Negócios e Franquias
Empresários brasileiros miram no mercado árabe para ampliar negócios
Com um volume de aproximadamente US$ 7,9 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões) em comidas e bebidas compradas do Brasil apenas em 2019, os 22 países que formam a Liga Árabe pretendem ampliar ainda mais os negócios na área de alimentação nos próximos anos. Produtos do agronegócio permanecem como os mais exportados -- com 65% do volume total de vendas aos árabes. Mas, alimentos industrializados de panificação e lácteos, além de frutas, castanhas e café prometem gerar boas oportunidades de negócios aos empresários brasileiros.
Isso porque boa parte do consumo dos árabes vem aumentando ano após ano,
com uma população crescente em um mercado cada vez mais diverso que vai além do
comércio de petróleo e derivados. Segundo a Câmara de Comércio
Árabe-Brasileira, os países da região se tornaram o terceiro maior parceiro
comercial do Brasil em apenas um ano – ocupavam a quinta posição em 2019.
com uma população crescente em um mercado cada vez mais diverso que vai além do
comércio de petróleo e derivados. Segundo a Câmara de Comércio
Árabe-Brasileira, os países da região se tornaram o terceiro maior parceiro
comercial do Brasil em apenas um ano – ocupavam a quinta posição em 2019.
Igor Brandão, gerente de agronegócio da Agência Brasileira de Promoção
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), explica que o Brasil já tem uma
posição consolidada no fornecimento de proteína animal produzida pelo método de
abate Halal, seguindo os preceitos da religião islâmica, e de grãos e cereais.
No entanto, o objetivo agora é abrir mercado árabe para outros produtos
brasileiros.
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), explica que o Brasil já tem uma
posição consolidada no fornecimento de proteína animal produzida pelo método de
abate Halal, seguindo os preceitos da religião islâmica, e de grãos e cereais.
No entanto, o objetivo agora é abrir mercado árabe para outros produtos
brasileiros.
“Temos feito agora um esforço grande para diversificar essa pauta, levando produtos que sejam novidades para o mercado árabe. Um deles é o açaí, por exemplo, que começou a ser exportado para lá há poucos anos e já se consolidou no varejo local. Agora acredito que as castanhas, lácteos, frutas e alimentos processados de panificação e confeitaria também estão na mira dos comerciantes árabes, e estão sendo muito procurados no nosso escritório em Dubai”, ressalta.
Só em 2019, as exportações do Brasil para os países da Liga Árabe
somaram US$ 12,1 bilhões (R$ 51 bilhões), principalmente de grãos, carne,
sucroalcooleiro, soja, entre outros.
somaram US$ 12,1 bilhões (R$ 51 bilhões), principalmente de grãos, carne,
sucroalcooleiro, soja, entre outros.
Oportunidades
É com base neste crescente comércio com os países árabes que o Brasil
vai participar pelo quinto ano da Gulfood 2020, a maior e mais importante feira
de negócios de alimentação do Oriente Médio, realizada a partir do dia 16 de
fevereiro em Dubai. Serão 103 empresas brasileiras que mostrarão alguns de seus
principais produtos de setores como proteína animal, grãos, cereais e de
alimentos industrializados. A expectativa é alcançar a marca de US$ 1,4 bilhões
(R$ 5,9 bilhões) em negócios gerados na própria feira e em até 12 meses.
vai participar pelo quinto ano da Gulfood 2020, a maior e mais importante feira
de negócios de alimentação do Oriente Médio, realizada a partir do dia 16 de
fevereiro em Dubai. Serão 103 empresas brasileiras que mostrarão alguns de seus
principais produtos de setores como proteína animal, grãos, cereais e de
alimentos industrializados. A expectativa é alcançar a marca de US$ 1,4 bilhões
(R$ 5,9 bilhões) em negócios gerados na própria feira e em até 12 meses.
“A Gulfood é a principal vitrine dos nossos produtos. Além das 103 empresas já confirmadas, vamos levar também outras 12 que ainda estão se preparando para vender aos árabes, a maioria delas de pequenos negócios de frutas, hortaliças, lácteos, café, entre outros”, explica o gerente de agronegócio da Apex-Brasil.
Brandão conta que essas empresas estão passando por uma orientação da
Apex em relação às normas e leis locais, para só então poderem começar a
exportar para o mercado árabe. Uma delas é a Nicoli Café, do Espírito Santo,
que está se preparando para vender café, pimenta-do-reino e mamão no Oriente
Médio. A empresa da agricultura familiar já vende os produtos para
multinacionais cafeeiras, e pretende fincar um pé no Oriente Médio.
Apex em relação às normas e leis locais, para só então poderem começar a
exportar para o mercado árabe. Uma delas é a Nicoli Café, do Espírito Santo,
que está se preparando para vender café, pimenta-do-reino e mamão no Oriente
Médio. A empresa da agricultura familiar já vende os produtos para
multinacionais cafeeiras, e pretende fincar um pé no Oriente Médio.
“A gente descobriu essa missão da Apex e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pelas redes sociais, em novembro do ano passado, e decidimos nos inscrever. Depois de uma seleção interna, fomos selecionados para participar da feira e ver o que precisamos mudar ou adaptar na nossa produção, acredito que mais na questão do beneficiamento mesmo”, conta Alexandra Nicoli, uma das proprietárias da Nicoli Café.
A seleção da Apex e da CNA é feita anualmente para ajudar os produtores e
empresas brasileiras a fecharem novos negócios no exterior. As inscrições são
abertas entre outubro e dezembro através de chamamentos públicos feitos nas
redes sociais e páginas oficiais dos órgãos. Segundo a CNA, são desenvolvidas
diversas ações “para sensibilização e capacitação dos produtores frente às
oportunidades e desafios do mercado externo e ações internacionais, incluindo
missões comerciais ou prospectivas e participação em feiras”.
empresas brasileiras a fecharem novos negócios no exterior. As inscrições são
abertas entre outubro e dezembro através de chamamentos públicos feitos nas
redes sociais e páginas oficiais dos órgãos. Segundo a CNA, são desenvolvidas
diversas ações “para sensibilização e capacitação dos produtores frente às
oportunidades e desafios do mercado externo e ações internacionais, incluindo
missões comerciais ou prospectivas e participação em feiras”.
Nem só carne
Por outro lado, empresas consolidadas no mercado nacional pretendem
levar produtos diferentes para lá, como os panetones da Bauducco. A marca
conhecida pelos produtos natalinos e de Páscoa desenvolveu uma linha especial
do pão doce e de biscoitos que atendam aos costumes locais, como explica Sara
Martins, gerente de marketing internacional da empresa.
levar produtos diferentes para lá, como os panetones da Bauducco. A marca
conhecida pelos produtos natalinos e de Páscoa desenvolveu uma linha especial
do pão doce e de biscoitos que atendam aos costumes locais, como explica Sara
Martins, gerente de marketing internacional da empresa.
“Cabe a nós desenvolver esses novos hábitos adaptando também ao tema
cultural. No Oriente Médio, por suas características religiosas, não tratamos o
Panettone como um produto de Natal, e também desenvolvemos nossas categorias de
biscoitos, que eles sempre consumiram”, conta. A marca participa da feira há
cinco anos.
cultural. No Oriente Médio, por suas características religiosas, não tratamos o
Panettone como um produto de Natal, e também desenvolvemos nossas categorias de
biscoitos, que eles sempre consumiram”, conta. A marca participa da feira há
cinco anos.
Outra empresa brasileira presente na feira é a Olé Foods, com compotas e geleias de frutas e vegetais. Renata Auricchio Abbas, diretora executiva da marca, explica que os árabes reconhecem a qualidade e tecnologia aplicada aos produtos brasileiros.
“Esta é a segunda vez que estamos expondo na Gulfood, todos os nossos
produtos possuem certificado Halal e temos um excelente retorno do mercado árabe”,
analisa a executiva da marca de compotas de milho, ervilha, duetos e vegetais
variados em embalagens de vidro.
produtos possuem certificado Halal e temos um excelente retorno do mercado árabe”,
analisa a executiva da marca de compotas de milho, ervilha, duetos e vegetais
variados em embalagens de vidro.
E até mesmo grandes produtoras de chocolates e pães estão de olho no
mercado árabe, como a gaúcha Divine, que levará à Gulfood doces à base de
cacau, bombons e confeitos em geral. Lá também estarão alimentos bem
brasileiros como preparos a base de açaí da B.You, os molhos e mostardas de
jambu e cupuaçu da Sabor das Índias, e o chá mate da Maria Bonita.
mercado árabe, como a gaúcha Divine, que levará à Gulfood doces à base de
cacau, bombons e confeitos em geral. Lá também estarão alimentos bem
brasileiros como preparos a base de açaí da B.You, os molhos e mostardas de
jambu e cupuaçu da Sabor das Índias, e o chá mate da Maria Bonita.
A Gulfood 2020 já está com as inscrições encerradas, mas é possível acompanhar os principais destaques da feira no site do evento.
Segurança alimentar
Já as adequações à produção de alimentos seguindo a legislação local e
os preceitos do islamismo serão discutidas no Fórum Econômico Brasil-Países
Árabes 2020, realizada no dia 14 de abril em São Paulo. O evento bianual terá
palestras e painéis sobre a relação bilateral Brasil-Liga Árabe, com destaque
para tópicos como a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e as
oportunidades de negócios e investimento.
os preceitos do islamismo serão discutidas no Fórum Econômico Brasil-Países
Árabes 2020, realizada no dia 14 de abril em São Paulo. O evento bianual terá
palestras e painéis sobre a relação bilateral Brasil-Liga Árabe, com destaque
para tópicos como a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e as
oportunidades de negócios e investimento.
“Como se sabe, o Brasil é o principal produtor de proteína Halal do mundo (abate com base no que prega a religião islâmica), e os países árabe são os maiores consumidores disso. Isso significa que a produção brasileira necessita dos países árabes, mas com uma grande preocupação que o Brasil tem toda a possibilidade de atender”, explica Rubens Hannun, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasil.
Além do abate Halal, também serão discutidos investimentos para a logística da produção de proteína animal do Brasil para os países árabes, as facilidades para o escoamento dos produtos, formas de reduzir a burocracia, entre outros, com a participação de CEOs árabes e brasileiros. A expectativa é de que cerca de mil pessoas acompanhem os debates.
Ainda é possível participar do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes 2020, basta se inscrever no site do evento.