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Camomila de Mandirituba recebe selo de Indicação Geográfica
A camomila desidratada de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG) nesta terça-feira (23). O selo, regulado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), foi concedido à Associação dos Produtores de Camomila de Mandirituba (Camandi), na modalidade de Indicação de Procedência.
De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), 30% de toda a camomila produzida no Paraná vem de Mandirituba, totalizando 300 toneladas anuais colhidas. Ao todo, a produção da planta gera um faturamento bruto de mais de R$5 milhões aos produtores locais. Segundo o Sebrae PR, que orientou o processo de concessão do selo, a cidade é a capital nacional da camomila.
A tradição do plantio da camomila na região data do início do século XX, quando imigrantes Ucranianos e Poloneses trouxeram a erva do Leste Europeu. A produção local se tornou referência nacional nos anos 1990 e, hoje, mais de 50 famílias produzem a planta na cidade.
“Etapas que antes eram realizadas manualmente, hoje são feitas de forma totalmente mecanizada, desde a semeadura até a secagem. Não obstante as mudanças trazidas pela introdução das novas tecnologias, a tradição e o saber fazer dos agricultores têm sido perpetuados pelas novas gerações”, diz o documento da IG.
Segundo análise do INPI, as condições de solo e clima de Mandirituba são mais propícias para o cultivo da erva. Enquanto a concentração de óleo essencial exigida pelo mercado deve ser superior a 0,4%, a camomila de Mandirituba tem uma concentração média de 0,7%.
O selo de Indicação Geográfica concedido à camomila de Mandirituba é o 14° do Paraná, e primeiro publicado pelo Instituto no Brasil, em 2024.