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Sem glúten, sem lactose e com menos açúcar! Tradicional confeitaria do Bigorrilho renova cardápio
Em uma esquina tranquila do bairro Champagnat funciona uma confeitaria já conhecida dos moradores da região: o local é parada obrigatória para quem está voltando para casa e quer surpreender a família com um doce e também ponto de encontro de amigos que se reúnem para, via de regra, tomar um café e comer um pedaço de uma das diversas opções de tortas disponíveis. Fiéis, os clientes não abrem mão dos sabores tradicionais como estrogonofe de nozes, marta rocha, quindão ou a especialidade da casa: o bolo chiffon de morango.
Às vésperas do local completar 20 anos de funcionamento, a proprietária da Confeitaria Café Champagnat percebeu que precisava fazer algumas adaptações no cardápio – que é composto por doces e tortas clássicas. “Já há algum tempo, os clientes pediam por uma opção sem açúcar e também sem glúten e lactose”, conta Maria Cristina Cunha Teixeira que, ao lado da mãe, Neli Cunha Teixeira, comanda o local. Para isso, contou com a ajuda do chef pâtissier Diego Prado. O pedido de Maria Cristina ao confeiteiro foi claro: “Quero a melhor torta diet”.
Diego – que atualmente divide seu tempo entre o setor de confeitaria do restaurante do Nomaa Hotel, sua empresa de catering e o serviço de consultoria – teve o desafio de criar novas sobremesas para o tradicional cardápio da confeitaria, além de implementar pequenas alterações de técnicas e apresentação dos doces, mas sem mexer na essência das receitas que já fazem sucesso com os frequentadores do local. Depois de alguns testes e ajustes de ingredientes, duas novas tortas passaram a ocupar a vitrine da doceria: a cheesecake diet com calda de physalis (R$ 84,90 o quilo) – que veio para atender os que buscam uma opção sem açúcar –, e a torta de chocolate belga 70% (R$ 84,90), uma opção para quem excluiu da dieta o glúten e a lactose.
O chef garante que a falta dos ingredientes convencionais da confeitaria – açúcar, trigo e leite – não é impeditivo para uma sobremesa com muito sabor. “Com bons ingredientes, técnica adequada e uma apresentação bacana conseguimos criar doces que não deixam nada a desejar na comparação com os tradicionais.” Diego conta que chegar na textura das sobremesas originais é o principal desafio na execução de receitas adaptadas. “O açúcar e a farinha de trigo conferem estrutura aos preparos, então é preciso encontrar a combinação de ingredientes exata para que a sobremesa fique bastante parecida.”
A cheesecake diet é preparada com massa de castanhas e gordura de coco, recheio que tem como base o creamcheese e, para finalizar, a calda de physalis. O adoçante usado é o xilitol (extraído da fibra de alimentos como ameixa e framboesa), que foi escolhido por ser natural e por ter um sabor mais agradável ao paladar. A torta de chocolate belga 70% leva farinha de arroz e de amendoim, cacau 100%, chocolate belga e açúcar. Para substituir o leite, Diego usou o leite de coco. Como os doces são preparados na mesma cozinha em que são feitas as outras receitas, não estão livres da chamada contaminação cruzada.
Para Diego, incluir opções para pessoas com intolerância, restrições ou mesmo pensando nos que buscam alimentos mais leves e com menos doçura é um caminho sem volta na confeitaria. “Nos últimos três anos, temos percebido uma procura cada vez maior por produtos especiais, seja por pessoas com restrições ou mesmo por quem cuidar mais da saúde”, diz. Ele estima que, em cinco anos, a procura por sobremesas sem açúcar, glúten ou lactose irá aumentar a ponto de se igualar a dos doces tradicionais. “Vai ser 50/ 50”, prevê.
“A melhor torta da cidade”
Com receitas de família – e com a cozinha sob o comando da confeiteira Maricelma Goulart desde a inauguração, a confeitaria firmou-se como uma das mais tradicionais da cidade. “Mantivemos nosso padrão de qualidade ao longo dos anos, e ficamos conhecidos por algumas receitas especiais”, diz Maria Cristina.
Doces, salgados e cafés fazem parte do cardápio do local, que conta com área interna e mesas na varanda. Uma sobremesa chama a atenção na vitrine: a chiffon de morango (R$ 78,90 o quilo). A torta foge do tradicional bolo de camadas: é feita com massa chiffon de chocolate “escavada”, ou seja, sem o miolo. No local da massa, o doce é preenchido com morangos e um creme aveludado suave de chocolate branco. Para finalizar, recebe cobertura de ganache de chocolate. “É uma torta leve, que não enjoa”, define Maria Cristina. De tanto ser chamada pelos próprios clientes como “a melhor torta da cidade”, o estabelecimento apropriou-se do elogio como estratégia de marketing e passou a usar a frase para atrair ainda mais a clientela.
Outra sobremesa que não pode faltar na vitrine é o quindão (R$ 76,90 o quilo). Os docinhos clássicos são vendidos em centos (entre R$ 139 e R$ 169) ou em caixas prontas de 20 unidades (R$ 43,90): são opções como brigadeiro, dois amores, beijinho, olho de sogra, cajuzinho, camafeu, bombons e espelhados. Entre os salgados destaque para o empadão com duas variedades de recheio: frango com alho poró ou palmito (R$ 59 o quilo).
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