Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Topei o desafio, fiz almoço inteiro com ingredientes da Amazônia. E tem receita
Volta e meia a Natasha me
provoca: “precisa vir aqui, tem novidades”.
provoca: “precisa vir aqui, tem novidades”.
É a Natasha Saliba, do
Ver-O-Peso-da-Amazônia, uma paraense que se encantou por Curitiba desde que
abriu (com a mãe, Sueli) por aqui a loja especializa em produtos de seu estado
e da região amazônica.
Ver-O-Peso-da-Amazônia, uma paraense que se encantou por Curitiba desde que
abriu (com a mãe, Sueli) por aqui a loja especializa em produtos de seu estado
e da região amazônica.
Logo que abriu, na virada para
2020, tiver o prazer de poder visitar, conhecer e escrever sobre a boa novidade
(confira
aqui). E assim, desde então ela me avisa quando chegam novos produtos,
sempre orgulhosa do que sua terra produz e tem a oferecer.
2020, tiver o prazer de poder visitar, conhecer e escrever sobre a boa novidade
(confira
aqui). E assim, desde então ela me avisa quando chegam novos produtos,
sempre orgulhosa do que sua terra produz e tem a oferecer.
Já era apreciador dos produtos
regionais do Norte. Nas tantas viagens cobrindo futebol, tive contato com os
pratos mais divulgados, como o Pato ao tucupi e o Tacacá, por exemplo. Teve uma
vez que, por alguma razão, não pude ir. Era uma partida da seleção brasileira
(se não me engano aquele decisivo de 2001, contra a Venezuela, que chancelou a
classificação para o mundial do ano seguinte) e o Osires Nadal, que não perdia
jogo algum, perguntou o que eu gostaria que ele trouxesse de lá. Imaginou uma
lembrança, um adereço, mas eu respondi de chofre: tucupi. E ele me trouxe, para
minha vibração, pois não existia ainda a loja da Natasha por aqui e não tinha
onde encontrar.
regionais do Norte. Nas tantas viagens cobrindo futebol, tive contato com os
pratos mais divulgados, como o Pato ao tucupi e o Tacacá, por exemplo. Teve uma
vez que, por alguma razão, não pude ir. Era uma partida da seleção brasileira
(se não me engano aquele decisivo de 2001, contra a Venezuela, que chancelou a
classificação para o mundial do ano seguinte) e o Osires Nadal, que não perdia
jogo algum, perguntou o que eu gostaria que ele trouxesse de lá. Imaginou uma
lembrança, um adereço, mas eu respondi de chofre: tucupi. E ele me trouxe, para
minha vibração, pois não existia ainda a loja da Natasha por aqui e não tinha
onde encontrar.
Aperfeiçoei meu paladar para a
comida de lá nos anos seguintes. Principalmente depois de conhecer pessoalmente
o Paulo Martins, do restaurante Lá em Casa (de Belém), que veio a Curitiba
participar do evento Gourmet & Cia, em 2006 e trouxe aos paranaenses
registros de sabor que a maioria certamente não conhecia. Fiz o registro na
época e não é que achei na internet? Confira
aqui. E, em seguida, publiquei um
balanço do que foi a feira, incluindo receitas dos chefs e uma de Musse de
assaí, de Paulo Martins (e também está
aqui).
comida de lá nos anos seguintes. Principalmente depois de conhecer pessoalmente
o Paulo Martins, do restaurante Lá em Casa (de Belém), que veio a Curitiba
participar do evento Gourmet & Cia, em 2006 e trouxe aos paranaenses
registros de sabor que a maioria certamente não conhecia. Fiz o registro na
época e não é que achei na internet? Confira
aqui. E, em seguida, publiquei um
balanço do que foi a feira, incluindo receitas dos chefs e uma de Musse de
assaí, de Paulo Martins (e também está
aqui).
(Aliás, uma curiosidade que o
texto ali relembra. A coluna gastronômica do jornal O Estado do Paraná, da qual
eu era o responsável, se chamava Paladar. Bem antes de o Estadão utilizar esse
nome.)
texto ali relembra. A coluna gastronômica do jornal O Estado do Paraná, da qual
eu era o responsável, se chamava Paladar. Bem antes de o Estadão utilizar esse
nome.)
Almoço com sotaque
Depois disso fui algumas vezes
ao restaurante dele, até pouco antes de falecer (em 2011) – aí a filha Daniela
assumiu a cozinha. Lá também conheci Thiago Castanho, do Remanso do Bosque, e
alguns outros. Mas, por aqui, poucas eram as chances de curtir os temperos e os
ingredientes de lá.
ao restaurante dele, até pouco antes de falecer (em 2011) – aí a filha Daniela
assumiu a cozinha. Lá também conheci Thiago Castanho, do Remanso do Bosque, e
alguns outros. Mas, por aqui, poucas eram as chances de curtir os temperos e os
ingredientes de lá.
Havia uma banca na Feira
gastronômica de sábado, no Batel, e abriu O Amazônico, uma portinha para
delicioso delivery no Bigorrilho (isso
em 2017, confira), que permanece firme até os dias de hoje.
gastronômica de sábado, no Batel, e abriu O Amazônico, uma portinha para
delicioso delivery no Bigorrilho (isso
em 2017, confira), que permanece firme até os dias de hoje.
Ivan Lopes, o irrequieto chef
do Mukeka, até que fez algumas versões de festivais de comida paraense (o
primeiro foi em 2018), com amplo sucesso. Mas não eram regra, apenas
saborosas exceções que vinham com o tempo.
do Mukeka, até que fez algumas versões de festivais de comida paraense (o
primeiro foi em 2018), com amplo sucesso. Mas não eram regra, apenas
saborosas exceções que vinham com o tempo.
Nesse meio tempo comecei a me
arriscar com a comida de lá. Agora, com os ingredientes à mão, chegara o
incentivo que faltava. Fiz uma Banda de
tambaqui (registrei
aqui) que foi um delírio de bom.
arriscar com a comida de lá. Agora, com os ingredientes à mão, chegara o
incentivo que faltava. Fiz uma Banda de
tambaqui (registrei
aqui) que foi um delírio de bom.
Aceitei a provocação e decidir
fazer um almoço de domingo inteiro paraense. Começando com uma Salada de feijão manteiguinha (de
Santarém), que, por utilizar os mesmos temperos, lembra muito o árabe tabule, só
que empregando o feijão, bem pequeno, no lugar do trigo moído.
fazer um almoço de domingo inteiro paraense. Começando com uma Salada de feijão manteiguinha (de
Santarém), que, por utilizar os mesmos temperos, lembra muito o árabe tabule, só
que empregando o feijão, bem pequeno, no lugar do trigo moído.
Feito isso, o prato principal.
Tambaqui, novamente. Só que desta vez não a banda (que é a lateral toda do
peixe) e sim a posta. Pesquiso receita aqui, a Natasha pesquisa receita de lá e
surgiu uma bem interessante, que decidi fazer: Lombo de tambaqui ao leite de coco. Ficou perfeito, ainda mais
acompanhado de um Arroz de jambu e de
um Pirão de ovinha (com farinha de
mandioca Uarini, do Amazonas).
Tambaqui, novamente. Só que desta vez não a banda (que é a lateral toda do
peixe) e sim a posta. Pesquiso receita aqui, a Natasha pesquisa receita de lá e
surgiu uma bem interessante, que decidi fazer: Lombo de tambaqui ao leite de coco. Ficou perfeito, ainda mais
acompanhado de um Arroz de jambu e de
um Pirão de ovinha (com farinha de
mandioca Uarini, do Amazonas).
De sobremesa, com a polpa de
graviola congelada, arrematei com um Pudim
de graviola. Com alguns golinhos da cachaça Indiazinha, de Abaetetuba (PA),
almoço ficou divino. E a Natasha bem que sabe disso.
graviola congelada, arrematei com um Pudim
de graviola. Com alguns golinhos da cachaça Indiazinha, de Abaetetuba (PA),
almoço ficou divino. E a Natasha bem que sabe disso.
Para não deixar ninguém com
vontade, segue a receita do prato principal. Pode ser?
vontade, segue a receita do prato principal. Pode ser?
Bom apetite!
Ah, e se quiser falar com a
Natasha, veja aqui como encontrá-la.
Natasha, veja aqui como encontrá-la.
Ver-O-Peso da Amazônia
Rua da Paz n° 665, loja 1 (Em
frente ao estacionamento do Mercado Municipal)
frente ao estacionamento do Mercado Municipal)
Fone: (41) 9 9981-7689
- 1 tambaqui de 2 kg, cortado em postas
- Suco de 1 limão
- 2 colheres (sopa) de óleo
- 1 cebola grande. cortada em cubinhos
- 2 tomates pequenos, cortados em cubinhos
- 1/4 de pimentões vermelho e amarelo, cortados em cubinhos
- 1 colher (sopa) de tempero chimichurri seco
- 1 colher (sopa) de colorau
- Sal a gosto
- ½ xícara de coentro
- 200 ml de leite de coco
- 500 ml de água
- Tempere o tambaqui com o sal e o limão, de um dia para o outro. Cubra e deixe na geladeira.
- Em uma panela, coloque o óleo. Quando ficar quente, refogue a cebola e os pimentões, por 1 minuto.
- Depois, acrescente os tomates, o colorau, o chimichurri e 500 ml de água.
- Deixe cozinhar por 10 minutos.
- Coloque as postas do peixe e 100 ml de água, deixe cozinhar aproximadamente por 20 minutos.
- Coloque o coentro e o leite de coco, mexendo com uma colher, levemente, para não talhar.
- Sirva com arroz branco (ou de jambu) e pirão.