Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Uma noite com pratos ingleses harmonizados com vinhos ingleses em Curitiba
Paul Tudgay e Fabino Marcolini, parceiros na noite de sabores britânicos da semana que vem. | Foto: Divulgação
O que você sabe sobre a comida inglesa, a gastronomia daquele país? Verdade que alguns dos melhores restaurantes do mundo estão estabelecidos por lá, mas boa parte deles de linha francesa, italiana ou oriental, de qualquer sentido.
Mas é importante salientar que a comida britânica tem ganho muito espaço por lá, apontando alguns restaurantes que resgatam sabores que têm tudo a ver com o paladar deles, que não vivem apenas de Fish & Chips, diga-se. Heston Blumenthal foi, certamente, o chef a reposicionar a comida de seu país para seus conterrâneos. Impulsionado pela grande onda paralela ao El Buly e todas as suas experiências, com o foco mais voltado para as evoluções químicas e afins, nos anos 90. Ele ainda continua na linha de frente, exigindo reserva de meses para seu estrelado restaurante Dinner by Heston Blumenthal, ainda que com um menu mais centrado e menos explosivo.
Mas os sabores britânicos sempre estiveram presentes por lá, por mais que sufocados pelos franceses, especialmente. Aliás, o famoso Beef Wellington é uma prova dessa disputa de origem. Os ingleses garantem ter criado em comemoração ao primeiro duque de Wellington, Arthur Wellesley, e sua vitória sobre Napoleão na Batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815. Os franceses replicam e dizem ser apenas um rebatizado do francês “filet de bœuf en croute”, que era constituído da mesma forma.
Mas o que importa é que existe, sim, a comida britânica e o curitibano vai poder provar o menu a ser preparado pelo chef Fabiano Marcolini para o “British Wine Tasting and Dinner”, jantar harmonizado programado para a próxima terça-feira (23), no seu restaurante, o Marcolini Pane-Pasta-Dolce. Sim, de sotaque italiano, mas o que pega aqui é a grande vivência do cozinheiro com os sabores ingleses, ele que trabalhou por sete anos no London Savoy Hotel, 5 estrelas e de gastronomia impecável.
Mas um bom jantar se torna perfeito quando conta com bons vinhos para harmonização. E aqui, no caso, também com vinhos ingleses. Eles existem, têm produção limitada, mas exibem muita qualidade. A começar pelos espumantes, que foram os primeiros desbravadores desse novo mercado que se abriu.
E o sucesso de alguns vinhos ingleses tem explicação geográfica: a formação geológica do sul da Inglaterra é similar a de regiões vinícolas nobres, como Champagne e Chablis, situadas próximas, no mesmo paralelo. O que atrapalhava, anos atrás, era o clima frio, que sempre se constituiu numa barreira para o adequado amadurecimento das uvas. Com o gradual aumento na temperatura anual, nos últimos tempos, tanto diurna quanto noturna, territórios ali situados, até então incapazes de garantir a adequada maturação fenólica das uvas, passaram a contar com condições favoráveis. E o que eles comentam por lá: “um raro exemplo em que o aquecimento global veio como uma boa notícia.”
Portanto, haverá vinhos ingleses na noite especial. Serão dois espumantes e um vinho branco, feito com a uva Bacchus, de origem alemã e que se deu muito bem na Inglaterra. Para completar a noite, dois expressivos vinhos brasileiros foram escalados.
O cardápio harmonizado
Os pratos serão Cornish Pasty (uma espécie de empanada da Cornualha), Bangers and mash (o prato mais popular do Reino Unido, com linguiças, purê e ervilhas), o já comentado Wellington Beef e, de sobremesa, Eton Mess (uma espécie de verrine).
Para harmonizar adequadamente cada passo, nada melhor que um britânico de pura origem, um sommelier inglês. No caso, Paul Tudgay, que se estabeleceu por aqui já há algum tempo, trazendo de fora alguns expressivos rótulos para o deleite dos curitibanos, via Rootstock Vinhos. E ele escolheu, para cada passo da noite inglesa, três ingleses e dois brasileiros: Ridgeview Fitzrovia espumante método tradicional (Inglaterra), Gusbourne espumante método tradicional (Inglaterra), Redbrook Bacchus (Inglaterra), Capella dos Campos Pinot Noir (Brasil) e Vivalti Touriga Nacional (Brasil).
O jantar acontece, reforçando, na próxima terça-feira (23), a partir das 20h, e custa R$ 285 por pessoa. Como o salão do restaurante é pequeno, são poucas as vagas disponíveis e a procura tem sido grande.
Para reserva, os interessados devem entrar em contato diretamente com Paul Tudgay, pelo WhatsApp (41) 99900-3945.
Marcolini - Pane Pasta Dolci
Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1181 - Batel
Telefones: (41) 3322-9362 e 3223-8085
WhatsApp: (41) 9 8853-1293
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