Plantão
Madero começa a produzir seus próprios hortifrútis para abastecer toda a rede
Alface e tomate para começar. Depois virão todos os outros hortifrútis, rúcula, salsinha e temperos variados, até chegar a ovos, galinhas e frango. A partir do segundo semestre desse ano, a rede Madero vai deixar de lado seus fornecedores e começar a produzir seus próprios ingredientes na Fazenda Madero, em Palmeira, nos Campos Gerais.
O processo que vai substituir os vários fornecedores da rede – atualmente o maior é o Rio de Una, em São José dos Pinhais – vai demorar anos, mas vai começar entre agosto e outubro desse ano quando será realizada a primeira colheita de alface e tomate. Ao final do processo, toda a produção de hortifrútis, além de ovos, frangos e galinhas será orgânica.
“Estamos em fase de implantação e até o fim do ano estaremos produzindo os primeiros hortifrúti, alface e tomate”, explica em entrevista exclusiva ao Bom Gourmet, o dono do Madero, Junior Durski. “Depois rúcula, hortelã, salsinha, cebolinha, manjericão e todos os temperos que usamos na nossa fábrica de Ponta Grossa e em todos os restaurantes do Brasil”, diz o empresário.
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Investimento
A Fazenda Madero tem uma área de 10 hectares (100 mil metros quadrados) e o investimento inicial é de R$ 2,5 a R$ 3 milhões. O terreno é do empresário Rogério Nogarolli e dos filhos, Vicente e João, que também são franqueados da rede – eles têm dois contêineres Madero, em Palmeira e em Guarapuava – e que agora viraram sócios da nova empreitada de Junior Durski. Toda a produção da Fazenda Madero será absorvida pelos restaurantes rede.30
Produção orgânica
De acordo com Durski, a produção será orgânica, isto é, livre de agrotóxicos. “Para conseguir o selo orgânico pode demorar até quatro anos. A legislação prevê que seja feita uma descontaminação da terra onde agora são plantados soja e milho e criada uma barreira de árvores para impedir que os agrotóxicos da plantação do vizinho invadam a nossa horta”, afirma o empresário.
O dono da rede garante que, apesar da migração para o cultivo orgânico (mais caro que o convencional), o preço final para o consumidor não será afetado. “Produzir orgânicos vai custar 40% mais caro, mas não vamos repassar a diferença para o cliente porque vamos manter nossa margem de lucro aumentando a quantidade de clientes dos restaurantes. Hoje tem uma clientela que procura ingredientes orgânicos em restaurantes”, explica Durski.
Para conter os custos de produção dos orgânicos, o empresário aposta na tecnologia, como estufas e as melhores mudas para garantir uma cultivação intensiva. Em 2018, o Madero estima produzir 120 toneladas por ano de alface e 102 toneladas de tomate. A previsão é que em 2023, a produção de alface chegue a 840 toneladas por ano e a de tomate a 714 toneladas.