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Bom Gourmet

Com pratos e bebidas típicos brasileiros, mandiocaria faz sucesso em Floripa

Juliana Gomes, de Florianópolis, especial para Gazeta do Povo
01/08/2017 14:36
Ouve-se as vozes de Lenine e Gilberto Gil, bebe-se cachaça de jambu e é possível sentir o cheiro de manteiga de garrafa. Um turista distraído poderia pensar que errou de cidade, e que parece ter chegado a Salvador, Fortaleza ou Belém do Pará. Mas não. Todos esses elementos compõem a Oka de Maní, a primeira mandiocaria de Florianópolis. Apaixonados pela raiz 100% brasileira, o casal de cearenses Samilla Paiva e Roberto Duarte sonhava em abrir um bar ou restaurante, mas não sabiam exatamente o que.
“As nossas opções gastronômicas têm muitas referências estrangeiras. É pizzaria, hamburgueria, restaurante japonês pra todo lado. Nós achamos que faltava um lugar pra homenagear a cultura brasileira, principalmente a nossa comida”, afirma Roberto. A primeira ideia que surgiu foi uma tapiocaria, mas o cardápio poderia ficar muito limitado. Optaram, então, pela mandioca, por ser mais versátil e servir de base pra diversas possibilidades culinárias.
Talvez não exista outro ingrediente tão brasileiro quanto a raiz. Além do preço ser baixo, a mandioca pode ser encontrada do Amapá ao Rio Grande do Sul, passando por algumas variações no nome, como aipim e macaxeira. Em Floripa, nada mais tradicional no prato dos moradores locais do que a farinha de mandioca, que acompanha o arroz com feijão, engrossa o caldo do peixe, é servida também em forma de pirão e vai bem com todos os frutos do mar.
Para Roberto, a mandiocaria é a cara de Floripa. “A cidade é cosmopolita e a questão da alimentação saudável está cada vez mais forte aqui, principalmente no Sul da Ilha”.  O bar é um paraíso para os celíacos porque todos os pratos são livres de glúten. A mandioca substitui tanto o arroz quanto a farinha de trigo nos pratos.
A qualidade dos ingredientes também surpreende, são frescos e orgânicos. Do Nordeste, chegam apenas o camarão seco e o azeite de dendê. A mandioca e os demais ingredientes são todos catarinenses.
O casal não tem formação profissional no ramo. Roberto, servidor público, e Samilla, administradora, escolheram alguns pratos que testavam em casa, contrataram uma chef para replicá-los e assim surgiu o Oka de Maní, aberto há um ano. O sucesso do restaurante é tanto que os sócios planejam ampliar o horário de funcionamento no verão e o serviço de delivery deve começar nesta semana.
Para abrir os trabalhos, a recomendação é uma dose das tiquina, a famosa cachaça de mandioca curtida na folha de tangerina, trazida do Maranhão. Junto com ela, vale a pena pedir também a cachaça de jambu, do Pará, responsável pelo famoso formigamento do paladar. Cada dose sai por R$ 8. Para manter a sobriedade, a dica é pedir logo os dadinhos de tapioca acompanhados por uma geleia de pimenta, que custam R$ 17,90.
Os famosos dadinhos de tapioca são o petisco mais vendido da casa e saem por R$ 17,90
Os famosos dadinhos de tapioca são o petisco mais vendido da casa e saem por R$ 17,90
Não é possível deixar o local sem provar os espetinhos de shimeji com queijo coalho, que saem por R$ 27,90. Entre os pratos, as tapiocas, escondidinhos ou mandiocas rosti têm 9 possibilidades de sabores. Para os veganos, há a caponata de berinjela com sementes de linhaça, que custa R$ 25,90.
Há muitas opções vegetarianas no cardápio. Para fugir do queijo coalho e da manteiga de garrafa, há a tapioca de caponata de berinjela.
Há muitas opções vegetarianas no cardápio. Para fugir do queijo coalho e da manteiga de garrafa, há a tapioca de caponata de berinjela.
Sushi de tapioca com salmão e creme de queijo. Vem com 6 unidades e custa R$ 24,90.
Sushi de tapioca com salmão e creme de queijo. Vem com 6 unidades e custa R$ 24,90.
Para beber, há uma carta de cachaças artesanais, drinks e algumas opções de chopes artesanais. Quem prefere os pratos mais sofisticados deve apostar no sucesso da casa: o nhoque de mandioca com espinafre e filé de salmão, que serve uma pessoa e sai por R$ 36,90. E para encerrar a homenagem à culinária brasileira, uma ótima opção é o surpreendente petit gateau de tapioca, que custa R$ 18, 90.
Os nhoques a base de mandioca são o carro-chefe da casa e não contém glúten.
Os nhoques a base de mandioca são o carro-chefe da casa e não contém glúten.
Entre as sobremesas, vale provar o petit gateau. O sorvete de mandioca acompanha a tapioca com o ótimo recheio de chocolate.
Entre as sobremesas, vale provar o petit gateau. O sorvete de mandioca acompanha a tapioca com o ótimo recheio de chocolate.
Assim como o cardápio, feito com trechos de literatura de cordel, o ambiente tem pouco em comum com outros bares da região. O espaço lembra uma casa residencial com um grande jardim, onde fica a maior parte das mesas.
Nas paredes, tudo evoca a cultura indígena, inclusive as portas dos banheiros. Na parte externa, bancos de madeira, redes e uma grande pintura da índia Iracema, a mesma do romance de José de Alencar, compõem um espaço aconchegante para se aguardar uma mesa no local. Nas sextas-feiras, sábados e domingos, há música ao vivo e o bar fica muito disputado. É preciso chegar cedo.
A decoração da Oka de Maní foi toda pensada para homenagear a cultura indígena. Na parede, a pintura da índia Iracema do artista Rica de Lucca.
A decoração da Oka de Maní foi toda pensada para homenagear a cultura indígena. Na parede, a pintura da índia Iracema do artista Rica de Lucca.
Serviço:
Oka de Maní – Mandiocaria. Rodovia Dr. Antônio Luiz Moura Gonzaga, 4078 – Rio Tavares, Florianópolis. Funciona de terça a domingo de 18h às 00h30.
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