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Restaurantes

“Restaurantes terão menos clientes, mas que gastam mais”, prevê consultor

Andrea Torrente
30/06/2016 21:46
Sérgio Molinari, da Food Consulting, traçou um cenário para o setor da alimentação fora de casa. Foto: Antonio More.
Sérgio Molinari, da Food Consulting, traçou um cenário para o setor da alimentação fora de casa. Foto: Antonio More.
A crise econômica que enfrenta o Brasil e que se refletiu no setor da alimentação fora de casa está trazendo mudanças profundas no comportamento do consumidor: “Quando a crise passar, os restaurantes terão menos clientes, mas que gastam mais”, prevê Sérgio Molinari, fundador da Food Consulting, empresa com sede em São Paulo especializada em pesquisas e consultoria para restaurantes. O empresário esteve nesta quinta (30) em Curitiba para participar do Encontro Nacional Abrasel e conversou com o Bom Gourmet.
Molinari apresentou um provável cenário do setor para os próximos anos.”A crise que começou no final de 2014 deve se arrastar até o segundo semestre de 2017 e vai trazer mudanças no comportamento do consumidor. Os restaurantes vão sofrer uma diminuição do movimento de pessoas, mas os clientes futuros serão mais exigentes e dispostos a gastar mais. O tíquete médio vai subir e os restaurantes devem se adequar ao novo comportamento do cliente”, explica o empresário.
Segundo Molinari, o Brasil vai passar por um processo de mudança que já aconteceu em outros países que sofreram pela crise econômica em anos recentes como Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Espanha, China, Canadá e Japão. “Quando a crise passar, em 2018-2019, o mercado voltará a ter o mesmo tamanho pré-crise, mas terá mudado: o consumidor será mais seletivo. Os restaurantes devem se reinventar oferecendo uma experiência completa: boa comida, bebida, atendimento, ambiente e tecnologia”, diz o consultor.
Enquanto o cenário não voltar a crescer, restaurantes vão continuar brigando por uma fatia de mercado menor: “Como tem menos pessoas comendo fora de casa, os restaurantes tendem a roubar a clientela dos outros. É que nem o jogo rouba-monte”, explica Molinari.