Thumbnail

O papo de anjo tem influência portuguesa e já foi queridinho no Brasil. (A louça é da CW.Cristiana Wolf Ceramicas (@cristiwolf).)

Monique Ryba Portela

Panela do Anacreon

Memória afetiva em forma de doce. O Papo de anjo resiste ao tempo

17/08/2022 13:11
Os mais antigos certamente têm o sabor guardado na memória. Era doce clássico das festas e da sobremesa de domingo. O papo de anjo já foi o queridinho da doceria brasileira, numa época em que a influência portuguesa e de seus doces conventuais era muito acentuada por aqui.
Era tempo da cocada de forno, da ambrosia e do toucinho do céu, que tinham nas gemas os ingredientes principais. Ou dos merengues, dos suspiros, do pudim de clara, estes feitos, evidentemente, com as claras.
Com o tempo, o chocolate e o leite condensado começaram a tomar conta dos doces. Primeiro, por tornarem as sobremesas mais fáceis de serem elaboradas. Como o brigadeiro, por exemplo, que é só misturar os dois itens numa panela e aguardar chegar ao ponto desejado.
Mas os doces conventuais ainda resistem e temos, em Curitiba, algumas casas especializadas nessas delícias, incluindo aí, também, o pastel de nata, delicadeza pura quando chega à boca.
O papo de anjo, nosso assunto de hoje, já não é tão fácil de encontrar. Numa rede de supermercados até tem para vender, em vidro, mas o sabor — embora seja interessante para uma emergência — não se aproxima do original, feito com carinho e capricho, em casa.
Como é o nosso caso aqui. Embora pareça complicado, por exigir um pouco mais de detalhes em sua composição, o doce é fácil de fazer e não leva tanto tempo de execução. Mesmo assim, é conveniente e recomendável prepará-lo de véspera, para que o bolinho absorva toda a calda e faça amalgamar com aquela gema batida e cozida.
Arrisque fazer e se prepare para o sucesso.Vamos lá, então?
Bom apetite!
*A louça é da CW.Cristiana Wolf Ceramicas (@cristiwolf).

Papo de anjo