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Chef Roberta Sudbrack serve queijo “estragado” e provoca: “Sou clandestina”
Nesta quarta (26), a chef carioca Roberta Sudbrack subiu ao palco do maior congresso de gastronomia do Brasil com uma provocação: “Hoje quando cheguei me deram um crachá sem nome. Aproveitei para escrever clandestina”, cutucou durante o Mesa Tendência, ciclo de palestras que integram a Semana Mesa SP. “A gente pode sair preso daqui falando dessa questão do clandestino e do contrabando”, provocou.

A cozinheira, que foi eleita em 2015 melhor chef mulher da América Latina e que comanda a lanchonete de cachorro-quente SudDog, em São Paulo, voltou a falar da polêmica apreensão de seus queijos e embutidos que foi realizada pela Vigilância Sanitária durante o Rock in Rio, em setembro passado. Sudbrack teve 160 kg de alimentos sequestrados pelo órgão por não exibirem o selo de inspeção federal.
“A cozinha brasileira tem raspa do tacho, tem queijo clandestino. A gente tem que colocar isso no prato”, disse Sudbrack. Ela mostrou um vídeo dos queijos sendo jogados fora no Rock in Rio e se emocionou. Em seguida, serviu à plateia dois queijos “clandestinos”. “Não era um produto estragado, não importa o selo. Era comida e comida boa”, frisou.
Chef autodidata
“Sempre gostei muito da simplicidade, mas antes achava que uma semente de quiabo era simples demais e que era muito ousado. Resolvemos impor a simplicidade mais ainda pelos tempos que estamos passando. Eu estou muito feliz de novo, reencontrei a alegria de cozinhar e voltei a trabalhar com mais simplicidade do que nunca”, explicou Sudbrack.
Ela preparou para o público um alho-poró chamuscado até ficar cozido, mas que manteve textura. Ela retirou o miolo e substituiu com queijo e creme de leite. Serviu com ervas queimadas. Sudbrack foi uma das duas chefs autodidatas a se apresentarem no Mesa Tendência desse ano. A outra foi a eslovena Ana Roš, do restaurante Hisa Franko, na Eslovênia.
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