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Chef Ivan Lopes vai fazer jantar amazônico

Bruna Covacci
28/06/2016 17:00
O chef Ivan Lopes vai fazer um corte ainda pouco conhecido da costela, chamado de Entranha, que apesar do nome é extremamente saboroso, ainda mais quando é de novilho precoce Angus. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo.
O chef Ivan Lopes vai fazer um corte ainda pouco conhecido da costela, chamado de Entranha, que apesar do nome é extremamente saboroso, ainda mais quando é de novilho precoce Angus. Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo.
Defensor da gastronomia local, o Chef 5 Estrelas Bom Gourmet Ivan Lopes acaba de voltar de uma viagem gastronômica a Belém, no Pará, onde visitou o festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense. Sua intenção foi conhecer melhor a cultura alimentar amazônica e seus produtos. De lá, trouxe ingredientes que prometem mudar a sua forma de cozinhar. Para ele, existem muitas técnicas e insumos ainda desconhecidos e que precisam ser valorizados. No momento, ele está preparando o cardápio temático de um jantar, ainda sem data prevista, para 18 pessoas.
Em companhia de outros chefs, Lopes desbravou parte da região Norte: visitou comunidades ribeirinhas, produtores de cacau nativo e um sítio com mais de 250 espécies de frutas amazônicas catalogadas. Para conhecer os peixes vendidos no Mercado Ver-O-Peso, o chef conta que é preciso chegar de madrugada. “Quando eu chegava às 7h30 muitas coisas já tinham acabado ou estavam sendo recolhidas”, disse.
Camarão seco. Foto: Ivan Lopes.
Camarão seco. Foto: Ivan Lopes.
A recepção belenense também foi elogiada e observada. “Em um dos sítios fomos recebidos com um típico banquete paraense com açaí, farinha, pirarucu frito, camarão seco, feijão de Santarém. Este que vem muito temperado acompanhado de carne seca e frango condimentado  ervas amazônicas”, explica.
Pirarucu seco, considerado o bacalhau brasileiro. Foto: Ivan Lopes.
Pirarucu seco, considerado o bacalhau brasileiro. Foto: Ivan Lopes.
Na bagagem, Lopes trouxe de volta para Curitiba mais de dez ingredientes, como farinha amarela, feijão de Santarém, tucupi, queijo do Marajó, jambu, chicória (coentro do Pará), aviú (crustáceo do tamanho de uma unha de água doce), camarão seco, polpa de bacuri, sopa de graviola, cupuaçu e manteiga de cupuaçu.“Não é tudo que dá para trazer, infelizmente. Algumas coisas é possível congelar ou embalar à vácuo para poder transportar”, explica o chef.
Diferentes tipos de farinhas. Foto: Ivan Lopes.
Diferentes tipos de farinhas. Foto: Ivan Lopes.
“A experiência de uma viagem como essas é muito bacana. Conheci o mel de cacau, foi amor à primeira vista. Foi o que mais me impressionou”, diz. Visualmente se parece com uma água de coco, mas o sabor é levemente cítrico e doce com um gosto sutil de fermentação. “Estou pensando em usá-lo em drinks ou ceviche”.
Mel de cacau. Foto: Ivan Lopes.
Mel de cacau. Foto: Ivan Lopes.
Outra ideia de Lopes é trazer o chocolate “De Mendes”, feito com cacau selvagem (jari). “O proprietário vai até as comunidades que produzem cacau nativo para ajudar os ribeirinhos a cultivarem, socarem, fermentarem, colherem e torrarem o ingrediente corretamente. Depois ele compra o produto e finaliza artesanalmente seu chocolate”, explica.