Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Lulas à Marselhesa, um show de sabores. Para fazer em casa e gastar pouco
Receita das antigas, Lulas à Marselhesa. Pra fazer, agradar e
gastar pouco.
gastar pouco.
Dos tempos em que aguardava
ansiosamente a publicação da revista Cláudia só para conferir o caderno de
receitas.
ansiosamente a publicação da revista Cláudia só para conferir o caderno de
receitas.
Isso era lá pelos anos 80 e,
exceto por alguns fascículos (que também colecionei), não havia outra fonte de
receitas que não fossem os cadernos antigos de mãe e avós.
exceto por alguns fascículos (que também colecionei), não havia outra fonte de
receitas que não fossem os cadernos antigos de mãe e avós.
Só sei que achei interessante
e resolvi fazer as tais Lulas à
Marselhesa. Talvez tenha sido a primeira vez que provei esses moluscos e,
já de pronto, aprovei. Eu, não, a família, que sempre esteve aberta às novas
sensações e aos novos sabores. Isso incluía filhos pequenos, que, desde sempre,
aprenderam a primeiro provar para depois poderem gostar ou não.
e resolvi fazer as tais Lulas à
Marselhesa. Talvez tenha sido a primeira vez que provei esses moluscos e,
já de pronto, aprovei. Eu, não, a família, que sempre esteve aberta às novas
sensações e aos novos sabores. Isso incluía filhos pequenos, que, desde sempre,
aprenderam a primeiro provar para depois poderem gostar ou não.
Fiz algumas vezes nesses mais
de 30 anos. E sempre com sucesso. Por isso me lembrei de postar aqui, para que
todos possam fazer em casa. Nem precisa ser um perito com as panelas para obter
bom resultado.
de 30 anos. E sempre com sucesso. Por isso me lembrei de postar aqui, para que
todos possam fazer em casa. Nem precisa ser um perito com as panelas para obter
bom resultado.
Aproveitei o gancho de oferta
de lindas lulas lá no balcão da Pescados
Keli Mozer. Lulas daqui, de nosso litoral, não aquelas grandonas, chilenas,
que não passam tanto sabor - pelo menos é o que eu acho.
de lindas lulas lá no balcão da Pescados
Keli Mozer. Lulas daqui, de nosso litoral, não aquelas grandonas, chilenas,
que não passam tanto sabor - pelo menos é o que eu acho.
E com preços bem
interessantes. Se comprar inteiras, para limpar em casa (não é difícil, mas
exige um pouco de atenção e cuidado), as menores custam R$ 35 e as maiores R$
54 o quilo. Levando-se em há uma perda em torno de 30% do peso para depois de
limpas e que serão necessários 600g delas limpas, para quatro pessoas,
comprando 850g dá até uma sobrazinha. E fica por R$ 30, ou seja, R$ 7,50 por
pessoa.
interessantes. Se comprar inteiras, para limpar em casa (não é difícil, mas
exige um pouco de atenção e cuidado), as menores custam R$ 35 e as maiores R$
54 o quilo. Levando-se em há uma perda em torno de 30% do peso para depois de
limpas e que serão necessários 600g delas limpas, para quatro pessoas,
comprando 850g dá até uma sobrazinha. E fica por R$ 30, ou seja, R$ 7,50 por
pessoa.
Mas eles também vendem as
lulas limpas. Aí o preço é R$ 38 o quilo. É só fazer a regra de três para 600g
pra ver que fica mais em conta ainda.
lulas limpas. Aí o preço é R$ 38 o quilo. É só fazer a regra de três para 600g
pra ver que fica mais em conta ainda.
Bem, as minhas comprei
inteiras e limpei na hora. Prefiro assim, pois, conforme a receita, posso
aproveitar as bolsas de tinta para completar o prato.
inteiras e limpei na hora. Prefiro assim, pois, conforme a receita, posso
aproveitar as bolsas de tinta para completar o prato.
O preparo
Quando estava começando a
fazer a mise en place para encaminhar
o prato, me deu um insight. Ia pegando o arroz comum, esse nosso branco ou o parboilizado
de cada dia. Mas daí me caiu uma ficha.
fazer a mise en place para encaminhar
o prato, me deu um insight. Ia pegando o arroz comum, esse nosso branco ou o parboilizado
de cada dia. Mas daí me caiu uma ficha.
Peraí, se são “à marselhesa”,
será que eles usariam por lá esse arroz? Tenho Arroz bomba em casa, aquele que os espanhóis usam na Paella (e que
tem para vender na rede Festval). E
Valência não fica longe, uns 600km dali, ambas de frente para o Mar
Mediterrâneo. Logo, também deve pairar pelo Sul da França.
será que eles usariam por lá esse arroz? Tenho Arroz bomba em casa, aquele que os espanhóis usam na Paella (e que
tem para vender na rede Festval). E
Valência não fica longe, uns 600km dali, ambas de frente para o Mar
Mediterrâneo. Logo, também deve pairar pelo Sul da França.
Troquei o arroz, pois o “bomba”
é mais gordinho e tem bem pouco amido, o que deixaria o prato mais consistente.
E não é que deu certo? Aliás, muito certo. Foi a melhor de todas as preparações
que fiz para esta receita.
é mais gordinho e tem bem pouco amido, o que deixaria o prato mais consistente.
E não é que deu certo? Aliás, muito certo. Foi a melhor de todas as preparações
que fiz para esta receita.
Por isso faço questão, agora, de compartilhar aqui. Mas pode fazer com o arroz normal, que também funciona. E, se voltarmos aos números, deixa o prato bem mais em conta, pois a medida de xícara recomendada fica, no máximo, por R$ 4. Com mais uns complementos, o prato sai por R$ 12 por pessoa, no máximo.
E com o maior charme, já a
partir do visual dourado que leva à mesa.
partir do visual dourado que leva à mesa.
Vamos conferir a receita, então?
- 600g de lulas limpas
- 1½ xícara de arroz bomba
- 2 colheres (sopa) de azeite de oliva
- 1 cebola média, cortada em rodelas
- 2 dentes de alho, amassados
- 1 colher (chá) de sementes de erva-doce
- ½ colher (chá) de cúrcuma (açafrão da terra)
- 3 tomates maduros, sem peles nem sementes, picados
- 3 colheres (sopa) de salsinha picada
- sal e pimenta-do-reino (moída na hora, de preferência)
- 4 xícaras de água quente
- Corte os tentáculos das lulas em pedaços pequenos e as bolsas em anéis. Lave bem e deixe escorrendo.
- Aqueça o azeite em uma panela e junte cebola e alho, mantendo em fogo baixo, para refogar até perderem a cor - sem deixar fritar.
- Quando estiverem murchos, adicione as lulas escorridas e as sementes de erva-doce. Tempere com sal e pimenta
- Junte a cúrcuma e os pedaços de tomate, misture bem e cozinhe em fogo baixo, por cerca de 5 minutos.
- Junte, então, a água quente. Verifique o tempero e acrescente a salsinha.
- Misture bem tudo e aí acrescente o arroz.
- Cozinhe por cerca 20 minutos ou até o arroz ficar macio e o líquido ser absorvido.
Açafrão?
Depois de já ter a receita quase publicada, me surgiu outra questão: será que usar cúrcuma não foi uma solução nacional daqueles tempos? Se é de Marselha e região, certamente seria o açafrão, como na Bouillabaisse, prato típico e assinatura daquela cidade francesa?
Talvez da próxima vez eu experimente assim. E aí, é claro, já não será tão barato assim.