Esqueça a máxima de que agosto é o mês do desgosto. Afinal, um mês em que a primeira sexta-feira é dedicada a comemorar a cerveja não pode ser ruim. Sim, hoje (5/08) é o Dia Internacional da Cerveja. A data foi criada em 2007 por um grupo de amigos nos Estado Unidos e pegou. Hoje, é comemorada em mais de 50 países. Para todo mundo entrar nessa comemoração, preparamos uma miniguia cervejeiro, com um beabá sobre a bebida e sugestões para os já iniciados.

A sommelière Fernanda Barzenski, do Clube do Malte, é quem nos ajuda nessa tarefa. Vamos começar?

Antes de mais nada, se você já é um cervejeiro experiente deixo aqui a minha dica: pule lá para as sugestões. Essa introdução é mais para a turma dos que ficam sem saber muito o que escolher quando estão diante daquelas paredes com torneiras de diferentes tipos de cerveja. Sabe como?

Mas se esse é exatamente o seu caso, vem que vamos te ajudar.

Para começo de conversa, entenda: o mundo das cervejas é dividido em três grandes famílias. Lager, Ale e Sour. O que diferencia uma da outra é a fermentação, que tem relação direta com o sabor.

As cervejas Lager são de baixa fermentação, possuem um sabor mais suave, baixa turbidez e, em geral, baixo teor alcoólico. É nessa família que estão as populares Pilsen e American Lager, campeãs de venda no mundo.

As cervejas da família Ale, por sua vez, são de alta fermentação. Possuem sabor mais marcante e teor alcoólico elevado. Por fim, as Sour. Essas são as de fermentação espontânea e a principal característica delas é a acidez.

Entendidas as famílias, agora vamos às variações dentro de cada uma delas. Calma, não vamos falar de todas. Para isso, precisaríamos escrever um livro. Afinal, são mais de 150. Mas acompanha aqui as explicações da Fernanda sobre três sugestões dela para quem deseja ir um pouco além da velha e conhecida Pilsen.

A IPA ( India Pale Ale) é da turma das cervejas Ale e sua principal carcaterística é a valorização do lúpulo, que dá notas de amargor e aromas mais herbais para a bebida.

Apesar do amargo presente e do alto teor alcoólico, uma boa IPA precisa ter drinkability. Isso quer dizer: te deixar sempre com vontade de mais um golinho. Dentro dessa estilo, existem algumas variações. A mais alcoólica e amarga delas é a Double IPA, caso da Não me Kahlo

Cerveja recomendada pela Fernanda, ela é uma criação da sommelièr curitibana Janaina Pinho (@beerinfluenza). Com hibisco e pitaya, a Não me Kahlo tem uma coloração avermelhada e um toque de frutas tropicais.

Olha aí, nem só de Pilsen vive a família das Lager. A Bock é uma cerveja de baixa fermentação e bem encorpada. Diferente das IPAs, na Bock é o malte que ganha destaque. Isso quer dizer que você terá aqui sabores que lembram mais os que encontramos na panificação.

Como o malte entra nesta cerveja torrado, ela fica carregada de notas de caramelo, chocolate, café e toffee. Então, esse tipo de cerveja combina muito com ingredientes que casam com essa família de sabores.

Nessa opção sugerida por Fernanda, por exemplo, foram adicionados nibs de cacau e pimenta. "Tem um dulçor que lembra chocolate ao leite e no fim uma pimenta que não arranha na garganta, é bem equilibrada", comenta a sommelière.

Esse estilo que nasceu na Alemanha é da turma das Sour. As principais características dele são: o trigo e a presença de sal na bebida. Junte isso à acidez própria das Sour e bum; você tem uma cerveja pra lá de complexa.

Nessa sugestão da Fernanda, ainda foram adicionados caju e amora à bebida. Não, não é uma cerveja fácil de apreciar. Mas, segundo Fernanda, vale o desafio.

"Você vai sentindo as camadas, os planos de sabor que ela tem. É uma cerveja complexa, que possui um leque sensorial enorme. Feita para desafiar o paladar. "