Restaurantes
Pizza e Whatafuck: a trajetória de sucesso de duas referências de comida de rua em Curitiba
Ao falar de comida de rua em Curitiba, dois nomes têm bastante força: Pizza e Whatafuck. A pizzaria e a hamburgueria, abertas em 2012 e 2014, respectivamente, se consolidaram como modelo para outros estabelecimentos de alimentação que abriram nos anos seguintes nas ruas Vicente Machado, São Francisco, Hauer Shopping e na “renascida” da Trajano Reis. Até então, comida de rua em Curitiba era sinônimo de cachorro-quente.
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Durante a tarde de 26 de abril, os empresários Daniel Mocellin, do Whatafuck, e Rafael Fusco, do Pizza, estiveram nos estúdios da Gazeta do Povo para um bate-papo sobre comida de rua pelo Bom Gourmet (assista o vídeo na íntegra ao final da matéria).
Atualmente, as três unidades do Pizza vendem em média 100 pizzas grandes por dia, equivalentes a cerca de 800 fatias. “A unidade da Trajano Reis, que foi a primeira que abrimos, é a nossa quarta unidade, e abrimos de novo em abril desse ano”, diz Rafael Fusco, sócio do Pizza ao lado de Lucas Cintra.
Inspirado pelo sucesso do Pizza, Mocellin e seu sócio, Guilherme Requião, montaram uma hamburgueria nos mesmos moldes: sem serviço de salão, com pedidos em uma “janelinha” e cardápio enxuto. Segundo Mocellin, a hamburgueria vende cerca de 860 hambúrgueres diariamente somando as duas unidades (Vicente Machado e Hauer Shopping) e coloca em prática um projeto de expansão. Isto é cerca de 27 mil sanduíches por mês. A previsão é abrir uma terceira unidade do Whatafuck no bairro Batel até junho e uma unidade em São Paulo.
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Diversificando os negócios
“Aproveitamos oportunidades. Agora precisamos começar a planejar”, disse Mocellin. A abertura do Roots (bar que só vende batata frita e churros no cone e chope), em agosto de 2016 foi um golpe de sorte: os empresários souberam dos imóveis para alugar e formataram o produto depois. “Tínhamos lugar para 14 pessoas sentadas e vendíamos de 300 a 500 sanduíches por dia. A saída foi vender batata frita no cone”. O mesmo aconteceu para a abertura da segunda unidade do Whatafuck e do Roots, no Hauer Shopping, em janeiro. Hoje, as lojas vendem cerca de 13 mil cones por mês.
A diversificação de produtos não foi apenas gastronômica para o Whatafuck: Mocellin e Requião lançaram uma linha de cervejas em parceria com a F#%*ing Beer e também um tênis com a Öus usando bagaço de malte para a sola do calçado.
Enquanto a batata frita e o hambúrguer se complementam (a média é de uma porção de batata frita vendida para cada dois hambúrgueres), a aposta dos sócios Fusco e Cintra foi abrir caminho para um novo mercado. Assim como inovaram no serviço em 2012 vendendo pizza al taglio com receita italiana, em dezembro de 2017 os sócios Fusco e Cintra abriram A Ostra Bêbada junto do sócio Diego Gasparin.
O bar de tapas tem cardápio focado em ostras de Guaratuba, Guaraqueçaba e Florianópolis, porções de conservas, chopes e vinhos em taça. O público do A Ostra Bêbada, segundo Fusco, é mais velho que o do Pizza – é como se os pais e avós sentassem às mesas da calçada do A Ostra Bêbada enquanto os filhos beliscassem uma fatia de pizza em pé na outra esquina -, mas continua sendo uma operação que sofre com as mesmas limitações que o Pizza.
“Estamos amarrados ao comércio de rua. Ajuda bastante ampliar o público, o mix de produtos, ter outra marca, mas ao mesmo tempo, chuva e frio atingem nosso negócio da mesma maneira”, explicou Fusco, no que Mocellin concordou.