagando conta ou chamando o garçom.
As torneiras são organizadas de acordo com a complexidade e teor alcoólico. As primeira, mais leves, têm valor entre R$ 9 e R$ 10 a cada 300 ml, as de média complexidade custam R$ 12 a cada 300 ml, e as especiais entre R$ 15 e R$ 18.
As torneiras são organizadas de acordo com a complexidade e teor alcoólico. As primeira, mais leves, têm valor entre R$ 9 e R$ 10 a cada 300 ml, as de média complexidade custam R$ 12 a cada 300 ml, e as especiais entre R$ 15 e R$ 18.
A filosofia da Fábrica é colaborativa e segue os princípios do slow food, privilegia o mercado local e abre espaço para pequenas marcas, apostando na economia criativa. Eles contam com 43 cervejarias parceiras, que revezam as torneiras conforme os barris acabam.
Quando visitamos a Fábrica, as torneiras estavam distribuídas entre a Al Fero, uma Pilsen de Nova Trento, em Santa Catarina, de aparência límpida, espuma persistente, corpo leve e refrescante; a curitibana Bastards com malte de trigo, aveia, cacau, casca de laranja, canela, maçã caramelizada, baunilha e café especial. A base sour lembrou o sabor adocicado das especiarias da torta de maçã.
A Heilige, que ganhou as torneiras 3, 4, 6, 7 e 8, nas versões Bohemian Pilsener, com aroma floral intenso, paladar equilibrado entre lúpulo e malte, e sabor que lembrou biscoito; a Double Red Ale, avermelhada, com lúpulos herbais, vencedora da Medalha de Ouro no Festival Brasileiro de Cervejas de 2016; a Belgian Dubbel, mais cremosa, levemente adocicada e com final caliente; e a German Ipa, com frutas amarelas. A cervejaria é de Santa Cruz do Sul, RS.
De Santa Catarina tinha a cerveja Da Lagoa, a Branquela Weiss, com trigo do tipo Hefeweizen, corpo médio e final seco e a NE Ipa, com aromas intensos de lúpulos cítricos como Citra, Amarillo e Simcoe, de Florianópolis. A joinvilense Haensch Bier, na versão IPA, com teor alcoólico de 8,5%, e a cerveja Unika, de Rancho Queimado, que oferecia uma Irish Extra Stout, escura, com aromas relacionados com café e chocolate amargo.
A 12° torneira é exclusiva de vinhos. Presença constante é o Ovnih, produzida em Guaporé, no Rio Grande do Sul. Os vinhos são gaseificados e trazem sensação de frescor.
A Fábrica é um empreendimento do casal de namorados Antônio Schappo, 27 anos, beer sommelier e gestor empresarial, Julia Prado, 29 anos, arquiteta, e do amigo Arthur Lawrence, 28 anos, CEO da Labellamafia e empresário.
O projeto, assinado pelo 3P Studio, que Julia divide com as arquitetas Aline Pires e Natália Prates, está entre os TOP 100 do Brasil, concurso da revista Kaza. O prédio de dois andares de tijolos a vista, na Travessa Albertina Ganzo, 33, tem uma arquitetura dinâmica, mutável e flexível, as mesas são leves, as cadeiras e pufs podem ser colocadas em qualquer lugar.
De segunda à sexta, o café abre às 8 horas junto com o coworking e fecha às 17h30, quando abre o bar. O coworking fecha oficialmente às 19h, mas muitas pessoas estendem o trabalho sem nenhuma pressão dos proprietários. Sábado a casa fecha mais cedo, às 13 orash.
“Gostamos de pensar que fazemos parte do dia a dia das pessoas desde o primeiro café até o último chope”, disse Julia.
O cardápio tem inspiração espanhola. Os pintxos são perfeitos para uma bocada. Os mais pedidos são o de shiitake, que vem sobre uma fatia de pão italiano tostado e com um toque de limão e o de brie com geleia de pimenta, R$ 10 cada.
Pratos que têm bastante saída é Los Cubitos Tomillo, 200 gramas de coração da paleta bovina Hereford grelhados em cubos, finalizados com manteiga de tomilho, servido com fatias quentinhas de pão italiano, R$ 24. E a Planchita, presunto serrano, chorizo, queijo parmesão grana padano, brie e azeitonas pretas, R$ 49.
Destaque para as batatas bravas Chanchito, assadas e acompanhadas de pernil suíno desfiado, cebola caramelizada, molho de tomate e gorgonzola, R$ 22.
A comida é pedida pelo totem e quando fica pronta o cliente é chamado por autofalante para buscar no balcão. Quem não curte cervejas ainda pode apreciar bons drinks com gin.
Um detalhe que vale prestar atenção é o logo da Fábrica, ele fala muito sobre o lugar. A imagem de Carlitos, o icônico personagem de Charles Chaplin, que tem sua mão de obra explorada no filme Tempos Modernos, é intencionalmente desconstruída. Antônio explicou o motivo. “A Fábrica propõe uma mudança. Aqui não trabalhamos para as máquinas, elas trabalham para gente”.
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