Louis Philippe agora também é bistrô. Como se fosse num cantinho da França

As coisas acontecem meio por
acaso. Do nada surge alguma informação, algum comentário, que leva a algo
interessante. Principalmente nesse mundo da gastronomia. E foi assim que
descobri o novo endereço e a nova proposta da Louis Philippe, agora também em
formato de bistrô.

Foi no Mercado Municipal. Tinha
ido até o açougue Espaço
Angus Prime, onde sempre compro, pela qualidade e pela variedade de carnes
que oferece. Sabia que eles tinham carne de vitelo e, desejoso de fazer uma
saltimbocca, fui atrás. Não tinha. Levaram tudo há pouco tempo, aquele bistrô
que abriu lá no Jardim Social – informou a Ariane. E completou: parece que o
nome é Louis Philippe. E era.

Logo dei um jeito de dar uma
passada por lá. Porque a confeitaria, no Batel, eu já conhecia bem e era
cliente. Mas no Jardim Social? (na verdade é Cabral, na divisa com o Jardim
Social).

E não é que tinha mesmo? Louis
Philippe Pâtisserie et Cuisine, a denominação oficial, juntando aos já
famosos a apreciados doces, tudo o que se possa imaginar de um bistrô,
oferecendo desde o café da manhã, almoço, lanches e até o jantar. Como estava
apenas de passagem, conversei rapidamente com o Louis e combinei retornar com
mais tempo, para provar alguns pratos e sentir o ambiente.

Aliás, é interessante frisar
que Louis não se chama Louis e tampouco Louis Philippe. O nome dele, na real, é
Loïc e Philippe é seu sócio, parceiro, conterrâneo e amigo. Loïc Briand e Clement
Philippe Dhuyser trabalhavam juntos, em um restaurante de Saint Malo, cidade pequena
(50 mil habitantes) na região da Bretanha, noroeste da França. O primeiro, no
salão, e o outro como chef confeiteiro.

Até que um dia conversaram e decidiram se aventurar no Brasil. Não de graça, por nada, mas pelo fato de Loïc ser casado com uma paranaense, Ticiana Milfont (de São Mateus do Sul), mas com base em Curitiba. Eles vieram primeiro, chegaram por aqui e até passaram um ano no Ceará – administrando uma pousada. Philippe chegou alguns anos depois, acompanhado da esposa Hélène e dos filhos. Vieram morar no mesmo condomínio e começaram a fazer doces em casa, até conseguirem um espaço no restaurante Caiçara, onde fizerem muito sucesso com seus doces.

Com a pandemia, tiveram de
recuar, mas logo depois atacaram novamente, na ousadia de abrir, em 2020, um
espaço próprio, no Batel. Um ano depois, surgiu a segunda unidade, no Alto da
XV. Mas ainda no mesmo estilo, com doces autorais, doces clássicos, croissants
e alguns bolos e pães. À essa altura, Loïc já era Louis, nome mais fácil de ser
compreendido pelos brasileiros.

Até que decidiram partir,
também, para os pratos salgados e marcantes da gastronomia francesa. E aí,
abriram, meses atrás, o bistrô.

Conforme o combinado, regressei, então, alguns dias depois. Recebido por Louis, com seu inconfundível paletó azul, trocamos algumas ideias de como poderia ser nosso encontro e os consequentes sabores.

Discorreu sobre o menu, falou
sobre outras coisas – ele é bem conversador – e fomos compondo a ideia do que
poderia ser servido. O bistrô tem dois cardápios, o oficial, com páginas que
propõem combinações desde o café da manhã, lanches e refeições, e o Menu du moment, com alguns pratos novos,
experiências e inspirações, oferecidos aos clientes como sugestões e que,
conforme a repercussão, podem ser incorporados à ementa oficial da casa.

Então, começamos. Pedi um
drinque autoral, da carta da casa: Lorraine
(gin, lillet blanc e Cointreau – R$ 40), para aguardar a porção degustação da L'assiette de gravlax (R$ 110, no
tamanho normal), um gravlax de salmão (100 g), acompanhado de creme citronado,
sobre uma delicada e macia bocada de blinis.

Dentre os pratos principais,
ao me ver hesitar na escolha, Louis recomendou o Le pavé de boeuf sauce béarnaise - servido com batatas rissolées (R$
90). É um bife alto de filé mignon, apresentado ao ponto, rosa por dentro e
muito macio, ideal para receber um dos meus molhos favoritos e que nem todos
conseguem fazer, pelas sutilezas que apresenta em sua execução, entre a
manteiga e as gemas. O sabor que o estragão passa, na composição final, é
sempre marcante e ali não estava diferente.

No momento da sobremesa, a
hora do show particular de Louis: Crêpe
Suzette (R$ 70) - crepe com caramelo de laranja, preparada e flambada com
licor Grand Marnier, que ganha toda a plástica da preparação na frente do
cliente. Um espetáculo que atrai e chama a atenção de todo salão. E que tem, de
resultado final, um sabor delicioso e marcante.

Há outros tantos pratos,
claro, mas naquela noite fiquei nesses. E posso dizer que saí de lá realizado,
sentindo gostinho de França e saudades de filha e neto, que moram por lá. Vou mostrar
aqui, em seguida, alguns dos outros pratos do lado bistrô da casa.

O Louis Philippe Pâtisserie et Cuisine está estabelecido num imóvel grande, de pé direito alto e muito clean. Decoração discreta, predominando cores claras e cozinha à vista dos clientes. Foi concebido para atender a qualquer hora do dia, servindo seja lá o que o cliente possa vir a pedir.

São quatro os sócios da casa: Louis, Ticiana, Philippe e Emmanuel Weber, também francês, casado com brasileira, que se associou no início deste ano.

É de voltar sempre. Aliás, ainda preciso provar aquele vitelo (L'Escalope de veau à la normande, um escalope de vitelo servido com linguini e creme à base de cognac), que, afinal de contas, foi a origem dessa conversa toda aqui.

Horário de funcionamento: de
terça à sexta, de 8h às 21h (para a chegada do cliente); sábado, de 7h às 21h;
domingo, de 7h às 19h.

Avenida Nossa Senhora da Luz,
850 (Lojas 04 e 05) – Cabral

Fone: (41) 92004.3583 (somente
mensagens e WhatsApp)

Avenida Nossa Senhora da Luz,
850 – Cabral

Fone: (41) 92004.3583 (somente
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