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O polvo é hoje o mais pedido dos frutos do mar nos restaurantes de Curitiba.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Polvo, o novo queridinho dos mares, tem dois festivais ocorrendo em Curitiba

26/09/2022 14:42
Inimaginável tempos atrás. O
que se levava à mesa vindo do mar eram: peixe, camarões, mariscos e ostras. E
olha lá.
Com o tempo e o crescimento
das empresas especializadas em pescados, outros seres passaram a ganhar o
espaço no cardápio dos restaurantes dessa nossa região, especialmente de
Curitiba: vieiras, lagostins, lulas... mas nenhum deles teve tanta aceitação
quando o povo.
Nessas horas sempre conto com a assessoria informal do amigo Pedro Oliveira (Porto a Porto), que me refrescou a memória em alguns pontos. E me fez lembrar que um dos pioneiros foi o Restaurante Marinheiro (onde hoje é o Sheridan’s, no Batel), do chef Massari, que tinha no linguado a grande estrela da casa. O Alpender Português também servia de vez em quando, já que era difícil a disponibilidade no mercado. Isso ainda nos anos 1980. E o Bar do Victor, claro, que, na medida do possível, servia como porção.
O primeiro restaurante a incluir o polvo como prato fixo do cardápio foi o Boulevard, do chef Celso Freire, na virada para os anos 1990. Que, como o confit de pato, mudava de vez em quando a receita, mas nunca saía de cartaz. Tinha Polvo grelhado na brasa, no Cassoulet, Tortino com batata e bottarga, Caçarola com couve e no Risoto negro com crudo de tomates, apenas para citar algumas criações do chef.
O polvo começou a aparecer com
maior assiduidade na oferta do comensal curitibano com a chegada dos
restaurantes japoneses. Desde os primeiros, como Nara, Nakaba e Takô, o molusco
se tornou presente em sashimis e niguiris. E aí estava sendo aberto o caminho
para o público apreciar e tentar saborear o prato com outras cocções e outras
texturas.
De uns 15 anos para cá, tento
projetar quando o acesso ao tal molusco se tornou mais fácil, embora o preço
nunca tenha ido lá para baixo.
Nos tempos mais recentes
chegou até a virar arroz de festa... ou Arroz de polvo (perdão pelo trocadilho,
mas não resisti) e marcou a chegada de alguns restaurantes ao mercado. Como o
Bobardí, por exemplo, que tem seu Polvo com batatas como carro-chefe desde a
inauguração da casa, em 2015 (registrei
aqui
).
Hoje em dia é difícil
encontrar restaurante em Curitiba – a não ser os de segmentos específicos – que
não tenha nada de polvo em seu cardápio.
Arroz caldoso de polvo, do festival do restaurante Marcondes Cozinha Autoral.
Arroz caldoso de polvo, do festival do restaurante Marcondes Cozinha Autoral.

Festival em dose dupla

Hoje em dia o polvo se
integrou de tal maneira no rol dos favoritos da aceitação popular que há dois
festivais em andamento, programados para durar até o fim da semana. Estão
correndo nos restaurantes Marcondes Cozinha Autoral e Gianttura.
No Primeiro Festival do Polvo
do Marcondes, é apresentado um menu completo, em quatro etapas, em sequência com
couvert, entrada, prato principal e sobremesa, saindo a R$ 129,90 por pessoa.
O couvert abre o menu com Pão oriental tipo bao no vapor com manteiga
artesanal e trufas negras
, seguido pela entrada: Sonho de polvo – que é feito com massa de iogurte, ragu de polvo e
maionese de limão siciliano.
Como prato principal, o
Marcondes apresenta quatro opções que o cliente pode escolher, cada uma
combinando o marcante sabor do polvo a outros ingredientes. Uma delas é o Socarrat de polvo, que tem raspa da
paella valenciana caramelizada, tentáculos grelhados de polvo e aïoli. Arroz caldoso de polvo é outra pedida,
baseada no arroz galego: o arroz é feito com base em fundo de polvo e
tentáculos inteiros do molusco grelhado e maionese de limão siciliano.
A terceira escolha é mais
conhecida: traz Polvo à Lagareira,
uma receita tradicional portuguesa. Os tentáculos são grelhados e regados com
azeite, temperados com muito alho e acompanhados de batatinhas assadas, creme
de espinafre e coentro.
Completando os pratos, o Polvo Bourguignon, baseado no famoso
Boeuf Bourguignon francês. Trocando a proteína de carne pelo polvo, a receita
leva ainda caldo e legumes. Encerrando a sequência, a sobremesa tem Pudim de doce de leite com bacon.
A casa abre de segunda a
sábado para jantar, às 18h30, e para almoço de sábado, das 11h30 às 15h30.

A outra opção

Carpaccio de polvo do festival do Gianttura Ristorante.
Carpaccio de polvo do festival do Gianttura Ristorante.
No restaurante Gianttura, o talentoso chef Hermes Custódio criou um cardápio exclusivo, com entrada, prato principal e sobremesa a R$ 180 por pessoa, com pratos à escolha do cliente.
As opções de entrada são Carpaccio de polvo ao molho de ostra ou Caldeirada de polvo com ragu de tomate e
couve
(este vem com uma inesperada pedra quente para manter a temperatura
por mais tempo).
Como pratos principais, a
escolha entre três opções: o Polvo
grelhado à provençal com limão siciliano, servido com arroz negro
; Spiedo (espeto) de polvo, camarões e parma, servido com linguini artesanal na manteiga
provençal
; e o apreciado Polvo Gianttura, do cardápio tradicional da casa,
servido com pancetta, tapenade de azeitonas, batatas ao murro e cebola baby.
De sobremesa, um mini
degustação com Creme brûlèe, Brownie e Petit gâteau de goiabada.
O Gianttura funciona de terça
a sábado, no almoço e jantar, e domingo no almoço.
Gianttura Ristorante
Largo Pedro Deconto, 295 -
Bigorrilho
Reservas e informações: (41)
98744-7557.
Marcondes Cozinha Autoral
Rua Recife, 220 – Cabral
Reservas por WhatsApp (41)
3205-4982
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