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Curitibana supera sabor de prato da chef Helena Rizzo e ganha elogios no segundo episódio do The Taste Brasil
Você tem apenas uma pequena chance para impressionar. Pequena como uma colher chinesa. Este é o conceito da competição The Taste Brasil que está no início da terceira temporada. O programa traz novamente os mentores Felipe Bronze, Claude Troisgros e Andre Mifano, com a chef gaúcha Helena Rizzo se juntando ao time, cada um com a missão de orientar três participantes, tornando o programa ainda mais competitivo.
No primeiro episódio, 24 participantes concorreram às 12 vagas finais. Às cegas, cada mentor formou seu time, experimentando as colheres elaboradas pelos candidatos, conceito que consagrou o programa. Entre os finalistas, está a cozinheira e empresária curitibana Fernanda Zacarias, proprietária do empório Ragú Rotisseria, no Batel. Ela concedeu entrevista exclusiva ao Bom Gourmet contando sobre a experiência no The Taste Brasil.
Fernanda, que é a única representante do sul do Brasil e está no time de Andre Mifano, iniciou sua trajetória na cozinha profissional em 2011, quando venceu o concurso Desafio do Chef, promovido pelo Bom Gourmet. Naquele mesmo ano, a cozinheira abandonou a advocacia e começou a se dedicar integralmente à gastronomia.
Times formados, a competição começou pra valer. O segundo episódio do programa, que premiará o vencedor com R$ 100 mil, trouxe um nome de peso para ser jurado da primeira prova: o chef Alex Atala. Na prova, determinada pelo estrelado chef brasileiro, os candidatos deveriam elaborar uma releitura de virado à paulista em no máximo uma hora. “A cozinha brasileira ainda é uma íntima desconhecida, e é exatamente isso que eu vou provocar com vocês”, declara Atala. Apenas uma colher, escolhida pelo mentor de cada equipe, segue para a degustação do chef.
No time de Felipe Bronze, vencedor das duas temporadas anteriores, estão Marcos Carioba, Priscila Teixeira e Sheilla Furman. Marcos acaba se perdendo com o tempo, entregando a colher no último segundo, mas se torna o escolhido para a próxima etapa.
No time de Andre Mifano, estão Leandro Nunes, Rafael Andrade e a curitibana Fernanda Zacarias. Em um primeiro olhar, Andre acredita que a receita de Fernanda está ácida, mas volta atrás após experimentar: “está exato”, escolhendo a curitibana para representar a equipe.
No time de Claude Troisgros, estão Júlia Tricate, Juliana Rezende e Dennys Vega. O peruano Dennys fez um azeite de couve com ovo cozido. Claude fica impressionado com Júlia: “Dá pra ver, ela quer fazer bonito”, e escolhe sua colher para degustação de Atala.
No time de Helena Rizzo, estão Michelle Cailleaux, Raquel Amaral e Thiago Berton. Raquel demonstra ser contrária a uma sugestão de Helena, que sugeriu a vinagrete com ovo: “todo mundo faz ovo, sempre, em toda temporada e todo tema”. Após criticar a falta de feijão na colher de Thiago, Helena escolhe Raquel para representar a equipe.
Na hora de experimentar as colheres, Atala achou que a colher de Fernanda ficou muito grande: “poderia ter sido tudo um pouquinho menor”. Ao avaliar Júlia, “mais uma colher grande, mas entrega mais todos os sabores do virado à paulista”. Na colher de Raquel, “um pouquinho passado no sal, mas mais divertido”. Por fim, na colher de Marcos, Atala sentiu muita pimenta.
“De sabor, todos incríveis, todos entregam a receita”, declarou o chef. Mas a escolhida, que segundo Atala foi além do que ele próprio soubesse responder, foi a colher do time de Helena Rizzo, feita por Raquel. Assim, a participante se tornou imune para a prova eliminatória.
Prova de eliminação
Seguindo no mesmo caminho das releituras e interpretações, o desafio da prova que determinou o eliminado do dia era preparar, também em uma hora, uma colher que representasse a cozinha de um dos quatro mentores do programa, independentemente das equipes onde estavam inseridos.
Atala voltou neste momento para dar dicas aos participantes, afirmando que a cozinha de Claude era sobre fundamento, construção de sabor; Helena apresenta uma cozinha moderna, com brasilidade latente e acento espanhol; André passeia por várias vertentes, “tem segurança em passar do Brasil para Itália, da Itália para França, da França para o Japão”; e Felipe foi elogiado pela capacidade de tirar o melhor de sua equipe: “a melhor comida de um restaurante não é a que o chef faz, é a que o chef tira de uma equipe”.
Ao receber o menu com as colheres que seriam preparadas, os chefs ficaram confusos ao tentar reconhecerem seus pratos. Referenciando Helena, Fernanda Zacarias fez o prato polvo e batata com azeite aromatizado de carvão. A mentora Helena Rizzo gostou muito da receita da curitibana e fez o melhor dos elogios: “está melhor do que o meu”, sentenciou.
A maioria dos participantes realizou releituras da cozinha de Claude, como Leandro, Rafael, Raquel e Júlia, que fez uma reinterpretação da receita que deu ao restaurante da família de Claude três estrelas no Guia Michelin.
Outros três pratos foram elogiados. O de Leandro (Filhote na manteiga, banana da terra e biri-biri), Marcos (Éclair de atum) e Michelle (Sopa fria de jabuticaba com camarão rosa). Entre os mais criticados, ficaram Júlia (Salmão e azedinha), Priscila (Picadinho) e Raquel (Terrine de polvo).
No fim, por três votos a um, a colher vencedora foi a de Marcos. Júlia ficou visivelmente abalada por ter errado na tentativa de homenagear a família de Claude com seu salmão e azedinha, assim como Priscila e sua releitura de um picadinho da cozinha de Helena. Raquel, imunizada por ter ganho a primeira prova, parecia mais conformada com o erro. No fim, Priscila foi eliminada, por ter descaracterizado um prato que é comum para o paladar dos brasileiros. “Não havia um picadinho ali, faltou ‘mordida'”, resumiu a chef.
Mudanças
Felipe relembrou que, nesta temporada, surge o recurso da Golden Card, uma única carta que permite um dos mentores salvar alguém da eliminação. Porém, a única regra é que os times tenham um ou nenhum participante. O próximo episódio do The Taste Brasil vai ao ar na próxima quinta-feira, às 22 horas, no canal por assinatura GNT.