Restaurantes
Aos 66 anos, o tradicional Caruso Empadas anuncia que vai fechar
Após 66 anos de história, um dos pontos mais tradicionais de Curitiba anunciou o fim das atividades. A Caruso Empadas vai funcionar apenas até o dia 30 de dezembro deste ano. A decisão foi comunicada em um vídeo - publicado no site do jornalista Reinaldo Bessa - por Guilherme Caruso, que está à frente dos negócios da família há 20 anos e é neto do fundador, Enrico Caruso.
“Com muita dor no coração tive que chegar nessa decisão”, disse Guilherme, no vídeo. Segundo o empresário, desde 2015 o negócio enfrenta dificuldades e, com a pandemia da Covid-19, ficou ainda mais difícil manter o ponto fixo, localizado na Rua Visconde do Rio Branco, 877. “O alto custo de manutenção e as demais despesas agregadas inviabilizaram o negócio”, explica o empresário.
Guilherme conta que essa não é primeira vez que a Caruso Empadas é fechada. Em 1981, o fundador Enrico Caruso chegou a encerrar as atividades. “Ficou cerca de um ano fechado e meu avô acabou voltando após pressão dos clientes. Dessa vez, depois de muito refletir, chegou o momento de tomar essa decisão e decidi que 30 de dezembro será nosso último dia”, afirma.
Apesar da notícia triste e da grande perda para a gastronomia curitibana, resta uma esperança para os clientes e fãs das empadas Caruso: Guilherme pretende produzir as empadas em casa, vendendo-as congeladas. “No momento, vou me concentrar no fechamento e resolver todos os problemas. Mas farei o possível para seguir de uma outra forma, em outro formato. Não estou desistindo, quero continuar”, conclui.
História
A tradicional empada com massa folhada - no lugar da massa podre - e recheada com palmito e camarão é uma receita desenvolvida por Antonio Nerone Caruso. Criado em 1954, o quitute se tornou um clássico curitibano. A pretensão, no entanto, não era essa. A empada foi feita por Antonio Caruso apenas para atender a um pedido do filho, Enrico, que pediu ao pai que preparasse algo para os seus amigos de bolão (jogo semelhante ao boliche). Depois, o salgado passou a ser vendido no armazém de secos e molhados da família - no mesmo endereço em que a Caruso Empadas está até hoje.