Suflê de camarão, feito com queijo Comté e servido em ramequins individuais. | Foto: Anacreon de Téos
Os dias frios pedem pratos quentes. Tanto que é nessa época que aparecem os bufês de sopas e caldos e os pratos mais consistentes, como cozido, cassoulet, feijoada e vaca atolada ganham mais espaço nos menus, como sugestões da semana ou do dia. Isso para citar alguns, pois são inúmeras as opções de composições que aquecem o corpo e a alma.
Como o suflê, por exemplo. Quer algo mais atraente do que aquela pequena forma ou ramequim saindo do forno com um suflê alto e crescido? Há os clássicos, de queijo principalmente (variando o tipo de queijo), mas outros utilizam proteínas ou legumes para combinar com clara e gema, que traçam o perfil do prato.
Numa dessas noites frias que estamos passando nos últimos dias, deu vontade e pensei num suflê. De camarão, para lembrar um pouco de minha infância, juventude, quando esta iguaria chegava à mesa e era motivo de festa – pela dificuldade de se encontrar camarão na época.
Consultei algumas das receitas que tinha aqui e fui à prática. Há duas maneiras de se fazer um suflê, mas ambas partindo do mesmo princípio: misturando o ingrediente principal devidamente refogado, com as gemas cruas (e aí fogo apagado) e depois incorporando delicadamente as claras.
Foi a maneira que escolhi de fazer, embora, naqueles velhos tempos, lembro-me de a gema, sim, ser misturada e a clara em neve apenas acomodada por cima, para crescer e gratinar. Funciona bem nas duas hipóteses.
O suflê tem uma regra básica: precisa ser servido assim que sair do forno, para chegar crescido e imponente. Se demorar um pouco, a temperatura ambiente (inferior à do forno) faz ele murchar e, embora se mantenha saboroso, não tem o mesmo resultado visual.
Pela mesma razão, não se deve abrir o forno, em momento algum, enquanto o suflê está assando. A lufada de ar frio que viria de fora, faria murchar imediatamente.
A receita original é francesa e, por isso, pede o queijo Comté, que é um queijo típico do maciço de Jura, produzido a partir do leite de vaca e maturado por, no mínimo, 6 meses, garantindo seu sabor, textura e cor únicos.
É possível encontra-lo em Curitiba, na versão natural, no Bom Vivant, Mercado Municipal. Ou outro, feito pelo mesmo processo, mas nacional, no Chico Queijos, as duas principais lojas especializadas em queijo na cidade.
Dito isso, vamos à receita e ao forno, então?
Suflê de camarão, curry e queijo Comté. | Foto: Anacreon de Téos