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Promotores de eventos de Curitiba alegam que já há condições necessárias para voltarem ao trabalho.

Mercado e Setor

Promotores pedem a volta dos eventos sociais e corporativos em Curitiba

Guilherme Grandi
30/06/2021 20:01
Com mais de 3,5 mil eventos sociais cancelados desde o começo da pandemia do coronavírus em Curitiba, representantes do setor apresentaram aos vereadores da capital um balanço e um manual de boas práticas para a retomada dos trabalhos o quanto antes.
Eles participaram da sessão ordinária da Câmara Municipal na manhã desta quarta (30) para pedir o apoio do legislativo nas tratativas com a prefeitura. Desde março de 2020, os promotores estão proibidos por decreto de realizar eventos por conta do risco de contágio da Covid-19.
A ação faz parte de um movimento que já conseguiu, há duas semanas, a autorização para que casas noturnas, de eventos e buffets abram as portas com atendimento semelhante ao de restaurantes, mas sem alterar os alvarás vigentes. A permissão em caráter extraordinário já está em vigor e é válida enquanto durar o decreto de situação de calamidade pública por causa da pandemia, desde que os estabelecimentos façam as adaptações necessárias na infraestrutura dos espaços.
No entanto, essa permissão não muda em nada a
situação de grande parte dos trabalhadores do setor, como serviços itinerantes
de catering, agências de foto e vídeo, os próprios promotores de eventos que
atuam independentes dos espaços, entre outros. Segundo Fábio Skraba, presidente
da seccional paranaense da Associação Brasileira das Empresas de Eventos (Abeoc-PR),
Fábio Skraba, 98% das empresas estão paradas desde o ano passado, com perdas na
casa dos R$ 25 bilhões em nível nacional.
“Em 15 meses, mais de 3,5 mil eventos sociais foram cancelados em Curitiba, sendo que 20% deles migraram para outras cidades ou estados e 10% aconteceram na região metropolitana. Fizemos um levantamento com o setor de buffets que, em 15 meses, 900 festas foram canceladas e 1,2 mil adiadas para 2022”, disse.
No entanto, Skraba diz que ainda não há uma
previsão se estes eventos vão ocorrer no primeiro semestre ou se já estão
migrando para o segundo. Ele destaca, ainda, que Curitiba está perdendo eventos
para cidades como São Paulo, Porto Alegre, Foz do Iguaçu, Joinville, entre
outros.
Além dos eventos cancelados, o setor perdeu 90% das vagas de trabalho ao longo dos 16 meses de pandemia, e deixou de arrecadar pelo menos R$ 3 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS). Num cenário pré-pandêmico, em 2019 os buffets de eventos geraram uma receita de aproximadamente R$ 56,7 milhões.

Regras diferentes

Ainda de acordo com o presidente da Abeoc-PR, o
setor de eventos tem uma operação semelhante a de outras atividades permitidas,
como shoppings centers, hipermercados e feiras livres, entre outras, mas
continua com o funcionamento suspenso mesmo se comprometendo com as medidas de
segurança sanitária necessárias.
Fábio Skraba conta que, em fevereiro, foi
iniciado um trabalho para a criação de um guia orientativo para o funcionamento
de atividades econômicas relacionadas ao turismo de negócios e eventos em Curitiba
junto de diversas entidades que compõem o trade paranaense, entre elas as seccionais
paranaenses da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), da
Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav-PR), da Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PR), e o próprio Instituto Municipal de
Turismo (IMT).
Para isso, a associação propôs diferentes porcentuais de ocupação de espaços de eventos de acordo com os alvarás das atividades e da bandeira restritiva em vigor.
“Já apresentamos essa proposta para o Instituto Municipal de Turismo, estamos tentando um diálogo com a secretaria municipal de saúde, e este guia inclusive já foi retornado para nós com algumas alterações”, conta.
Entre elas está a lotação de 40% dos espaços
seguindo os critérios adotados nas feiras de artesanato, museus e circos
durante a bandeira laranja e de 50% na amarela. A proposta também leva em
consideração um cenário de vacinação de 50% da população curitibana, que
permitiria uma ocupação de 70% dos espaços, e de 100% de imunizados para uma
volta plena das operações.
“Acredito que já estamos ou muito próximos de 50% da população curitibana vacinada com a primeira dose. Ou seja, já poderíamos voltar com 70%, mas não retornamos”, explica o presidente da Abeoc-PR.
De acordo com ele, os eventos corporativos,
sociais, de entretenimento e religiosos já teriam condições de serem retomados.

Selo garantidor

Fabio Skraba leva em consideração que o setor de eventos tem as condições necessárias para voltar a operar por ter a chancela do Selo Turismo Responsável, concedido pelo Ministério do Turismo para atestar as boas práticas de higienização para cada segmento durante a pandemia da Covid-19.
Entre as atividades contempladas estão as
próprias empresas organizadoras de eventos e, ainda, os hotéis, as agências de
turismo, os centros ou locais de convenções e feiras, etc.
“Temos ainda um manual de prevenção da Covid que foi aprovado pela secretaria de Estado da saúde, com todos os protocolos possíveis e necessários para a realização segura de eventos”, diz.
Entre as medidas previstas estão:
  • Rastreabilidade dos participantes e fornecedores por meio de cadastramento e secretaria automatizada.
  • Adequação da planta baixa das feiras técnicas, de varejo e populares.
  • Adequação no formato de auditórios, respeitando o distanciamento entre cadeiras.
Além do guia orientativo, o setor propõe também a criação de um Hub de Eventos e Turismo, que utilizaria espaços ociosos da prefeitura que não tem projeto de uso a médio prazo, para gerar novos negócios livres de aluguéis.

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