Thumbnail

Restaurantes

Madero encerra a marca Dundee e incorpora cardápio fast-food ao Jeronimo

Guilherme Grandi
12/12/2019 18:10
Criada pelo Grupo Madero, do chef Junior Durski, para competir com redes de fast-food em praças de alimentação de shoppings, a marca Dundee foi encerrada após oito meses de operação. A única loja aberta como um piloto no shopping Palladium, em Curitiba, foi transformada em uma nova versão do Jeronimo, bandeira criada há dois anos com um conceito de fast-casual que já possui 35 lojas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do país.
Novo Jerônimo no Shopping Palladium, em Curitiba, onde antes funcionava o Dundee Burgers. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
Novo Jerônimo no Shopping Palladium, em Curitiba, onde antes funcionava o Dundee Burgers. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
A mudança da estratégia se deu após a constatação de que a marca Jeronimo tinha uma presença mais consolidada de mercado, ao mesmo tempo em que o cardápio do Dundee havia sido mais bem aceito pelo público. No Dundee os sanduíches eram semelhantes aos do Madero, mas custavam até 60% menos (a partir de R$ 8,80). Assim toda a linha de hambúrgueres de diferentes tamanhos e sobremesas do Dundee foi incorporada à rede Jeronimo, bem como o formato de loja.
“O Dundee foi criado realmente como um teste de uma operação em shopping center, e se mostrou muito mais democrático com produtos de altíssima qualidade e serviço rápido e dinâmico. Aí passamos a testar o cardápio dele nas lojas do Jeronimo e a aceitação do público foi melhor do que era antes, aumentou muito o resultado da operação e expandimos para toda a rede”, explica Rafael Mello, diretor de operações do Grupo Madero.
Com essa reformulação, o Jeronimo passa a atuar tanto em lojas de rua com mesas e cadeiras quanto em shoppings centers apenas com balcão e autoatendimento — e também nas versões em contêiner com drive-thru em São Paulo, Santos, Campinas e Itupeva (SP), Ponta Grossa (PR) e Uberlândia (MG). A expectativa do grupo agora é abrir mais 45 lojas dos diferentes formatos nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em 2020.

Expansão

A reformulação da marca também contou com a criação de um quiosque exclusivo para as sobremesas do Jeronimo e produtos mais simples, como os sundaes e casquinhas a partir de R$ 3. “Era um antigo sonho nosso atuar neste formato, e estamos fazendo um teste com o quiosque no Shopping Palladium desde o começo do mês”, completa Rafael Mello. Ainda não há uma meta de expansão dos quiosques, mas a ideia é abrir um em cada shopping onde o Jeronimo já tenha operação.
A nova estratégia da Grupo Madero também contempla a expansão da marca A Sanduicheria do Junior Durski, aberta no ano passado com sanduíches preparados no pão baguete. A operação começou com uma loja no Shopping Mueller, em Curitiba, e já soma quatro unidades na capital paranaense, uma em São Paulo e uma em Salvador. A expectativa é abrir pelo menos mais quatro no estado de São Paulo e no Distrito Federal em 2020.
A mudança da estratégia de mercado do grupo também contempla a criação de um quiosque de sobremesa do Jerônimo e a expansão da rede A Sanduicheria do Junior Durski. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
A mudança da estratégia de mercado do grupo também contempla a criação de um quiosque de sobremesa do Jerônimo e a expansão da rede A Sanduicheria do Junior Durski. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.

Durski no pregão

A mudança na estratégia do Madero ocorre em um momento de preparação para a abertura de capital na bolsa de valores de Nova York, prevista para junho ou julho do ano que vem. Apesar da operação ainda estar sendo elaborada, a expectativa é de que a marca chegue ao pregão avaliada em R$ 8 bilhões.
“Decidimos abrir o capital na bolsa americana do que na B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo) para alcançarmos os investidores internacionais, que já estão de olho no Madero”, explica o diretor de operações da rede. O grupo tem mais de 180 operações espalhadas por 17 estados e o Distrito Federal.
Entre os acionistas da rede criada por Junior Durski está a gestora americana Carlyle, que comprou uma fatia de 23,3% da marca por R$ 700 milhões no começo deste ano. O grupo tem, ainda, o apresentador Luciano Huck e diretores internos entre os sócios. Após a transação com a Carlyle, o Madero alcançou a marca de R$ 3 bilhões de valorização.

Outras tentativas

Desde que o Madero abriu as portas há 19 anos, diversas outras marcas foram criadas para concorrer em diferentes setores do mercado de gastronomia. Além da Dundee, a mais recente bandeira a ser encerrada foi a Vó Maria Durski, que ficou aberta nove meses servindo apenas refeições com filé parmegiana. A marca tinha operações nos shoppings Mueller e Estação, em Curitiba, e chegou a planejar uma abertura no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR), que não foi concretizada.
A rede também operou uma unidade conceito chamada de Madero Sports Bar, que ficou aberta por quatro anos na Praça da Espanha, também na capital do Paraná, e foi transformada em uma loja do Jerônimo em 2018. A ideia de Durski era ter uma rede de bares temáticos de esportes nos moldes dos existentes nos Estados Unidos, com um cardápio diferenciado e telões transmitindo a programação de canais esportivos.
Além disso, o próprio Madero tentou uma internacionalização da marca com a abertura de uma loja em Miami, que durou três anos, e planos de operação em Sydney, na Austrália, e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O projeto internacional foi suspenso no ano passado para focar na expansão nacional.

Veja também