Manu em Ticino: a Suíça vai provar a gastronomia paranaense

A chef paranaense Manu Buffara fará parte da comitiva brasileira que participará do festival anual S. Pelegrino no cantão de Ticino, região ao sul da Suíça. O lugar é marcado por pequenas cidades e vilarejos na fronteira com a Itália, próximo ao Lago de Como. Semanas atrás, estive lá para conhecer a região que mais cresce na gastronomia suíça - e há muitos motivos pra isso.

Primeiro, é preciso enfatizar que Ticino reconhece bem seus potenciais naturais. As margens dos Lagos Maggiore e Lugano, cartões postais para mundo, transformou seu cotidiano em atração turística. Os mercados de produtos locais, os fins de tardes com vinhos e brusquetas, os queijos compartilhados com vinhos, principalmente o Merlot Branco, se tornaram momentos únicos admirados por turistas.

Ticino desponta no turismo num momento muito peculiar. Pós-pandemia, o viajante busca lugares de cultura genuína, espaços ao ar livre, programação cultural, gastronômica, estar em lugares que possam deixar memórias inesquecíveis. A região vem crescendo e promovendo seu estilo de vida por meio de festivais como o “Open Wine Cellars” e o “S. Pellegrino Sapori Ticino”, que este ano terá participação de chefs brasileiros como Ivan Ralston, do Tuju (SP); Luiz Filipe Souza, do Evvai (SP); Rafa Costa e Silva, do Lasai (RJ); e Alberto Landgraf, do Oteque (RJ) - até aqui, representantes dos restaurantes brasileiros na lista dos 100 melhores do mundo. Também no “S. Pellegrino Sapori Ticino”, estarão o chef Thiago Castanho, do Puba, de Belém do Pará - e do Bar Sororoca, em São Paulo; e ela, Manu Buffara, do Restaurante Manu, de Curitiba (PR). O evento acontecerá entre 29 de setembro e 24 de novembro de 2025.

O tema da 18ª edição do festival é a Alemanha e será liderado pela equipe do chef Thomas Bühner, com 30 anos de experiência. A grande novidade deste ano é o início de uma nova parceria com a EHL (École hôtelière de Lausanne), também conhecida como Lausanne Hotel School, uma das melhores escolas de hotelaria do mundo.

Outra novidade do festival em Ticino são algumas noites de chefs a 4 mãos com o encontro de novos talentos do concurso S. Pellegrino Young Chef, que seleciona os melhores jovens chefs com menos de 30 anos de todo o mundo. Uma abordagem mais jovem para aproximar as novas gerações da gastronomia do futuro.

A vida calma, relaxada, vai se movimentando por meio desses eventos, com o tradicional estilo suíço de viver, mas com um toque latino europeu. Em Ticino, 80% da população fala italiano. Os dias ensolarados de junho deixam bares e restaurantes abertos até mais tarde, entre merlots brancos produzidos na região com Denominação de Origem Controlada (DOC).

Por lá, trufas, peixes frescos e muitos pratos vegetarianos trazem um novo olhar para os Alpes. Sem estereótipos! A participação do produtor local surge não como algo que se deve buscar, mas é reconhecida como algo que já existe, que faz parte, seja na gastronomia ou em qualquer outra área.

E de encantar pelas tradições, com ingredientes nativos, diversidade cultural e sustentabilidade, a chef Manu Buffara entende bem, além de reforçar o protagonismo feminino. Não é por menos que a chef paranaense foi reconhecida como melhor chef feminina do mundo em 2022 pelo 50 Best. Grazie Ticino! Bravo, Manu!