Restaurantes
Bares e restaurantes de SC e Goiás suspendem funcionamento para prevenir coronavírus
Com o crescimento de casos de coronavírus por transmissão comunitária no Brasil, o setor de restauração fora de casa tem enfrentado um cenário de crise nunca visto. Governos estaduais, como o de Santa Catarina e Goiás, decretaram estado de emergência, o que suspende por, pelo menos, sete dias o funcionamento de bares e restaurantes. Em outros estados já há donos de bares e restaurantes decidindo fechar preventivamente seus negócios, antes que a situação escalone.
Em todo o Brasil, são mais de dois milhões de pequenos empresários no ramo da alimentação que empregam mais em torno de seis milhões de trabalhadores, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A estimativa é que metade dos trabalhadores do setor fiquem sem emprego no próximo mês.
Veja como está a situação de bares e restaurantes em alguns dos estados brasileiros:
Paraná
Na quinta (19), o secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva, anunciou um decreto que proíbe o funcionamento de shopping centers no Paraná a partir de sexta-feira (20), porém, os estabelecimentos de gastronomia podem funcionar apenas para delivery, sem atendimento presencial.
A Prefeitura de Curitiba também publicou na quinta (19) um decreto com regras de funcionamento para restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, supermercados e hipermercados. Dentre as condições, funcionamento até a meia-noite, distribuição das mesas e ocupação do espaço com distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas e atendentes com luvas, touca e máscaras para servir os clientes em restaurantes com buffet. Saiba mais sobre o decreto municipal.
Donos de bares e restaurantes de Curitiba têm usado as redes sociais para fazer pressão e exigir medidas mais enérgicas do governo, como subsídios e postergação, ou corte de cobranças de impostos e taxas, e também uma solução menos dolorida para empregados e empregadores em relação a possíveis demissões.
Santa Catarina
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, decretou situação de emergência e suspendeu por sete dias, a contar a partir de quarta (18), o funcionamento de estabelecimentos que prestam serviço não essenciais ao público, tais como shoppings centers e restaurantes, e indústrias devem operar com o mínimo de funcionários por ora.
Segundo esclarecimento do secretário de saúde, Helton Zeferin, os salões dos estabelecimentos estão fechados ao público mas é possível operar fazendo delivery. Supermercados funcionam normalmente, mas com restrição de público para circular para evitar aglomeração.
Rio Grande do Sul
Em decreto publicado na noite de terça (17), a prefeitura de Porto Alegre recomenda aos bares e restaurantes medidas similares às da Abrasel: que os salões operem com metade da capacidade de lotação, com mesas distantes no mínimo 2 metros e intensificação da limpeza de mesas e superfícies.
Brasília
Na quinta (19), o governo do Distrito Federal anunciou novo decreto, prorrogando o fechamento de escolas, academias e estabelecimentos comerciais até 5 de abril para conter o avanço do novo coronavírus. O funcionamento de serviços de entrega em domicílio está liberado neste período na capital federal.
Goiás
Em Goiás, o serviço de feiras livres, shoppings, bares e restaurantes está suspenso por 15 dias. O governador Ronaldo Caiado assinou o decreto na noite de terça (17). O serviço de delivery está liberado.
São Paulo
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, suspendeu na cidade todos os eventos públicos na sexta (13) e desde segunda (16) todos os eventos privados que necessitam de alvará. Na quarta (18), o prefeito declarou em coletiva de imprensa que assinou um decreto que proíbe o atendimento presencial no comércio a partir de sexta (20) até o dia 5 de abril, permitindo apenas a venda on-line ou por telefone.
O decreto, no entanto, não vale para alguns serviços de alimentação.
O decreto, no entanto, não vale para alguns serviços de alimentação.
Está liberado o funcionamento de hipermercados e supermercados, padarias, lojas de conveniência, restaurantes, lanchonetes e feiras livres na cidade de São Paulo durante o período do decreto, desde que se cumpra as medidas preventivas com intensificação de limpeza, disponibilização de álcool gel aos clientes e demais informações sobre como prevenir o coronavírus.
O governador do estado, João Dória, recomendou na quarta (18) que os shopping centers de toda a capital e região metropolitana têm até segunda-feira (23) para fecharem. A estimativa é que permaneçam fechados até 30 de abril.
Bares, lanchonetes, restaurantes e padarias estão liberados para funcionar no estado de São Paulo, desde que apliquem as medidas de prevenção tais como intensificar a limpeza das superfícies, distanciar mesas e evitar lotação dos salões.
Rio de Janeiro
Na segunda-feira (16), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decretou situação de emergência. O decreto é sobre atividades do setor público, sem detalhamento acerca do serviço de bares e restaurantes. Em entrevista, declarou estar em contato com representantes do setor para aperfeiçoar o decreto. No entanto, o governador apelou aos empresários que mirem no exemplo dos holandeses e fechem os salões de seus negócios, operando apenas por delivery.
Minas Gerais
O governador Romeu Zema decretou estado de emergência em saúde pública na sexta (13). Segundo consta no site da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, a recomendação ao público é cancelar aulas, shows e eventos com aglomeração e redobrar os cuidados com higiene, sem mencionar o funcionamento do setor de alimentação fora de casa.
Espírito Santo
Na terça (17), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, anunciou novas medidas de prevenção para o coronavírus. Até o momento, o estado não se pronunciou diretamente ao setor de alimentação fora de casa, porém proibiu por 30 dias a abertura de espaços culturais e realização de eventos de qualquer natureza. O governador anunciou também a abertura de uma linha de crédito emergencial do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo e do Banco do Estado do Espírito Santo para empresas de todos os portes que foram impactadas com a menor circulação de pessoas, como comércio e serviços. "Outros segmentos poderão ser incluídos com o desenrolar do cenário de crise", diz a nota oficial.