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Novo bar de direita em BH tem prato “A Lula Tá Presa” e drink “Vai Pra Cuba”
No banheiro feminino, a imagem de ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher mostra o caminho. No masculino, basta seguir a placa estampada com Winston Churchill, também britânico. Estes e outros personagens da direita, que fizeram história no Brasil e no mundo, são homenageados no Destro, bar inaugurado recentemente em Belo Horizonte. Com o slogan “não contém mimimi”, o bar usa a política como inspiração do cardápio e decoração.
“Nossa ideia de ser sem ‘mimimi’ é uma forma de fazer piada com a gente mesmo”, diz José Neto, um dos sócios do estabelecimento que fica no bairro Sion, zona Sul da capital mineira. O empresário destaca os vários tipos de coxinhas da casa e o pato de borracha que acompanha um dos drinks, símbolo da campanha da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para não pagar a conta a das decisões políticas da ex-presidente Dilma Rousseff.
No cardápio, desenvolvido pelo chef Rafael Avelar, há diversos pratos batizados com nomes que fazem referência ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, e à esquerda brasileira — como o Tríplex (ossobuco, queijo canastra, mandioca cozida e molho de limão) e A Lula Tá Presa (anéis de lula salteados com shimeji no alumínio e pão sírio). Entre os drinks, desenvolvidos pelo mixologista Filipe Brasil, o destaque é o Vai Pra Cuba! (mojito de maracujá).
“Quando tive a ideia de abrir um bar da direita, eu já tinha as sugestões de prato e os nomes na minha cabeça, além da decoração”, relembra Neto, antes de se juntar aos amigos Daniel Laender, Guilherme Laender, Gustavo Lopes e abrir o local. O bar conta com uma cerveja artesanal exclusiva, a Destra, versões Summer Ale e IPA, produzidas pelo cervejeiro Cleber Paiva.
O conceito do Destro Bar é reforçado também no projeto visual com imagens e frases de figuras icônicas da história que marcaram sua posição liberal ou conservadora — ou algo perto disso. Dividem espaço nas paredes Martin Luther King Jr, Tom Jobim, Milton Friedman, Tiradentes, Dom Pedro II, Frank Sinatra e entre outros. Há também uma área externa de entretenimento com tiro ao alvo com armas de ar comprimido – uma referência à flexibilização do porte de armas.
Apesar de a concepção do Destro tenha sido baseada nos princípios do liberalismo e do conservadorismo, segundo os proprietários, José Neto afirma que “antes de sermos de direita, defendemos a liberdade de ideias. Aqui é um lugar aberto e livre pra todo mundo ter opinião”, diz.
Ele conta que mesmo antes de abrir, o bar criou polêmica. “Tinha gente de esquerda avaliando na internet que o atendimento era péssimo e a comida também péssima, sendo que nem tinha aberto ainda”, relembra. “Mas também há pessoas que apoiam e acreditam que vai dar certo”, disse.