Jussara Voss
Vosso Blog de Comida
O Ninna Cozinha tá vindo aí
Cheguei no Ninna Cozinha. Fui ao acaso. O restaurante ainda não tem data pra inaugurar. Estão recebendo convidados, como dizem os bacanas, em “soft opening”, começando devagar para pegar embalo, azeitar o serviço e a cozinha. Certo eles.
Fui bem recebida pela Vanessa, uma das 30 e poucas pessoas no salão que vão cuidar do atendimento. Tem uma história parecida com a minha, a Vanessa. Calhou de perguntar e me assustei quando me contou um pouco da sua vida. Quis saber. Ando impressionada com certas coincidências. Mas esse não é o tema do post, deixe pra lá.
O Peter cuidou dos vinhos e muito bem da gente, serviu e explicou tudo direitinho.
O Zé Augusto, que faz os drinks autorais incríveis, além disso desenha, pinta e lê muito, estava lá firme no balcão e mostrou a casa, o que já me deixou à vontade. Aliás, que casa mais linda, em muitos detalhes. Projeto do arquiteto Jayme Bernardo, que costuma acertar nas linhas traçadas. Quadros em todos os cantos e pinturas pelas paredes antigas dão ar contemporâneo.
No comando, Lênin Palhano. O dia a dia será com Willian Petters. Lênin foi chef revelação por aqui, conhecido do Nômade, no hotel Nomaa, do Obst e dos prêmios. Nem preciso falar nada, estava tudo impecável. O cardápio é bem desenhado, fácil agradar. Marcelo Vaz é o sócio investidor.
Se a outra casa deles, o Obst, é pequena, intimista e até autoral, com pouco mais de 40 lugares, essa passa dos 100.
Têm detalhes como talheres WMF e mármore na cozinha enorme. Não é pouca coisa. Inverte-se a ordem ali. A gente entra pelos fundos. Dá de cara com banheiro de um lado, cozinha envidraçada de outro. Desculpe, acho que estrago a surpresa. O bar vem logo em seguida. Têm salas de todos os tamanhos e acho que menos barulhentas do que a maior no andar de cima em que fiquei. A casa estava lotada.
O cardápio vai do brioche com patê de fígado, que quero provar, ao khachapuri, que já embalou uma vontade de abrir uma portinha só pra ele, até um P.F. de gente grande, como um bife acebolado. Também tem carne de onça e bacalhau, ou ainda entrecot na brasa. É ousada essa cozinha. As entradas custam em média R$ 30,00 (dia), à noite um pouco mais, fora o ceviche de peixe do dia, R$ 90,00. P.F.´s, R$ 50,00 e os pratos principais, R$ 140,00. Sobremesas, R$ 30,00, em média. Bolos mais baratos. Enfim, são muitas as opções tentadoras.
O Ninna tem um charme de estar aberto para a rua movimentada no centro da cidade e os fundos num miolo de quadra. O estacionamento ao lado parece que destoa, mas tem sua utilidade e até com um pouco de imaginação dá um ar de cidade do interior, de uma vila.
Vou descobrindo o lugar aos poucos. Agrada a proposta conhecida de outras cidades de estar aberta em horário estendido. Vai do café da manhã, passa pelo almoço, serve lanche e chega imponente até o jantar. Estamos ficando gente grande.
Vida longa ao Ninna - feminino do apelido do menino que um dia sonhou grande. Bem-vindo.
Fotos: Jussara Voss