Bom Gourmet

Três anos para nascer e 13 minutos para virar chips: os segredos das batatas Ruffles e Lay’s

Sarah Guilhermo
22/05/2025 16:02
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O Bom Gourmet foi acompanhar de perto a colheita e produção das batatas mais famosas do mundo. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.

Contrariando quem ainda acha que uma batata Ruffles nasce direto da prateleira do mercado, o Bom Gourmet foi até o interior do Paraná para conhecer de perto o caminho que transforma o insumo da terra em chips crocantes. Atualmente, cerca de 450 mil toneladas de insumos agrícolas — em sua maioria produzidos localmente — abastecem a PepsiCo no Brasil para a criação de produtos de marcas como Lay’s, Ruffles, Doritos e Kero Coco. 
A convite da marca, no projeto Passaporte PepsiCo, acompanhamos todas as etapas: do plantio da batata em Palmeira (PR) até a linha de produção da fábrica, onde o snack fica pronto em apenas 13 minutos.

Batata perfeita: 3 anos de cultivo - e um empurrãozinho das abelhas

O que pouca gente sabe é que a batata ideal para virar chips leva cerca de três anos até alcançar o ponto certo. O ciclo começa com a importação da batata-semente: um tubérculo selecionado, em forma de broto, que vem dos Estados Unidos até o Paraná e passa por um rigoroso acompanhamento de três gerações de cultivo. Após cada colheita, as batatas passam por um período de descanso em câmaras frias (entre 3 °C e 14 °C), etapa essencial para que ganhem força antes do replantio. Só na terceira geração atingem o padrão exigido pela PepsiCo para se transformar em Ruffles ou Lay’s, após 3 anos.
Cultivadas no Paraná, as batatas que viram Ruffles e Lay’s seguem um ciclo de três anos e recebem o apoio de polinizadores preservados por meio do projeto BeePepsiCo. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.
Cultivadas no Paraná, as batatas que viram Ruffles e Lay’s seguem um ciclo de três anos e recebem o apoio de polinizadores preservados por meio do projeto BeePepsiCo. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.
E o processo de plantio também segue práticas sustentáveis, alinhadas ao compromisso global da PepsiCo com a chamada agricultura positiva. Um dos destaques é o projeto BeePepsiCo, que promove a preservação dos polinizadores — em especial, das abelhas — por meio da instalação de jardins floridos ao redor das plantações. Esses espaços favorecem a biodiversidade e contribuem diretamente para o aumento da produtividade das lavouras.
“Não adianta ter a melhor variedade de batata e um processo logístico eficiente se deixarmos um rastro irrecuperável no sistema ecológico em que produzimos,” afirma Natália Oliveira, gerente de agronegócios da PepsiCo. “Temos metas de sustentabilidade: olhamos para o uso eficiente da água, a menor emissão possível de carbono, a saúde do solo e, claro, o papel dos polinizadores. Projetos como o BeePepsiCo e sistemas de irrigação mais eficientes — que usam menos água por tonelada de batata — são essenciais para manter esse equilíbrio. Afinal, cerca de 90% das plantas cultivadas no mundo dependem da polinização para se reproduzir.”
Durante a visita, o Bom Gourmet acompanhou de perto o processo no campo e até colocou a mão na terra na hora da colheita. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.
Durante a visita, o Bom Gourmet acompanhou de perto o processo no campo e até colocou a mão na terra na hora da colheita. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.
Depois da última colheita, essas batatas são levadas para um posto de beneficiamento, que fica em Contenda (PR), onde passam por um processo intenso e repetitivo de limpeza com água, seleção e teste em laboratório. Só assim podem seguir para a fábrica.
A PepsiCo compra aproximadamente 25% de todas as batatas cultivadas no Brasil para chips, o que representa, mais ou menos, 125 mil toneladas por ano. Isso, é claro, proveniente não exclusivamente do Paraná. Mas é importante lembrar que o Paraná ocupa o terceiro lugar em produção de batata no país.

Da fábrica ao pacote: só 13 minutos

Se o trabalho no campo leva anos, dentro da fábrica tudo acontece em tempo recorde: todo o processo, que vai do caminhão descarregando as batatas na planta da PepsiCo na Cidade Industrial, em Curitiba, ao pacote fechado, leva apenas 13 minutos.
Na fábrica da PepsiCo, em Curitiba, o processo que transforma a batata in natura em chips leva apenas 13 minutos. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.
Na fábrica da PepsiCo, em Curitiba, o processo que transforma a batata in natura em chips leva apenas 13 minutos. Crédito: PepsiCo/Sergio Prado.
As batatas entram limpas e seguem para mais uma lavagem antes de serem cortadas nos formatos clássicos — o liso da Lay’s ou o ondulado da Ruffles, ambos com corte patenteado pela PepsiCo. Em seguida, elas passam por um processo térmico de secagem e cocção e já saem praticamente prontas.
Depois disso, vêm duas etapas essenciais:
  • O controle de qualidade sensorial, feito por especialistas que provam as batatas ainda sem aroma ou tempero, para verificar se estão dentro do padrão de crocância, textura e sabor base;
  • E a aromatização, que adiciona o sabor característico (como o queijo da Ruffles ou o toque salgado da Lay’s). Segundo a PepsiCo, a composição da Lay’s é objetiva: batata, óleo e sal. 
Ah, e a gente provou a batata quentinha, direto da linha de produção: aprovadíssima!
Por fim, cada porção é separada conforme a gramatura, empacotada e colocada manualmente nas caixas que já seguem para os estabelecimentos comerciais e, lógico, até a sua casa.

Por que o Paraná é o lugar ideal?

O Paraná não é o único estado no qual a PepsiCo planta e processa batatas, mas tem um papel estratégico na cadeia produtiva. A combinação de clima, solo fértil, infraestrutura logística e excelência agrícola torna o Sul e Centro-Sul do estado regiões ideais para o cultivo do tubérculo — e isso se reflete diretamente no sabor e na textura do produto que chega ao pacote.
Outra vantagem: a proximidade entre os campos e a unidade industrial garante agilidade no transporte e mais frescor para a produção.
“O Paraná é uma das regiões mais completas para essa operação: temos aqui um ecossistema muito favorável, desde a qualidade da terra até a tecnologia usada no campo”, comenta Natália Oliveira, responsável pelo setor agrícola da PepsiCo.