Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
O cordeiro para a Páscoa. Sim, cordeiro e não bacalhau, como se pensa
Passei no Mercado Municipal
nesta sexta santa para comprar um cordeiro para o almoço de Páscoa e fiquei
impressionado com a fila nas peixarias. Só que já estava passando a hora do
almoço e não daria tempo de fazer mais nada de peixe ou o que fosse.
nesta sexta santa para comprar um cordeiro para o almoço de Páscoa e fiquei
impressionado com a fila nas peixarias. Só que já estava passando a hora do
almoço e não daria tempo de fazer mais nada de peixe ou o que fosse.
Embora se repita a cada ano –
e a desse foi menor do que a do ano passado, por exemplo -, fico intrigado com
a fila que se forma em cada estabelecimento que vende esses pescados em dias de
restrição de Semana Santa. É como se o mundo decidisse de uma vez por todas que
está a fim de comer peixes e frutos do mar, como se não houvesse nada mais pela
frente.
e a desse foi menor do que a do ano passado, por exemplo -, fico intrigado com
a fila que se forma em cada estabelecimento que vende esses pescados em dias de
restrição de Semana Santa. É como se o mundo decidisse de uma vez por todas que
está a fim de comer peixes e frutos do mar, como se não houvesse nada mais pela
frente.
Logo eu, apreciador de
pescados que sou...
pescados que sou...
Mas que soa estranho, soa. Tão
estranho quanto a proposta de um prato no bacalhau no domingo de Páscoa. Nada a
ver – e já escrevi sobre isso tempos atrás, quando ofereci uma saborosa receita
de Bacalhau Espiritual para a
Sexta-feira Santa, aí sim o dia do bacalhau (confira
aqui).
estranho quanto a proposta de um prato no bacalhau no domingo de Páscoa. Nada a
ver – e já escrevi sobre isso tempos atrás, quando ofereci uma saborosa receita
de Bacalhau Espiritual para a
Sexta-feira Santa, aí sim o dia do bacalhau (confira
aqui).
Pois agora que está chegando o
domingo, vamos, então, nos preparar para um belo e delicioso prato com cordeiro,
seguindo, então, a tradição que vem desde a antiguidade.
domingo, vamos, então, nos preparar para um belo e delicioso prato com cordeiro,
seguindo, então, a tradição que vem desde a antiguidade.
Sim, o Antigo Testamento
registra a comemoração da passagem do Mar Vermelho pelos judeus, deixando o
Egito, onde eram escravos. O cordeiro era sacrificado no templo, no primeiro
dia da Páscoa, como memorial da libertação do Egito, na qual o sangue do
cordeiro foi o sinal que livrou os seus primogênitos.
registra a comemoração da passagem do Mar Vermelho pelos judeus, deixando o
Egito, onde eram escravos. O cordeiro era sacrificado no templo, no primeiro
dia da Páscoa, como memorial da libertação do Egito, na qual o sangue do
cordeiro foi o sinal que livrou os seus primogênitos.
O costume se arraigou por
outros povos, especialmente entre os católicos, que não comiam carne durante a
Quaresma (ultimamente não mais tanto, mas preservam basicamente a Semana Santa)
e tinham no domingo da ressurreição justamente a data para consumir o cordeiro,
símbolo da ressurreição, o “cordeiro de Deus”.
outros povos, especialmente entre os católicos, que não comiam carne durante a
Quaresma (ultimamente não mais tanto, mas preservam basicamente a Semana Santa)
e tinham no domingo da ressurreição justamente a data para consumir o cordeiro,
símbolo da ressurreição, o “cordeiro de Deus”.
Nada mais inspirador,
portanto, para um cordeiro no almoço de domingo, depois dos peixes e do
bacalhau da Sexta-feira Santa.
portanto, para um cordeiro no almoço de domingo, depois dos peixes e do
bacalhau da Sexta-feira Santa.
O tradicional era o cordeiro
inteiro – ou pelo menos um de seus quartos.
inteiro – ou pelo menos um de seus quartos.
Receitas há várias, nenhuma
delas com grandes exigências, mas apenas com a necessidade de comprar a carne
pelo menos um dia antes, para poder melhor adequar os temperos.
delas com grandes exigências, mas apenas com a necessidade de comprar a carne
pelo menos um dia antes, para poder melhor adequar os temperos.
A peça a escolher pode ser de
acordo com a preferência. Pernil, paleta, costela, carré, lombo, mignon, qual
apetecer mais, conforme a vontade e o desejo de cada um.
acordo com a preferência. Pernil, paleta, costela, carré, lombo, mignon, qual
apetecer mais, conforme a vontade e o desejo de cada um.
Pensei em fazer, dessa vez, um
prato com certificação paranaense, o Carneiro
no Buraco, que chama toda a atenção para a festa que se realiza em Campo
Mourão, no Noroeste do Paraná.
prato com certificação paranaense, o Carneiro
no Buraco, que chama toda a atenção para a festa que se realiza em Campo
Mourão, no Noroeste do Paraná.
Carneiro no buraco sem buraco,
evidentemente. Mas tentando ser o mais fiel à receita original, com um alguns
pontos de inspiração em uma receita deliciosa de um Carneiro atolado, feita
pelo Marcos Adur (da Dom Carneiro) e que já publiquei há um bom tempo (mas
pode conferir aqui).
evidentemente. Mas tentando ser o mais fiel à receita original, com um alguns
pontos de inspiração em uma receita deliciosa de um Carneiro atolado, feita
pelo Marcos Adur (da Dom Carneiro) e que já publiquei há um bom tempo (mas
pode conferir aqui).
A recomendação é usar panelas
grandes e mais reforçadas (de ferro, de barro, de cerâmica ou de fundo triplo),
para evitar perda de calor durante o cozimento. Como ocorre com boa parte das
carnes, é preciso começar na véspera, marinando a carne do carneiro (ou
cordeiro), para agregar todo o sabor possível.
grandes e mais reforçadas (de ferro, de barro, de cerâmica ou de fundo triplo),
para evitar perda de calor durante o cozimento. Como ocorre com boa parte das
carnes, é preciso começar na véspera, marinando a carne do carneiro (ou
cordeiro), para agregar todo o sabor possível.
Vamos, então, ao nosso
carneiro da Páscoa?
carneiro da Páscoa?
Bom apetite!
- 1,8 kg de pernil de carneiro, cortado em pedaços de cerca de 2 dedos
- 600g de mini cebolas, descascadas, mas inteiras
- 1 cebola média, em pedaços grandes
- 500g de mandioca amarela
- 6 tomates italianos, sem peles nem sementes e cortados em quatro
- 2 batatas-doces pequenas, descascadas e cortadas em rodelas grossas
- 4 batatas médias, descascadas e cortadas em rodelas grossas
- 300g de abóbora cabotiá, descascada e em rodelas
- 300g de batata-salsa, em pedaços médios
- 5 colheres (sopa) de óleo de girassol ou de milho
- 2 maçãs fuji, cortadas no meio
- ½ pimentão vermelho, picado grosseiramente
- ½ pimentão verde, picado grosseiramente
- 1 garrafa de vinho branco seco
- 20 dentes de alho, inteiros
- Alecrim a gosto
- Hortelã a gosto
- Manjericão a gosto
- Tomilho a gosto
- Sal a gosto
- Pimenta calabresa a gosto
- Tempere o carneiro na véspera. Bata no liquidificador 1 xícara de vinho, 1 cebola, 10 dentes de alho, alecrim a gosto, sal a gosto, pimenta a gosto e água o suficiente para cobrir a carne.
- No dia, cozinhe a mandioca na panela de pressão, por 15 minutos, e reserve.
- Escorra o tempero da carne.
- Ponha para ferver água suficiente para cobrir o carneiro, na panela.
- Em uma panela grande, aqueça o óleo e sele os pedaços de carneiro, até dourar.
- Acrescente as mini cebolas e o alho e deixe até dourar.
- Adicione o restante do vinho e deixar cozinhar.
- Quando o vinho evaporar, acrescente os tomates, o pimentão, as maçãs, a hortelã, o manjericão, alecrim, tomilho e água fervendo até cobrir. Tampe a panela.
- Cozinhe, até a carne estar macia.
- Junte a batata, batata-doce, abóbora.
- Quando as batatas estiverem macias, acrescente a mandioca e a batata-salsa e cozinhe por 20 minutos ou até que se forme um molho consistente.
- Sirva com arroz branco e farinha de mandioca torrada.
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