Thumbnail

Reunião que marcou o lançamento do Mapa da Cultura Alimentar: projeto vai desvendar a patrimônio gastronômico paranaense.

Mapa da Cultura Alimentar

Projeto vai desvendar o Mapa da Cultura Alimentar do Paraná e Santa Catarina

Sarah Guilhermo, Content Store
28/03/2023 14:16
A gastronomia expressa a identidade de um povo e isso faz parte do patrimônio cultural e da história de cada região no mundo. Olhar para esse patrimônio é a proposta do projeto Mapa da Cultura Alimentar, que vai investigar o que há por trás dos ingredientes que compõem a base da cultura alimentar regional do Paraná e de parte de Santa Catarina.
Essa descoberta se dará por meio de uma expedição, que tera como bússola insumos e pratos que possuem selo de Indicação Geográfica. Iniciativa da Montenegro Produções Culturais, o projeto conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, e tem o apoio do Bom Gourmet.
A viagem por IGs do Paraná e Santa Catarina levará uma equipe de pesquisadores para cidades em busca dos rostos mantêm viva a cultura alimentar local. Todo o processo da pesquisa de campo será transformado em um livro impresso e uma exposição de artes visuais, com lançamento previsto para setembro de 2023.
O objetivo é registrar hábitos alimentares, receitas e temperos em uma viagem roteirizada pelo Paraná e Santa Catarina. Movida pela curiosidade e criatividade, a Montenegro Produções uniu uma equipe composta por historiadores, sociólogos, pesquisadores e especialistas em gastronomia para embarcar em uma jornada. O objetivo é entender melhor sobre a história geográfica, política e alimentar de pratos e alimentos como o barreado de Morretes, o café do Norte Pioneiro do Paraná e a bala de banana de Antonina.
De acordo com a idealizadora do projeto, Carolina Montenegro, o Mapa da Cultura Alimentar surgiu da necessidade de trabalhar a alimentação e as formas de produção e preparo enquanto patrimônio cultural, fonte de histórias e referências.
“A pesquisa utilizará as IGs [indicações geográficas] como bússola para confecção de histórias de pessoas que utilizam os alimentos em suas vidas, seja de forma profissional, afetiva ou pela memória. Com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, conseguimos unificar o projeto em entregas sociais, educativas e de incentivo à economia.”
As Indicações Geográficas (IGs) são produtos reconhecidos por sua originalidade local, a partir da reputação e do impacto econômico que apresentam. O projeto conta com a participação do Sebrae em contrapartidas sociais, beneficiando instituições de longa permanência para pessoas idosas e instituições de acolhimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Equipe e trajeto do Mapa da Cultura Alimentar

Mapa da Cultura Alimentar mostrará a importância dos produtos de Indicação Geográfica.
Mapa da Cultura Alimentar mostrará a importância dos produtos de Indicação Geográfica.
A missão de entender como essas indicações geográficas se relacionam com a cultura geral paranaense começa no ato de conhecer as pessoas. Para criar o Mapa da Cultura Alimentar, é preciso traduzir relações econômicas, turísticas e culturais a partir de cada alimento.
A viagem levará a confeiteira Ana Souza, o fotógrafo Daniel Siwek, a cientista social Rafaela Rocha e o chef Rui Morschel para uma jornada que começa no dia 03 de abril. Saindo de Curitiba, eles têm Antonina, no litoral do Paraná, como primeiro destino.
O trajeto é dividido em etapas regionais: Leste, Norte, Oeste, Sudoeste e, por último, a Etapa Santa Catarina, o que totaliza em torno de 13 cidades considerando a região Norte Pioneiro, onde se localiza a indicação geográfica do café. Todas as descobertas e vivências serão documentadas no Bom Gourmet, em uma editoria especial para o projeto, que reunirá informações da pesquisa, receita e depoimentos por meio de vídeos, fotografias e produções textuais que contarão essa história.
De acordo com a cientista social Rafaela Rocha, a pesquisa não se trata apenas de gastronomia. É também um projeto que busca entender o próprio pertencimento a partir dos alimentos e pratos que possuem selo de Indicação Geográfica.
“Nós vamos conseguir uma apropriação do conhecimento, porque se sentir parte de algo atinge todos os segmentos da sociedade. O projeto atinge, por exemplo, quem ouviu histórias da sua avó e não achou que aquilo seria o suficiente para ser considerado cultura.”

Proteger o produtor

Ao se tratar da valorização dos produtos tradicionais vinculados ao território, o Sebrae vê como prioridade agregar valor ao produto e proteger a região produtora. Quem representa a entidade no projeto é a consultora Mabel Guimarães, que explica como o estado paranaense é repleto de produtos famosos em sua cultura – mas o trabalho da indicação geográfica, as IG’s, é consolidar essa história.
"O Mapa da Cultura Alimentar dará valor e consideração a cada indicação geográfica. Quem reconhece esses produtos é o INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial], mas somente após o levantamento de informações que apresentamos por meio de um dossiê, que atende às instruções normativas do instituto”, aponta Mabel.

Arte, literatura e gastronomia

Como resultado dessa jornada, o projeto entregará arte em forma de literatura e uma exposição. O livro Mapa da Cultura Alimentar trará fotos, insights, receitas e toda a experiência registrada na produção, tornando-se uma peça permanente quando se trata de acervo e referência histórica. Ele trará uma visão devidamente poética e humanizada que une o alimento, essencial para a vida, ao que tece e preserva uma sociedade crítica: a cultura.
O lançamento do livro ocorrerá junto a uma exposição de arte, que criará um minimundo para retratar a cultura alimentar. O grande público poderá conferir o resultado do projeto em setembro de 2023, no piso L4 do Shopping Mueller, em Curitiba. Mas, até lá, você acompanha essa jornada pela plataforma Bom Gourmet.

Participe

Qual prato da culinária japonesa você quer aprender a preparar com o Bom Gourmet?

NewsLetter

Seleção semanal do melhor do Bom Gourmet na sua caixa de e-mail