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Quanto mais velho, melhor? Conheça quatro mitos sobre vinho
Entre os mitos relacionados ao vinho derrubados pela sommelière da Wine estão a ideia de que quanto mais velho, melhor, e que vinhos com tampa de rosca são de qualidade inferior. Pixabay
Vinho bom é vinho velho? Quanto mais doce, mais açúcar? É a rolha que determina a qualidade? Esses são algumas informações que cercam o universo do vinho, e que fazem com que admiradores da bebida às vezes se confundam, o que pode interferir até no processo de degustação e apreciação.
“Apesar de abranger muitos conceitos e informações, o universo dos vinhos não deve ser tido como algo assustador ou difícil, muito pelo contrário", explica Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine, um dos principais clubes de assinaturas de vinhos do mundo. "Ele pede apenas uma boa dose de disposição para conhecer as mais diversas variações que um vinho pode apresentar e encantar com experiências e momentos incríveis”, acrescenta.
A melhor maneira de escapar de mitos sobre o vinho é ouvir quem entende. O clube elaborou uma lista de mitos para esclarecer alguns pontos até então tratados como verdades absolutas dentro desse universo infinito de cultura e conhecimento.
Quanto mais velho, melhor o vinho
Mito. Os chamados vinhos jovens, que já estão prontos para o consumo logo após a fabricação, oferecem a mesma qualidade do que vinhos com mais idade. Boa parte dos vinhos produzidos no mundo entram nessa categoria e devem ser consumidos em uma média de cinco anos a contar da sua safra. Existem, claro, exceções, como os vinhos com mais estrutura, mais taninos e boa acidez, que são mais longevos e se beneficiam do envelhecimento em garrafa.
O vinho conta com uma curva de evolução: nasce, evolui, atinge a plenitude e começa a morrer ou declinar. Na dúvida, a dica é checar sempre o tempo de guarda indicado pelo enólogo, informação que está na ficha técnica do produto.
Vinhos com tampa de rosca (screw cap) são de baixa qualidade
Mito. Esse tipo de tampa foi criado para suprir a demanda de rolhas em todo mundo, muito maior do que a oferta. Hoje, é vista como uma boa alternativa para vedar as garrafas. As rolhas de cortiça são produzidas por uma árvore chamada Sobreiro, que se regenera a cada nove anos, e então podem dar origem a uma nova leva de rolhas. Assim, é impossível vedar todas as garrafas produzidas com as rolhas tradicionais.
A tampa de rosca consegue cumprir o real objetivo da rolha: proteger o vinho do contato com o oxigênio, preservando a bebida, deixando-a pronta para o consumo.
Vinhos com sabor mais adocicado contam com açúcar na composição
Mito. Esse adocicado dos vinhos finos vem do açúcar residual da própria uva - o açúcar que não foi consumido pelas leveduras e transformado em álcool no processo de fermentação. Às vezes o teor de açúcar não é percebido na boca, já que a sensação da doçura pode ser suavizada pela acides do vinho. Todos os elementos estruturais do vinho - acidez, taninos, corpo, álcool e açúcar residual, influenciam uns aos outros. O fundamental é o equilíbrio entre eles, que faz do vinho algo agradável ao paladar.
Vinhos verdes têm esse nome por causa da sua cor verde
Mito. Vinho verde é uma Denominação de Origem Controlada (D.O.C) de Portugal. Apenas os vinhos obrigatoriamente produzidos nessa região, que seguem as regras definidas pelo conselho regulador é que recebem essa classificação. Vinhos verdes nem sempre são brancos; podem ser também espumantes, rosés e até tintos.