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Jamie Oliver diz que ‘amadureceu a ideia’ para trabalhar com a Sadia
Quem acompanha a trajetória do chef inglês Jamie Oliver em seus programas de gastronomia sabe que o profissional sempre foi um defensor da comida saudável, inclusive ficando à frente de projetos em favor disso, como o Food Revolution (movimento criado por ele com o objetivo de difundir a boa alimentação). Porém, uma visita ao Brasil está dando o que falar. Ele desembarcou na última terça-feira (5) para fechar uma parceria com a Sadia que vai lançar uma linha de produtos à base de frango. A união entre o chef e a empresa foi, inclusive, um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
Em entrevista à Agência Globo, o chef afirmou que há uns três ou cinco anos, não trabalharia para grandes empresas. Mas, disse que amadureceu e sabe que para ser grande tem de trabalhar numa escala maior. O “ativismo deve estar em todas as esferas”. O chef ainda citou o McDonald´s do Reino Unido (ele inclusive fez um documentário em que denunciava o processo de fabricação da carne do hambúrguer), que melhorou a qualidade de seus produtos.
A parceria prevê uma linha de pratos individuais e porções maiores à base de frango. Segundo a Sadia, as porções individuais devem custar entre R$ 15 e R$ 20, e as maiores, de R$ 20 a R$ 25. A Sadia informa já ter investido R$ 50 milhões no projeto, iniciado há um ano.
A associação do chef com a empresa está repercutindo mal na internet. Em seu instagram, ao divulgar a parceria, ele tem recebido comentários negativos, normalmente de usuários brasileiros. Os chamados “embaixadores” do Food Revolution também resolveram deixar seus cargos. Em entrevista à Agência Globo, a embaixadora no Brasil, Lara Folster, afirmou que não faz sentido ele defender a alimentação saudável e se unir à Sadia. Uma consequência da parceria pode ser a retirada do espaço Food Revolution do Festival de Gastronomia Orgânica em São Paulo, um dos eventos mais importantes de alimentação saudável, que ocorre em outubro.
Além da linha de congelados gourmet, o chef está defendendo ações junto à empresa como o Saber Alimenta, um projeto pedagógico que, segundo o chef e a Sadia, seria baseado no Kitchen Garden Project no Reino Unido. O piloto do projeto vai ser testado com centenas de crianças até o fim de 2016, e adotado por escolas do Brasil em 2017.
Essa não é a primeira vez que a visita do chef ao Brasil rendeu comentários negativos. Quando esteve aqui , em 2014, ele disse que o quindim, brigadeiro e beijinho era um “bando de porcaria“. O chef continua no Brasil até domingo (10). Nesta ele estaria finalizando os produtos da sua nova linha. No sábado, ele participa do programa É de Casa, da Rede Globo.
