Bom Gourmet
Antes do hype: "Morango do Amor" está no cardápio de confeitaria gaúcha desde 2020

Confeitaria produz as chamadas "Coxinhas do Amor" | Foto: divulgação/Ginger House Doces
Antes de se tornar o doce mais desejado do país em 2025, o Morango do Amor já fazia sucesso em uma vitrine da Serra Gaúcha. A confeitaria Ginger, em Canela, na Serra Gaúcha, diz ter criado sua versão autoral do doce ainda em 2020, quando redes sociais como o TikTok nem faziam parte do cenário atual de viralização gastronômica.
— Na época, nossas coxinhas doces já faziam sucesso, e no São João eu sempre preparava a clássica maçã do amor. Então pensei: por que não criar uma coxinha do amor? — conta Bruno Silvestrin, confeiteiro e proprietário da Ginger — Nunca pesquisei se alguém já tinha feito algo parecido, foi uma criação muito espontânea.

A ideia virou um clássico da casa: morango fresco envolvido por brigadeiro branco e coberto por uma casquinha crocante de caramelo. Na Ginger, o doce ficou conhecido como “coxinha do amor”, seguindo o formato característico das outras receitas autorais da confeitaria.
— O principal desafio é saber trabalhar com ela em dias úmidos. É um conjunto de técnicas que desenvolvemos com muitos testes. Isso é fundamental para garantir a crocância sem comprometer a suculência do morango — explica Bruno.
Bruno participou do programa Que Seja Doce, do GNT, e afirma que a visibilidade ajudou a fortalecer ainda mais o propósito da Ginger: surpreender pelo sabor e pela estética.
— A confeitaria é meu lugar de expressão. A Ginger nasceu em 2018 da minha paixão e do meu marido, Adriel, e tudo o que fazemos tem esse cuidado — relembra.
Além da coxinha do amor, a confeitaria também criou novas versões como a “Uva do Amor”, lançada durante a escassez de morangos, e outras receitas com potencial de viralizar, como a coxinha brûlée e a de açaí.
Fenadoce também aderiu à febre
Mesmo tendo tradição nos doces típicos e receitas familiares, a Fenadoce também se rendeu ao Morango do Amor. A 31ª edição da feira, realizada em Pelotas, no sul do estado, teve bancas onde o doce viral foi tão procurado quanto os tradicionais quindins e camafeus.
Uma das primeiras doceiras da Cidade do Doce a apostar na novidade foi Elaine Sturbelle Beick, da Doces Santa Clara.
— A procura é tanta que não conseguimos dar conta — relatou, ao contar que já fazia uma versão semelhante há anos, mas sem o corante vermelho no caramelo.
Na Doçaria Monalu, a estreia do doce foi marcada por uma venda relâmpago: 200 unidades esgotaram em menos de 20 minutos.
— Ainda estamos tentando conciliar a produção nova com a nossa rotina — disse a gerente, Luciara Silveira.
Com versões diferentes, histórias distintas e adaptações regionais, o doce que conquistou o Brasil tem raízes também no Rio Grande do Sul — seja em Canela, nas vitrines da Ginger, ou nas bancas da Fenadoce.