Ile de France valoriza status do frango em novo menu, que também tem pratos de lagosta

Um prato de frango delicioso! Sim, frango, essa ave tão desprezada e esnobada pelos chefs e restaurantes mais, digamos, chiques, como se fosse uma sugestão de segunda linha. Foi o que provei dias atrás, o Poulet sauce normande (R$ 120), que faz parte do novo menu do restaurante Ile de France.

Mesmo porque os franceses contam com alguns preparos destacados de frango, a começar pelo clássico Coq au vin, que entra em qualquer lista dos dez melhores pratos daquele país. Ou algumas das receitas do Poulet (ou volailles) de Bresse, que sempre apresentam molhos cremosos, com vinhos (brancos ou tintos). Essa espécie de frango tem denominação de origem protegida e é uma ave de penas brancas, da raça Bresse Gauloise criada numa área legalmente definida da região histórica e antiga província de Bresse, no leste de França.

Tudo isso para dizer que, sim, os franceses apreciam muito a carne de frango. Razão mais do que válida para o Ile incluir esse prato ao estilo normando em seu renovado cardápio. Até então, o frango figurava apenas no cardápio de almoço, conhecido como "Plats du Jour".

E que o representa a região da Normandia origem da família fundadora do Ile de France)? As maçãs, há enormes plantações por toda parte, razão para eles produzirem muita Sidra e muitos Calvados, a aguardente destilada da fruta. E é justamente a combinação da ave com a maçã que marca esse novo prato, que é preparado com coxa e sobrecoxa de frango grelhadas, com pele crocante e molho cremoso feito à base de Sidra de maçã, a tal bebida típica da região da Normandia.  E vai no molho a própria fruta ralada e também grelhada, e o prato é servido com arroz e batata sauté.

Como comecei a conversa – empolgado com o sabor – já descrevendo um dos pratos principais, vamos, então dar uma passadinha pelo menu (aliás, o Bom Gourmet já descreveu esses lançamentos, dias atrás, aqui o link).

Começa com Œuf Mayonnaise – também conhecido como Œuf Mimosa (R$ 48). É comida das mais caseiras por lá, está presente na culinária francesa desde o século XVIII e é paixão nacional. A ponto de ganhar um concurso anual, para premiar a melhor execução deste prato. Que, aliás, não tem nenhum segredo. Preparado com ovos orgânicos cozidos, maionese da casa e mostarda Dijon, são quatro metades do ovo servidas em cama de salada de folhas, delicadamente cortadas. Cada metade ganha uma finalização: salsa de trufas negras, ovas de tobiko ou massago, salsinha fresca picada e páprica picante.

Mais uma entrada de bom paladar é a Bisque de lagosta (R$ 158), mais adequada para temperaturas mais baixas, preparada com o caldo da lagosta (feito com cascas e carcaça do crustáceo) e mirepoix com um toque levemente picante. O prato é servido com croutons feitos na casa e pedaços da cauda. 

Outro detalhe interessante e muito comum por lá é a inclusão do sorbet entre etapas de uma refeição. Aqui, no caso, na separação entre entrada e prato principal. Quando sai de um prato de sabor acentuado e passa para outro, bem diferente, é recomendável o sorbet de frutas, com acidez, para limpar o paladar. No Ile de France agora tem (já incluído nos valores do menu) um Sorbet au citron (de limão) para tal finalidade.

E aí tem um detalhe bem significativo e que tem tudo a ver com longeva história do restaurante (71 anos de funcionamento): está sendo servido em tacinhas de prata, vindas da França com a família Decock. Essas peças eram do seu restaurante “Les Palmier”, nos anos de 1940, e foram encontradas pela sócia gestora Marcia Oliveira numa das tantas gavetas com relíquias dos tempos antigos do restaurante.

Dentre os lançamentos de pratos principais – além do já citado Poulet sauce normande -, dois bem significativos, que levam lagosta. O restaurante já marcava por servir 14 pratos à base de frutos do mar, como os campeoníssimos com camarão, Crevettes au champagne e Strogonoff de crevettes.

Pois agora o Ile de France passa a incluir também a lagosta na relação. Os clientes poderão degustar a clássica Lagosta ao Thermidor (R$ 282), cozida no próprio caldo, com temperos selecionados, aberta ao meio e servida com molho cremoso e gratinado com queijo gruyère. Para acompanhar, a tradicional batata sauté e legumes na manteiga ou no azeite de oliva. A outra opção é a Lagosta au beurre (R$ 276), preparada com manteiga provençal e acompanhada de gratin de batatas e legumes à preferência do cliente.

O sorbet lá do intervalo entre os pratos entra também nas propostas de sobremesa. Sempre haverá Sorbet, que será sempre preparado com o melhor ingrediente disponível na época. Para se ter uma ideia, nos próximos dias o cliente poderá provar o Sorbet de manga. 

Tradicional em seus pratos, que jamais saem do cardápio (ou poderia haver uma passeata de clientes habituais defronte ao estabelecimento), o Ile de France, com a nova administração, além de restaurado e reabilitado, também continua no processo de abertura de fronteiras gustativas, incluindo pratos que têm tudo a ver com a história da casa e da gastronomia francesa. E a equilibrada combinação da tradição com as inovações é que gera todo o sucesso do Ile de France, também além dos limites de Curitiba.

O restaurante funciona, para almoço, de terça a domingo, das 12h às 16h. para jantar, de segunda a quinta, das 19h às 22h30; sexta e sábado das 19h às 23h.

Avenida do Batel, 1550, Espace 4 - Batel

Reservas e delivery: telefone e WhatsApp (41) 3223-9962

Instagram @iledefranceoficial

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