Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Tradicional loja de vinhos muda o foco e prioriza os lançamentos brasileiros
Tenho participado de algumas
interessantes degustações. Todas online, como exigem os novos tempos. Algumas
de vinho, outras de espumantes, de cervejas e até mesmo uma de gin.
interessantes degustações. Todas online, como exigem os novos tempos. Algumas
de vinho, outras de espumantes, de cervejas e até mesmo uma de gin.
É bem interessante. O material
é encaminhado ao endereço dos participantes, com o que vier a ser degustado e
todas as informações possíveis a respeito do assunto. E aí, online, pessoas de
todas as partes do país (e também de fora, especialmente alguns dos fabricantes
ou produtores) provam e discorrem suas opiniões sobre o tema em questão.
é encaminhado ao endereço dos participantes, com o que vier a ser degustado e
todas as informações possíveis a respeito do assunto. E aí, online, pessoas de
todas as partes do país (e também de fora, especialmente alguns dos fabricantes
ou produtores) provam e discorrem suas opiniões sobre o tema em questão.
Há pouco mais de um mês
participei de uma degustação bem significativa. Eram 58 pessoas ao vivo, todas
enquadradas ao mesmo tempo na internet, entre sommelier, enólogo, jornalista
especializado, jornalista não tão especializado, cliente, produtor e mais o que
se possa imaginar.
participei de uma degustação bem significativa. Eram 58 pessoas ao vivo, todas
enquadradas ao mesmo tempo na internet, entre sommelier, enólogo, jornalista
especializado, jornalista não tão especializado, cliente, produtor e mais o que
se possa imaginar.
O assunto em questão era a
apresentação de alguns vinhos da Amitié, da Serra Gaúcha, reconhecida
e premiada por seus espumantes, e que estaria apresentando três rótulos de
vinhos aos integrantes daquele enorme grupo.
apresentação de alguns vinhos da Amitié, da Serra Gaúcha, reconhecida
e premiada por seus espumantes, e que estaria apresentando três rótulos de
vinhos aos integrantes daquele enorme grupo.
A Amitié foi fundada em 2018
pela enóloga Juciane Casagrande Doro e pela sommelier Andreia Gentilini Milan. Foram
apresentados, então, um Sauvignon Blanc bem fresco e descomprometido, um rosé
de uva Merlot (que adorei) e um Pinot Noir com um nível muito acima do que a
média do mercado continental tem oferecido.
pela enóloga Juciane Casagrande Doro e pela sommelier Andreia Gentilini Milan. Foram
apresentados, então, um Sauvignon Blanc bem fresco e descomprometido, um rosé
de uva Merlot (que adorei) e um Pinot Noir com um nível muito acima do que a
média do mercado continental tem oferecido.
Participei, gostei, registrei
nas redes sociais e dali algum pouco tempo entra em contato comigo o empresário
Carlos Feliz, autoridade em vinhos aqui em Curitiba, para saber o que eu tinha
achado das três amostras. Disse a ele o que eu escrevi aqui em cima e mais
alguns detalhes técnicos.
nas redes sociais e dali algum pouco tempo entra em contato comigo o empresário
Carlos Feliz, autoridade em vinhos aqui em Curitiba, para saber o que eu tinha
achado das três amostras. Disse a ele o que eu escrevi aqui em cima e mais
alguns detalhes técnicos.
Ele se interessou pela
vinícola e me pediu para fazer a ponte, o que fiz com muito prazer, pois,
durante a degustação, cheguei a perguntar para as proprietárias sem haveria a
possibilidade de encontrar seus vinhos por aqui. Não havia.
vinícola e me pediu para fazer a ponte, o que fiz com muito prazer, pois,
durante a degustação, cheguei a perguntar para as proprietárias sem haveria a
possibilidade de encontrar seus vinhos por aqui. Não havia.
Dali uns dias Feliz me retorna
para dizer que havia fechado com a vinícola e, a partir daquele momento,
passaria a contar com alguns rótulos Amitié em sua tradicional Adega Boulevard,
ponto de referência de venda de vinhos em Curitiba desde os tempos em que era
um braço da Lidador (1993 a 1995). Antes dele, pelo que sei, existia a Adega
Franco.
para dizer que havia fechado com a vinícola e, a partir daquele momento,
passaria a contar com alguns rótulos Amitié em sua tradicional Adega Boulevard,
ponto de referência de venda de vinhos em Curitiba desde os tempos em que era
um braço da Lidador (1993 a 1995). Antes dele, pelo que sei, existia a Adega
Franco.
Naquele contato me fez uma
revelação interessante. Estava apostando na qualidade dos vinhos nacionais e
seus clientes também. Uma nova tendência estava se abrindo no mercado.
revelação interessante. Estava apostando na qualidade dos vinhos nacionais e
seus clientes também. Uma nova tendência estava se abrindo no mercado.
A vez dos brasileiros
Segundo Carlos Feliz me passou,
os vinhos brasileiros, até o ano passado, representavam menos de 10% das
vendas. Saltaram agora para quase 50% em valor e mais de 60% em volume de
garrafas.
os vinhos brasileiros, até o ano passado, representavam menos de 10% das
vendas. Saltaram agora para quase 50% em valor e mais de 60% em volume de
garrafas.
E enumerou uma associação de
fatores para uma mudança dessas.
fatores para uma mudança dessas.
Dedicação, amor e muita
técnica envolvidos. As famílias (e as vinícolas são basicamente familiares) vêm
se aprimorando há décadas para melhorarem cada vez mais seus vinhos.
técnica envolvidos. As famílias (e as vinícolas são basicamente familiares) vêm
se aprimorando há décadas para melhorarem cada vez mais seus vinhos.
Outro fator importante é a identidade:
nossos vinhos não tentam imitar os vizinhos sul-americanos. Têm personalidade
própria, lembrando muito mais os vinhos de Velho Mundo do que o que se tem aqui
no entorno do país.
nossos vinhos não tentam imitar os vizinhos sul-americanos. Têm personalidade
própria, lembrando muito mais os vinhos de Velho Mundo do que o que se tem aqui
no entorno do país.
Além disso, as mudanças
climáticas têm favorecido a maturação das uvas, principalmente no Rio Grande do
Sul e em Santa Catarina.
climáticas têm favorecido a maturação das uvas, principalmente no Rio Grande do
Sul e em Santa Catarina.
E as novidades também pesam. Temos
hoje oferta de vinhos de varietais tão diferentes quanto Marselan (um cruzamento de Cabernet Sauvignon e Grenache), Teroldego (uva italiana também
rara por aqui, mas que já deu prêmio à Vinícola Franco Italiano, aqui de
Colombo), Arinarda, Alicante Buschet e outros. O que, segundo Feliz, para
os amantes do vinho, é uma grande oportunidade para fugir das mesmices que
acabam se tornando enjoativas.
hoje oferta de vinhos de varietais tão diferentes quanto Marselan (um cruzamento de Cabernet Sauvignon e Grenache), Teroldego (uva italiana também
rara por aqui, mas que já deu prêmio à Vinícola Franco Italiano, aqui de
Colombo), Arinarda, Alicante Buschet e outros. O que, segundo Feliz, para
os amantes do vinho, é uma grande oportunidade para fugir das mesmices que
acabam se tornando enjoativas.
Outro ponto que pesa muito
nesse crescimento é a variedade, pois o Brasil passou de quatro vinícolas de
conceito para 17, com mais de 150 rótulos no mercado. E aí considera-se também
o preço, pois, com a alta desenfreada do dólar, os importados perderam muito a
competitividade. Já os brasileiros estão superacessíveis, com vinhos despretensiosos,
leves e muito agradáveis.
nesse crescimento é a variedade, pois o Brasil passou de quatro vinícolas de
conceito para 17, com mais de 150 rótulos no mercado. E aí considera-se também
o preço, pois, com a alta desenfreada do dólar, os importados perderam muito a
competitividade. Já os brasileiros estão superacessíveis, com vinhos despretensiosos,
leves e muito agradáveis.
Pedi para ele me citar alguns
vinhos que me recomendaria pelo custo benefício. Citou Almadén Vintage Chenin/Muscat (R$ 14,50), Miolo Seleção Rosé (R$ 24,90) e Amitié
Sauvignon Blanc (R$ 57) – aquele da degustação lá do começo do texto.
vinhos que me recomendaria pelo custo benefício. Citou Almadén Vintage Chenin/Muscat (R$ 14,50), Miolo Seleção Rosé (R$ 24,90) e Amitié
Sauvignon Blanc (R$ 57) – aquele da degustação lá do começo do texto.
Mas não ficou nisso. Salientou
que temos ótimos tintos mais sérios, encorpados e longevos, como Quinta do Seival Castas Portuguesas – da
Miolo - (R$ 79), Pizzato Alicante Buschet (R$ 99) e Miolo Merlot Terroir (R$ 127,50).
que temos ótimos tintos mais sérios, encorpados e longevos, como Quinta do Seival Castas Portuguesas – da
Miolo - (R$ 79), Pizzato Alicante Buschet (R$ 99) e Miolo Merlot Terroir (R$ 127,50).
Rapidamente, portanto, o
preconceito contra os vinhos nacionais vai sendo superado. Hoje a Adega
Boulevard conta com 27 vinícolas e cerca de 200 rótulos. E com um detalhe
importante: Feliz e seus sommeliers provam todos os vinhos antes de incluí-los
no catálogo.
preconceito contra os vinhos nacionais vai sendo superado. Hoje a Adega
Boulevard conta com 27 vinícolas e cerca de 200 rótulos. E com um detalhe
importante: Feliz e seus sommeliers provam todos os vinhos antes de incluí-los
no catálogo.
O resultado só poderia ser
gratificante como vem sendo. Um ótimo retorno de vendas e a aproximação cada
vez maior de seus clientes com o que de melhor é feito aqui no país.
gratificante como vem sendo. Um ótimo retorno de vendas e a aproximação cada
vez maior de seus clientes com o que de melhor é feito aqui no país.
A Adega Boulevard funciona de
segunda a sexta-feira das 10h às 19h. Aos sábados, abre das 10h às 15h.
segunda a sexta-feira das 10h às 19h. Aos sábados, abre das 10h às 15h.
Adega Boulevard
Rua Voluntários da Pátria, 539
– Centro
– Centro
Fone: (41) 3224-8244
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br