Restaurantes
Burguer de raclette e comida venezuelana: o que comer nas duas novas vilas gastronômicas
Inauguradas nas duas últimas semanas em pontos bem distintos de Curitiba, a Vila Urbana e o Mercatto são as novas opções de vilas gastronômicas para quem mora ou trabalha no Centro e no bairro de Santa Felicidade, respectivamente. Ambas funcionam no mesmo formato de operação já consolidado na cidade com múltiplas opções de comidas e bebidas, além de espaços para apresentações musicais e eventos.
O objetivo das duas novas vilas é conquistar o público das imediações de onde estão localizadas, mas cada uma com suas características. Enquanto a primeira busca ser uma espécie de ‘praça de alimentação de shopping na rua’ no Centro, a outra pretende fazer com que os moradores de Santa Felicidade não precisem ir até outros bairros para experimentarem pratos além dos servidos tradicionalmente na região.
Vila Urbana (Centro)
A Vila Urbana inaugurou nesta semana na Rua Marechal Deodoro após cinco meses de atraso. O planejamento começou em janeiro, mas as obras atrasaram e a abertura acabou postergada. São 52 operações com as mais variadas culinárias, como pizza italiana, cafés especiais, comida oriental e havaiana, mexicana, entre outras opções. O local tem também uma loja colaborativa e uma sapataria, uma tabacaria, uma esmalteria e um palco para atrações musicais.
Segundo um dos sócios da Vila, Thomé Sabbag Neto, o objetivo é atender especialmente as pessoas que passam pela região central diariamente. A escolha do Centro ocorreu pela falta de opções semelhantes na região.
“Ao contrário das vilas que já existem em outras partes da cidade, ter uma no Centro é garantia de retorno para os empresários e de um cardápio diferenciado de comidas e bebidas para pessoas que moram, trabalham ou estudam aqui. Além de ser um espaço que não é só uma praça de alimentação, é também uma área de convivência como um ‘oásis’ no centro, revalorizando a região”, explica.
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Um dos motivos para o atraso na abertura se deu por conta da escolha das operações. Thomé conta que, quando o projeto foi lançado no começo do ano, as vendas foram acontecendo naturalmente. Mas, chegou em um momento em que precisaram segurar um pouco para não haver muitas operações de um mesmo nicho de mercado. Ele explica que há no máximo três opções de cada culinária.
Há opções já conhecidas no mercado curitibano, como Zapata La Taquería, Balbi Pizza Al Taglio, Paradoja Hamburgueria e Khea Thai, mas algumas operações novas que estão entrando no ramo. Uma delas, o Raclé Burger, criou um hambúrguer prensado (smash burger) coberto com queijo raclette, aquele em que a peça é derretida na hora e distribuída sobre o sanduíche.
Um dos sócios da operação, o engenheiro João Lauro da Motta, conta que a ideia foi fazer uma hamburgueria diferente, unindo duas comidas que ganharam mais destaque no mercado nos últimos dois anos. São cinco opções de hambúrgueres duplos cobertos com queijo raclette acompanhados de batatas fritas (a partir de R$ 24) ou vegetariano com cogumelos no lugar da carne (R$ 26).
“O segmento de hamburguerias é muito competitivo, já temos muitas na cidade. O jeito foi pensar em algo diferente, e levando em consideração também a questão da sustentabilidade. Todos os ingredientes dos sanduíches são de produtores da região, como o queijo que vem de Witmarsum, por exemplo”, conta o engenheiro.
Outra novidade é o kebab aberto no prato servido pelo Hermanos Kebab. O lanche típico da Turquia foi adaptado para uma versão de refeição completa pela Milena Ornelas, uma das sócias da casa. Ela conta que o prato é servido com a carne, frango ou vegetariano de pasta de grão de bico acompanhado de arroz, alface, cebola roxa e pão folha crocante (a partir de R$ 16,90).
E há ainda o primeiro restaurante venezuelano de Curitiba, aberto pelo casal de médicos Nelson Vasquez e Brenda Castellanos com o amigo Aaron Trujillo. Eles foram embora do regime de Nicolás Maduro há mais de três anos em busca de uma vida melhor, e abriram o Budare 58 para “matar as saudades das comidas típicas do país”.
No restaurante, eles servem as arepas – uma espécie de bolinho de milho frito – com recheio de feijão venezuelano com queijo (R$ 15) ou frango com abacate (R$ 22) e os patacones, que são tiras de banana da terra com coberturas como costela ou frango desfiado (a partir de R$ 16).
Localizada ao lado do Shopping Itália, a nova vila atravessa a quadra até a Rua José Loureiro. Os contêineres e as áreas de mesas são distribuídos em três pisos, com entradas por ambas as extremidades. O projeto da Vila Urbana contempla ainda captação de luz solar, energias renováveis, aproveitamento de materiais e estacionamento para bicicletas. Anteriormente o terreno abrigava um estacionamento.
Serviço:
Mercatto (Santa Felicidade)
Já no outro extremo da cidade está o Mercatto, após a área dos restaurantes italianos de Santa Felicidade. Um pouco menor que a Vila Urbana, o espaço possui apenas 14 operações escolhidas a partir de pesquisas de mercado, com opções de comidas e bebidas entre as mais atrativas do grande público.
De acordo com Cristian Diego Trevisan, um dos sócios do Mercatto, o objetivo é fazer com que os moradores do bairro não precisem ir ao centro ou outros locais para provarem diferentes tipos de comidas. O planejamento do espaço começou há três anos, quando os food trucks começaram a se popularizar na cidade.
“No começo eu queria fazer algo como um apoio ao mercado de food trucks, mais acessível a quem está começando. Mas os caminhões de comida começaram a desaparecer e este modelo de vila tomou forma com o Ca’dore e o Mercado Sal. Preferi ver o que ia acontecer para só então começar a obra, há um ano e meio”, conta.
Com capacidade para 180 pessoas sentadas, o Mercatto tem uma operação de cada nicho, como hambúrguer, comida de boteco, chopes artesanais, comida japonesa, entre outras. Futuramente deve ser aberta também uma opção de sanduíches fitness naturais.
Entre os operadores estão dois novatos neste tipo de formato: o Ás de Espeto, servindo espetinhos, e o Boteco São Jorge, com comidas típicas de bares. O primeiro é a criação do consultor imobiliário Marcel Lemos, que já fazia churrasco em casa e queria ter algo na área de gastronomia. São servidos espetinhos de carne, frango, bacon e pão de alho artesanal a partir de R$ 9. Há ainda os combos com chope a R$ 15.
“No almoço dos fins de semana teremos carnes assadas como churrasco de igreja, costela e fraldinha na mostarda acompanhados de arroz, salada de folhas verdes, vinagrete, farofa e cebola assada. Os pratos custarão em torno de R$ 20 a R$ 25”, conta Marcel Lemos.
Já o Boteco São Jorge começou com um food truck servindo comidas como pão com linguiça, dadinho de arroz com recheio de muçarela e tábuas de frios. O casal Letícia e Bruno de Carvalho decidiu empreitar nas vilas também ao verem o potencial deste novo formato.
“Os nossos carros-chefes são o pão com bolinho de 170g de carne com maionese da casa e batatas fritas (R$ 20) e a porção de dadinhos acompanhados de chutney de tomate (R$ 20)”, explica a sócia.
Há ainda a Academia da Cerveja servindo chopes especiais Gauden Pilsen, Pagan Red e Buddy Apa a partir de R$ 10; os drinks clássicos como as caipirinhas e gin tônicas começando em R$ 18; os sanduíches de costela, fraldinha e carneiro do Rock Fries and Burgers, com opções em torno de R$ 25 com batatas chips; e os mini salgados de festa do Santíssimo Gourmet, com porções de coxinha, quibe, bolinho de mandioca, entre outros, a partir de R$ 12.
O Mercatto tem, ainda, palco para apresentações musicais e espaço kids com ações nos fins de semana.
Serviço: