Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
As sempre divertidas e saborosas experiências no Poco Tapas
Lembro-me ainda do primeiro
impacto: divertido. Aliás, foi o mote que peguei para o título da matéria que
escrevi: “Comer bem também pode ser divertido”.
impacto: divertido. Aliás, foi o mote que peguei para o título da matéria que
escrevi: “Comer bem também pode ser divertido”.
Foi em 2012, quando o
restaurante Poco Tapas
iniciava sua vitoriosa caminhada gastronômica em Curitiba. Já havia uma
experiência anterior em Joinville, mas, por aqui, as pessoas não imaginavam de
que se poderia tratar. O nome remetia a um restaurante espanhol, mas nada tinha
a ver. A cidade ganhava uma casa especializada em cozinha molecular, que
surpreendia a todos pelo inesperado e pela arte de apresentar sabores
conhecidos em formatos inusitados (confira
a publicação da época, aqui).
restaurante Poco Tapas
iniciava sua vitoriosa caminhada gastronômica em Curitiba. Já havia uma
experiência anterior em Joinville, mas, por aqui, as pessoas não imaginavam de
que se poderia tratar. O nome remetia a um restaurante espanhol, mas nada tinha
a ver. A cidade ganhava uma casa especializada em cozinha molecular, que
surpreendia a todos pelo inesperado e pela arte de apresentar sabores
conhecidos em formatos inusitados (confira
a publicação da época, aqui).
Desde sua inauguração por aqui, o restaurante funcionou numa pequena casa, discreta e quase escondida, lá no alto da Vicente Machado, no Campina do Siqueira. Mas, com o passar dos anos, o sucesso e o retorno de interesse foram tantos, que o limitado espaço já não comportava o fluxo de tanta gente interessada em conhecer e tentar entender tudo aquilo que era servido na sequência de etapas que compõe o menu degustação, a única opção com a qual a casa trabalha.
De uns meses para cá o Poco Tapas mudou para um imóvel maior e já não está mais tão camuflado assim. Pelo contrário: está numa esquina, escancarado a exibir uma fachada que até lembra a outra, com foco principal nas facas, grandes companheiras dos cozinheiros. O espaço interno é amplo, capacidade para 75 pessoas, pé direito alto e predomínio das cores escuras, tanto nas paredes quanto nas mesas. Decoração de muito bom gosto, diga-se.
A localização é bem próxima, uns 30 metros adiante do endereço antigo. E com uma curiosidade: se antes a referência de bairro era Campina do Siqueira, agora está no Seminário, pois é exatamente a Avenida Vicente Machado que divide os dois bairros, metade de um lado, metade do outro. E como o restaurante foi para o outro lado da rua, também mudou de bairro. Particularidades da cidade.
O menu
O modelo de menu é o mesmo
desde os primeiros tempos. Atualmente são 12 pratos, sendo oito salgados e quatro
sobremesas. Com pequenas variações, conforme os ingredientes disponíveis, pois
a norma da casa é sempre trabalhar com ingredientes frescos e de ocasião.
desde os primeiros tempos. Atualmente são 12 pratos, sendo oito salgados e quatro
sobremesas. Com pequenas variações, conforme os ingredientes disponíveis, pois
a norma da casa é sempre trabalhar com ingredientes frescos e de ocasião.
(Para se ter uma ideia, do mês
passado, quando estive lá, até agora, houve duas mudanças nos itens da
sequência.)
passado, quando estive lá, até agora, houve duas mudanças nos itens da
sequência.)
Os pratos são apresentados
pessoalmente pelo chef Fábio Mattos, que também orienta sobre a melhor maneira
de degustar cada um deles. Ele é uma das principais referências na cozinha
molecular, que já teve seu momento de boom (a partir do encanto do El Bulli, de
Ferran Adriá, na Espanha), mas que não se sustentou como movimento, pois nem
todos os chefs e cozinheiros conseguiam manter a criatividade para constantes
inovações e surpresas aos clientes. O que não é o caso de Mattos, que se renova
a todo instante.
pessoalmente pelo chef Fábio Mattos, que também orienta sobre a melhor maneira
de degustar cada um deles. Ele é uma das principais referências na cozinha
molecular, que já teve seu momento de boom (a partir do encanto do El Bulli, de
Ferran Adriá, na Espanha), mas que não se sustentou como movimento, pois nem
todos os chefs e cozinheiros conseguiam manter a criatividade para constantes
inovações e surpresas aos clientes. O que não é o caso de Mattos, que se renova
a todo instante.
O desfile de sabores começa com
a escolha de alguns drinques. Uma caipirinha ou um Martini de nutella estão
entre as propostas. E ambos chegam numa colher, numa bolha de gel, se é que dá
para dizer assim.
a escolha de alguns drinques. Uma caipirinha ou um Martini de nutella estão
entre as propostas. E ambos chegam numa colher, numa bolha de gel, se é que dá
para dizer assim.
O primeiro prato da sequência
é um Tartar de filé mignon. O mignon é
picado à mão, servido com cebola roxa, alcaparras, azeitonas, mostarda, batata
torneada folhada (cozida em dois tempos). Até aí tudo bem, mas daí vem a
assinatura, com azeite de oliva transformado em pó e marshmallow molecular de
pimenta tabasco.
é um Tartar de filé mignon. O mignon é
picado à mão, servido com cebola roxa, alcaparras, azeitonas, mostarda, batata
torneada folhada (cozida em dois tempos). Até aí tudo bem, mas daí vem a
assinatura, com azeite de oliva transformado em pó e marshmallow molecular de
pimenta tabasco.
A seguir, a Feijoada molecular, que vem numa
simpática panelinha de marmita. Lá dentro, folha de arroz crocante desidratado,
patê de feijoada, chiffonade de couve frita, ovo de codorna na chapa, pó de
torresmo fresco e uma cachaça de laranja sólida (espécie de gelatina) para
comer.
simpática panelinha de marmita. Lá dentro, folha de arroz crocante desidratado,
patê de feijoada, chiffonade de couve frita, ovo de codorna na chapa, pó de
torresmo fresco e uma cachaça de laranja sólida (espécie de gelatina) para
comer.
Orange chicken é a próxima atração. A sobrecoxa de frango, empanada
e frita, é glaceada com molho caseiro de laranja, servido com purê de arroz de
sushi, molho de gengibre e shoyu, algodão doce e espaguete molecular de shoyu.
e frita, é glaceada com molho caseiro de laranja, servido com purê de arroz de
sushi, molho de gengibre e shoyu, algodão doce e espaguete molecular de shoyu.
Uma das novidades do menu vem
a seguir (a outra é o tartare): Atum,
marinado em shoyu e levemente selado, servido com purê de batatas com wasabi e
vegetais orientais, molho de gengibre e picles de beterraba gelificada. O atum
substitui a vieira, anteriormente servida.
a seguir (a outra é o tartare): Atum,
marinado em shoyu e levemente selado, servido com purê de batatas com wasabi e
vegetais orientais, molho de gengibre e picles de beterraba gelificada. O atum
substitui a vieira, anteriormente servida.
Desde o início do restaurante, é servido um sorbet, que chega à mesa parecendo uma daquelas esferas que as feiticeiras liam o futuro, a tal Bola de Cristal. É o Sorbet molecular de limão, com gel molecular, maçã verde e vodca, para limpar seu paladar. Para comer, é só ir quebrando as paredes da esfera gelada.
Paladar limpo e refeito, vem
outro prato que sempre marcou presença no Poco Tapas. É a Pancetta Jack Daniel’s, uma pancetta de porco caramelizada em
whiskey Jack Daniel’s e Coca-Cola, servida com purê de batata-salsa e linguiça Blumenau,
crocante de picles e caviar molecular de mostarda.
outro prato que sempre marcou presença no Poco Tapas. É a Pancetta Jack Daniel’s, uma pancetta de porco caramelizada em
whiskey Jack Daniel’s e Coca-Cola, servida com purê de batata-salsa e linguiça Blumenau,
crocante de picles e caviar molecular de mostarda.
Para dar uma chegadinha no
México, vem um Taco mexicano, mas à maneira de Fábio Mattos. A tortilha fresca é
coberta com queijo, carne assada, salsa de milho, massa crocante, creme azedo,
servido com salsa mexicana congelada em nitrogênio líquido. Chega à mesa com o
belo efeito da “fumaça”, a tomar conta do prato, até se dissipar e mostrar a
tortilha e seus complementos.
México, vem um Taco mexicano, mas à maneira de Fábio Mattos. A tortilha fresca é
coberta com queijo, carne assada, salsa de milho, massa crocante, creme azedo,
servido com salsa mexicana congelada em nitrogênio líquido. Chega à mesa com o
belo efeito da “fumaça”, a tomar conta do prato, até se dissipar e mostrar a
tortilha e seus complementos.
Para finalizar os salgados, Vaca atolada (versão Poco Tapas) - espuma quente de aipim cremoso, com costela bovina colada, cheiro-verde gelificado e uma crosta aromática de ervas. O chef completa o prato, maçaricando a superfície da costela, para derreter o cheiro-verde gelificado.
As sobremesas chegam todas de
uma só vez: Pudim de whiskey Jack Daniel’s,
Fudge de chocolate com nutella
transformada em pó e Tiramisù molecular,
feito com espuma de mascarpone e bolo de café feito num sifão com CO2.
uma só vez: Pudim de whiskey Jack Daniel’s,
Fudge de chocolate com nutella
transformada em pó e Tiramisù molecular,
feito com espuma de mascarpone e bolo de café feito num sifão com CO2.
E é claro que não pode faltar a Pipoca bafo de dragão, sempre uma grande surpresa para quem não conhece. Ela vem congelada, com nitrogênio líquido, que se desfaz na boca, soltando aquela “fumaça” – e se a pessoa fechar a boca, sai pelo nariz. Tudo muito divertido, para fechar a noite de experiências e sabores inesperados.
Para acompanhar, cervejas e
uma carta de vinhos com rótulos bem interessantes.
uma carta de vinhos com rótulos bem interessantes.
O chef
Com apenas 16 anos Fabio
Mattos começou a trabalhar em uma pizzaria gourmet, em Huntington Beach, na
Califórnia.
Mattos começou a trabalhar em uma pizzaria gourmet, em Huntington Beach, na
Califórnia.
Com 20 anos, buscou a formação
na Orange Coast College, em Costa Mesa, linda cidade praiana da California. De
lá, foi para Fall River, Massachusetts, estudar cozinhas internacionais no
Instituto Internacional de Arte Culinária, onde trabalhou com o Master Chef
George Karausos, tornando-se o primeiro estudante a usar uma jaqueta de
Executive Chef e a receber o certificado de aluno mais talentoso.
na Orange Coast College, em Costa Mesa, linda cidade praiana da California. De
lá, foi para Fall River, Massachusetts, estudar cozinhas internacionais no
Instituto Internacional de Arte Culinária, onde trabalhou com o Master Chef
George Karausos, tornando-se o primeiro estudante a usar uma jaqueta de
Executive Chef e a receber o certificado de aluno mais talentoso.
Seguiu para Fort Lauderdale,
na Flórida, onde aplicou sua experiência, de pequenas trattorias a grandes
hotéis. Em 2009, Fabio esteve na capital gastronômica dos Estados Unidos, Nova
York, onde foi chef executivo de uma corporação e encarregado de cinco
restaurantes da rede.
na Flórida, onde aplicou sua experiência, de pequenas trattorias a grandes
hotéis. Em 2009, Fabio esteve na capital gastronômica dos Estados Unidos, Nova
York, onde foi chef executivo de uma corporação e encarregado de cinco
restaurantes da rede.
De volta ao Brasil, em 2010,
abriu seu próprio restaurante, em Joinville (definido pelo Guia 4 Rodas como um
dos “achados sensacionais” do Brasil), até se estabelecer em Curitiba, dois
anos depois, de onde não mais saiu, sempre apresentando sua comida molecular
aos curitibanos.
abriu seu próprio restaurante, em Joinville (definido pelo Guia 4 Rodas como um
dos “achados sensacionais” do Brasil), até se estabelecer em Curitiba, dois
anos depois, de onde não mais saiu, sempre apresentando sua comida molecular
aos curitibanos.
Vale muito a pena curtir,
saborear, se surpreender e se divertir, que é o mote para os jantares servidos
no Poco Tapas.
saborear, se surpreender e se divertir, que é o mote para os jantares servidos
no Poco Tapas.
A casa funciona de segunda a
sábado, a partir das 19h, mas estará fechada entre os dias 25 de dezembro e 4
de janeiro de 2024.
sábado, a partir das 19h, mas estará fechada entre os dias 25 de dezembro e 4
de janeiro de 2024.
Restaurante Poco Tapas
Avenida Vicente Machado, 2855
sala 2 – Seminário
sala 2 – Seminário
Fone/WhatsApp: (41) 996828758
Instagram: @pocotapas
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Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br