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Restaurantes

Dois bares de drinks que fizeram a história da coquetelaria fecham em Curitiba

Andrea Torrente
18/04/2017 21:01
Decoração em estilo art dèco caracterizou o Tiger Cocktails no Distrito 1340. Foto: Mariana Quintana.
Decoração em estilo art dèco caracterizou o Tiger Cocktails no Distrito 1340. Foto: Mariana Quintana.
Em março, a cena gastronômica ficou órfã dos dois bares que foram pioneiros na coquetelaria autoral em Curitiba. O Tiger Cocktails e o Le Voleur de Vélo fecharam as portas quase em concomitância. Após funcionar por cinco anos em uma charmosa casinha no Batel, o Le Voleur de Vélo, bar de drinks decorado com bicicletas estilosas comandado por Rafael Oliveira, encerrou as atividades no final do mês. Duas semanas antes, o Tiger Cocktails, do premiado mixologista Igor Bispo, já tinha deixado o Distrito 1340, espaço no Seminário que mistura várias atividades voltadas para um público apaixonado de motos, música rock e tatuagens, e onde operou por sete meses.
“O custo operacional não se sustentava”, explica Bispo, bartender reconhecido na cena nacional. “O público do Distrito era diferente do nosso que procurava um ambiente mais intimista. Sabíamos isso desde o começo, mas achamos que pelo volume de pessoas que passavam por lá, podia dar certo”, diz o bartender, que já planeja reabrir o bar em outro endereço em breve.
Igor Bispo, considerado o decano da coquetelaria em Curitiba: “todo bartender deveria ser mixologista”. Foto: Mariana Quintana.
Igor Bispo, considerado o decano da coquetelaria em Curitiba: “todo bartender deveria ser mixologista”. Foto: Mariana Quintana.
O Tiger Cocktails focava na coquetelaria autoral e se destacou como um dos bares de drinks mais conceituados da capital paranaense. Inaugurou a primeira vez em 2014 em anexo ao premiado restaurante Lagundri, no Centro, mas fechou em julho do ano passado por divergências de gestão entre os sócios. Reabriu dois meses depois no Distrito 1340 onde funcionou até o mês passado.
O espaço que era do Tiger Cocktails, no Distrito 1340, já foi ocupado por mais uma unidade do Taj Pharmacy, bar de drinks do Grupo Taj, que já tem uma casa em Curitiba e uma em Balneário Camboriú. Por enquanto o cardápio de bebidas é provisório. A nova carta de drinks, assinada pelo mixologista Pablo Moya, vai estrear em maio.
Le Voleur de Vélo funcionou de 2012 a 2017 no Batel. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo.
Le Voleur de Vélo funcionou de 2012 a 2017 no Batel. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo.
Mudança de foco no negócio foi a causa do fechamento do Le Voleur de Vélo, primeiro bar especializado na coquetelaria autoral a abrir em Curitiba. A casa, aberta em 2012, foi uma invenção do empresário Marcelo Silvério que tem duas paixões na vida – cocktails e bicicletas – e resolveu juntar as duas sob o comando do bartender Rafael Oliveira.
Rafael Oliveira do Le Voleur de Vélo vai continuar com eventos e consultorias. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
Rafael Oliveira do Le Voleur de Vélo vai continuar com eventos e consultorias. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
“Os custos aumentaram, o público mudou e ficou mais difícil fazer coquetelaria autoral. Além disso, ao longo dos anos começamos a fazer muitos eventos e a dar consultoria, atividades mais rentáveis do que o dia a dia no bar”, explica o mixologista. Apesar do fim do endereço fixo, o Le Voleur de Vélo vai continuar fazendo eventos – o último foi o Warung Day Festival em Curitiba – e dando consultorias.
Novos bares
Apesar dos fechamentos, o setor continua em alta na capital paranaense. Por dois bares que encerram as atividades ou se reinventam, outros já estão surgindo no pedaço.
Under Construction é o nome provisório do bar Spirits, focado em coquetelaria. A reforma começará em breve. Foto: Divulgação
Under Construction é o nome provisório do bar Spirits, focado em coquetelaria. A reforma começará em breve. Foto: Divulgação
No Hauer Shopping, novo polo gastronômico no Batel, já funciona desde janeiro com o nome provisório de Under Construction, um local especializado em drinks e chopes. Nas próximas semanas, a casa passará por reformas e, ao final de junho, deve reinaugurar sob o nome definitivo de Spirits, com tema e estrutura novas.
À frente do balcão está o bartender Angelo Camargo, conhecido por Carpa, com passagens pelo Tiger Cocktails e pelo Le Voleur de Vélo, com 30 opções de drinks, entre autorais e clássicos (preços entre R$ 15 e R$ 35). Dentre as bebidas assinadas por Carpa está o Okinawa Swell (R$ 15), feito com saquê, limão e coentro, e o Beer Mule (R$ 19), uma releitura de Moscow Mule feita com cerveja.
No mesmo local é previsto para abrir em junho, o .Gin, um bar especializado em coquetéis, com ênfase no gim. Quem assina a carta é o bartender Vinicius Kodama, finalista regional sul do World Class Diageo, o “Oscar” da coquetelaria, que já passou pelo Tiger Cocktails e pelo +55. O bar é um empreendimento dos sócios Rafael Kac, Daniel Kac, Thiago Colle, Arthur Maia – os dois últimos, também sócios do +55. O local, ainda em reforma, terá um lounge no segundo piso e um deck em frente.
Outra mudança na coquetelaria é a saída do bartender Gustavo Smolinksi do Gards Rooftop bar, casa que funciona no último piso do Pátio Batel. No entanto Smolinski, que já passou pelo balcão do Tiger Cocktails, já está com outro projeto: está montando a carta de drinks e estruturando o bar de um novo bistrô que deve abrir nas próximas semanas no Jardim das Américas.

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