Bakeries conquistam o paladar do curitibano

Com cheirinho de bolo fresco e pão caseiro, as bakeries estão ganhando território curitibano. Em 2011, eram poucos os estabelecimentos que traziam a palavra (em inglês, “bakery” representa o local onde se vende doces e salgados assados) em seu nome. Hoje, a quantidade é considerável. Carolina Parolin, coordenadora do Núcleo de Estudos e Laboratório de Serviços da Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo, sugere as razões do crescimento desse mercado.
“Os EUA popularizaram o tema pelos programas de televisão, como o Cake Boss (protagonizado pelo chef Buddy Valastro), e do YouTube. O forte apelo visual desses produtos desperta o sonho dos empreendedores”, afirma. E o conceito de bakery tem crescido com a tendência do mercado: o abandono da padronização e a busca pela produção artesanal qualificada.

Ingredientes de primeira linha e produtos com decorações impecáveis são premissas das bakeries. Na Special Treat (2011), Goodies Bakery (2013), e Vanilla Bakery (2014) os itens que dominam o cardápio são os doces, como cupcakes, tortas e bolos. A Marbô Bakery, inaugurada em 2015, vai pelo caminho dos pães de fermentação natural, brioches e doces especiais, como o tiramisù.

Embora não exista receita para um plano de negócio bem sucedido, alguns ingredientes são necessários. A pesquisadora explica que, para ser lembrado pelo consumidor, o empresário deve ir além da paixão pelo seu produto. Investir em estratégias de marketing e encontrar a própria identidade são pontos fundamentais, assim como a valorização das referências locais e a conexão com o cliente.

“Pensando no negócio, é muito melhor fazer uma padaria tradicional, com misturas prontas e ingredientes mais baratos. Por outro lado, ao valorizar o produto local ajudamos a comunidade e impulsionamos a economia”, afirma Oscar Luzardo, proprietário da La Panoteca Slow Bakery, inaugurada em 2012. A bakery produz dois tipos de pães de fermentação natural: os de origem, feitos com receitas tradicionais do Uruguai e de Portugal, e os pães feitos com trigo local, cultivado no Paraná.

Muitas bakeries fidelizaram os clientes por conta das encomendas antes de abrirem um local físico, como é o caso da Sugar Bakery, “As redes sociais impulsionaram minhas vendas e atraíram mais clientes”, conta Ana Luísa Torricillas, proprietária da loja.

Com os cursos de profissionalização a todo vapor, várias pessoas optam por transformar a casa em ambiente de trabalho. A bakery da chef pâtissière Iza Gazaniga, a Cake me Home Bakery, é sua cozinha. De lá, assa 60 cupcakes e cinco bolos de casamento por semana. A Chicago Bakery também não tem um espaço aberto ao público. Os proprietários Rodrigo Santiago e Daniele Kaiute Santiago (ele, chef boulanger e, ela, chef pâtissière), encontraram seu diferencial através do Clube do Pão, um sistema de delivery que oferece kits com três ou cinco variedades entregues em casa toda semana.