Jussara Voss

Jussara Voss

Vosso Blog de Comida

Mais plantas, menos carne

06/11/2025 18:54
Thumbnail
A nossa alimentação deve ser saudável para o indivíduo e sustentável para o planeta. Para nos ajudar nessa proposta que parece difícil de ser alcançada, a EAT, uma organização não-governamental sem fins lucrativas, fundada pela empresária norueguesa Gunhild Stordalen em parceria com a revista científica britânica Lancet, criaram a EAT-Lancet com o objetivo de mudar o sistema alimentar global para melhorar a saúde das populações e promover ações sustentáveis. As diretrizes visam a orientar as pessoas a aumentarem o consumo de alimentos à base de plantas e reduzirem o consumo de carne vermelha, açúcar e alimentos processados. Resumidamente, quer dizer: consumir mais frutas, vegetais, castanhas, grãos e legumes, além de uma quantidade moderada de carnes e laticínios e, assim, ao mesmo tempo prevenir milhões de mortes por doenças relacionadas à alimentação e diminuir o impacto na natureza. A Dinamarca também atualizou suas diretrizes de dieta oficiais e recomendam que adultos consumam apenas 350 gramas de carne por semana e se tornou o primeiro país a publicar um Plano de Ação para Alimentos à base de Plantas: uma oportunidade econômica de ter produtos orgânicos à base de plantas e servir de modelo para outros países, mas tornar o sistema alimentar mais sustentável no mundo todo não é tarefa fácil.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) projeta que o consumo mundial de carnes aumentará 14% até 2030, em comparação com o período 2018-2020. Para reduzir os gases causadores do efeito estufa, precisamos comer menos carne. Nosso padrão de consumo continua restrito sem valorizar a biodiversidade local. O "Relatório Estado Mundial das Plantas e Fungos", de Kew Gardens, o maior jardim botânico do mundo e um dos maiores repositórios do acervo vegetal do planeta, revelou que cerca de 45% das plantas do globo estão sob o risco de extinção. Os dados foram divulgados em outubro de 2023. Enfrentamos a ameaça de perder muitas plantas. "O arroz com feijão é tradição no Brasil. Mas o feijão não poderá ser cultivado da mesma maneira no futuro. O mundo está ficando muito mais quente, muito mais imprevisível". Quem afirma é o diretor científico do Kew, o brasileiro Alexandre Antonelli, em entrevista ao jornal Valor Econômico.