Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Nayme lança pratos de inverno e faz festança de 10 anos

O restaurante Nayme está completando dez anos de atividade. E vai comemorar com uma grande festa. | Foto: Anacreon de Téos
Dias atrás estive no Nayme. Estava com saudades de sentir aquele afeto, aquele aconchego que o espaço oferece, proporcionando a sensação de estarmos na sala de jantar de alguma família amiga. Família árabe, evidentemente, com todo aquele mobiliário e os demais adereços que deixam o local colorido como nenhum outro.
Costumo dizer que, já desde o endereço anterior do restaurante, o astral do local me remete a alguns domingos de infância, em Ponta Grossa, após o almoço, que era sempre cedo, eu ia visitar meu coleguinha de muro, o Nelson, da família (Nabih) Nastás, que tinha exatamente a minha idade. Vivia por lá, principalmente corujando os almoços domingueiros, naquela mesa farta de cores, de riqueza e de sabores.
Vivi a mesma sensação mais tarde, já adulto, em Curitiba, nas oportunidades que tive de frequentar a casa do jornalista Mussa José Assis, conselheiro e professor, como diretor de redação do jornal O Estado do Paraná – onde trabalhei por 45 anos. O encontro de domingo reunia os dois lados da família, filhos, netos e amigos e amigos. Dava para calcular algo em torno de 50 pessoas, infalivelmente. O Mussa faleceu há onze anos, mas, pelo que sei, todos continuam se reunindo em torno de dona Guiomar e de sua comida e seus sabores deliciosos.

Quando entro no Nayme tudo isso me passa pela cabeça. E então, dias atrás, conversando com a Yasmin Zippin Nasser, proprietária e chef do restaurante, falava sobre o assunto e ela me disse que estava começando a preparar a festa dos 10 anos de existência da casa. Tudo isso já? Lembrei-me dos primeiros tempos, lá no alto da Vicente Machado, e, ainda mais recentemente, quando comentei a ida para o novo endereço (confira aqui).
Ao contrário da maioria dos restaurantes árabes, que fixam seus menus nas mesmas opções de pratos frios e quentes, o Nayme sempre tem novidades. Sim, porque a culinária árabe é riquíssima, muito mais do que normalmente se apresenta por aí. Que, de boas-vindas, sempre começa com aquele pão inflado, quentinho, com alguns fios de azeite por cima.


Lembro-me bem da primeira vez que soube do Burj, que, segundo explicação da Yasmin, representa a maneira como o libanês come o quibe cru, misturando elementos – que, aqui, no caso, estão todos compondo a torre (o significado de burj). São camadas intercaladas de quibe cru, tabule, carne refogada com nozes, amêndoas e castanhas, finalizadas com coalhada e cebolas crocantes. E aí se entende porque eles misturam tudo ao comer.
E a novidade de agora – no período de preparação para a comemoração do aniversário – são os pratos criados especialmente para o Festival de Inverno, que o restaurante promove todo ano. Criados especialmente é maneira de dizer, pois todas as receitas já existem há tempos e vieram do caderno de dona Nayme, avó dela, que trouxe todos os seus segredos e temperos lá de Baalbek, a cidade libanesa de onde emigrou a família.

Dois desses pratos integram, inclusive, o 1º Circuito de Inverno de Curitiba, do Bom Gourmet: Adas bil Hammod, que é uma sopa de lentilhas, carne bovina, legumes e com um toque de limão siciliano, acompanhada de torradas embebidas em azeite de oliva e Zattar, e o que eu pedi e achei mais do que especial: Chacriê com stinco de cordeiro, que se trata de um stinco de cordeiro marinado com especiarias árabes, acompanhado de coalhada cremosa. Tente imaginar a feliz combinação desses ingredientes. Acho que nem imaginando é possível saber, só provando mesmo. Como se diria por aí: eu recomendo, mesmo.
O festival de inverno ainda tem Sopa de lentilhas cremosa (sopa vegana, preparada com lentilha coral e finalizada com pinhão), Moghrabie (sopa com moghrabie - tipo de cuscuz libanês - com frango, grão-de-bico e limão siciliano), Chich Barak (massa em molho de coalhada temperada com alho frito e hortelã desidratado, acompanhada de pão árabe assado na hora, que pode ser recheada com queijo, cordeiro, carne bovina ou abóbora cabotia, Fattet homus, (cozido de carne e grão-de-bico em molho ferrugem, finalizado de coalhada e croutons de pão árabe e acompanhado de arroz de aletria), Adas bil Hammod, (sopa de lentilhas, carne bovina, legumes e com ,um toque de limão siciliano, acompanhada de torradas embebidas em azeite de oliva e zattar) e ainda Quibe labbanye (quibe recheado com carne refogada, com nozes, amêndoas e castanhas finalizado dentro de uma coalhada cremosa temperada com alho frito, hortelã desidratada e acompanhado de pão árabe assado na hora).
A grande festa
Mas o grande assunto no Nayme nos últimos dias é a preparação para a comemoração dos dez anos do restaurante. Será na próxima quinta-feira (27) e vai ser mesmo uma festança, com open food e open bar e atrações que vão de cantor libanês Shaker e leitura da sorte na borra do café a calígrafo árabe escrevendo seu nome em árabe, tatuagem de hena, maquiagem árabe e dançarinas do ventre.
No menu aberto aos convidados, Cordeiro michuí, para comer com pão árabe, Arroz árabe cozido dentro do cordeiro, Chich barak de abóbora, Chich barak de carne, Ilha de doces árabes (Baklewa, Mhallabye), Ilha de chás e café árabe, além de Canapés de hommus finalizado com sumac e cogumelos, Canapés de babaghanouj com rúcula, Canapés de coalhada, quibe cru e hortelã, Mini sfiha de carne, Mini sfiha de verduras, Mini quibe frito, Bolinho de cordeiro, Kebab de frango, Kafta bovina, Kebab de legumes e Falafel.

Os ingressos do primeiro lote estão sendo vendidos a R$ 330, no link https://goingressos.com.br/evento/festa-10-anos-nayme, ou no próprio restaurante em contato pelo Instagram.
Imperdível, não é mesmo? Se tem coisa que os árabes sabem fazer é receber. Melhor ainda em grandes festas, como esta comemoração do Nayme promete.
Nayme Restaurante
Rua Coronel Dulcídio, 572 – Batel
WhatsApp (reservas): (41) 99856-0039
Instagram: @restaurantenayme
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br