Anacreon de Téos
Panela do Anacreon
Estrogonofe de língua de cordeiro? Existe, sim, e é delicioso. No Dom Carneiro
Provar novos sabores é sempre
um desafio. Aceito todos.
um desafio. Aceito todos.
Estou sempre aberto a tudo que
possa representar o novo, o inusitado, que surpreenda pelo sabor ou pela
textura. Pro bem ou pro mal, pois, afinal de contas, nem sempre tudo pode ser
gostoso. De vez em quando, muito de vez em quando, a gente cai numa ruim, mas
pelo menos provou.
possa representar o novo, o inusitado, que surpreenda pelo sabor ou pela
textura. Pro bem ou pro mal, pois, afinal de contas, nem sempre tudo pode ser
gostoso. De vez em quando, muito de vez em quando, a gente cai numa ruim, mas
pelo menos provou.
- Não gosto. Nunca comi, mas
não gosto – é o que se ouve frequentemente por aí, de pessoas que não têm
coragem de sair daquela rotina segura dos alimentos do dia a dia.
não gosto – é o que se ouve frequentemente por aí, de pessoas que não têm
coragem de sair daquela rotina segura dos alimentos do dia a dia.
De vez em quando apronto
algumas, com a inclusão de alguns ingredientes ou proteínas que a pessoa não
aprova, mas não descobre no contexto. Como um croquete de língua, que fiz certa
vez, e alguém que dizia detestar miúdos repetiu algumas vezes, tanto que até
hoje nunca tivemos de contar de que se tratava. Ou num churrasco, de bons
tempos atrás, quando a carne era de avestruz e alguns dos comensais só aceitava
carne bovina. Dissemos se tratar de “filé italiano”, um tipo de corte e todos
saíram de lá felizes.
algumas, com a inclusão de alguns ingredientes ou proteínas que a pessoa não
aprova, mas não descobre no contexto. Como um croquete de língua, que fiz certa
vez, e alguém que dizia detestar miúdos repetiu algumas vezes, tanto que até
hoje nunca tivemos de contar de que se tratava. Ou num churrasco, de bons
tempos atrás, quando a carne era de avestruz e alguns dos comensais só aceitava
carne bovina. Dissemos se tratar de “filé italiano”, um tipo de corte e todos
saíram de lá felizes.
Já sou o contrário, sempre vou
atrás do impensado. Como da Buchada de
bode da Lanchonete do Morais, na
Vila Osternack, atração das segundas-feiras por lá. Que, na realidade é de
carneiro, mas tudo bem, tem um sabor bem próximo. Daí aproveito e também peço o
mocotó e me sinto recompensado pelo bom paladar.
atrás do impensado. Como da Buchada de
bode da Lanchonete do Morais, na
Vila Osternack, atração das segundas-feiras por lá. Que, na realidade é de
carneiro, mas tudo bem, tem um sabor bem próximo. Daí aproveito e também peço o
mocotó e me sinto recompensado pelo bom paladar.
Quem sempre propõe pratos
inesperados é o Marcos Adur, proprietário do Dom Carneiro, açougue e
restaurante. O primeiro que provei foi um Carneiro
atolado, no início de 2010 (publiquei
aqui, inclusive com a receita), com pedaços do espinhaço cozidos
lentamente, com aipim e batata-salsa. Surpresa mais do que agradável.
inesperados é o Marcos Adur, proprietário do Dom Carneiro, açougue e
restaurante. O primeiro que provei foi um Carneiro
atolado, no início de 2010 (publiquei
aqui, inclusive com a receita), com pedaços do espinhaço cozidos
lentamente, com aipim e batata-salsa. Surpresa mais do que agradável.
Mais recentemente, em 2020, conversava com o Adur sobre miúdos (adoro rins de cordeiro e ele tem lá para vender) e ele me disse que fazia espetinhos de miúdos sob encomenda, para servir lá ou levar para casa. Que podem ser feitos com ou sem a cobertura da redanha (aquela gordura, com formato de rede, que forra internamente o abdômen do bicho). Levei uma turma para provar e o resultado, claro, foi ótimo (confira aqui).
O Estrogonofe de língua
Dias atrás voltei a conversar
com Marcos Adur. Tinha encontrado uma receita antiga (estou reclassificando todas
as publicações de gastronomia que tenho, desde os anos 80) de Língua com especiarias e, lendo a
descrição, descobrir se tratar de língua de cordeiro/carneiro.
com Marcos Adur. Tinha encontrado uma receita antiga (estou reclassificando todas
as publicações de gastronomia que tenho, desde os anos 80) de Língua com especiarias e, lendo a
descrição, descobrir se tratar de língua de cordeiro/carneiro.
Claro que imediatamente entrei
em contato com ele. “Temos, sim, mas sob encomenda. De quanto precisa? ” Bem
pouco, o suficiente para até quatro pessoas. Um quilo, imaginei. Daí ele me
disse que encomendaria mais e que o restante serviria no restaurante em forma
de estrogonofe.
em contato com ele. “Temos, sim, mas sob encomenda. De quanto precisa? ” Bem
pouco, o suficiente para até quatro pessoas. Um quilo, imaginei. Daí ele me
disse que encomendaria mais e que o restante serviria no restaurante em forma
de estrogonofe.
Como assim, estrogonofe? De
língua? Sim, e ele me explicou como teria surgido o prato. Alguns amigos haviam
experimentado tal experiência lá no Rio Grande do Sul e manifestaram desejo de
comer aqui. Adur não se fez de rogado, logo acionou a chef do restaurante, Vânia
Oliveira, e, juntos, criaram o prato que os amigos desejavam: Estrogonofe de língua de cordeiro. Que foi
imediatamente aprovado pelo pessoal.
língua? Sim, e ele me explicou como teria surgido o prato. Alguns amigos haviam
experimentado tal experiência lá no Rio Grande do Sul e manifestaram desejo de
comer aqui. Adur não se fez de rogado, logo acionou a chef do restaurante, Vânia
Oliveira, e, juntos, criaram o prato que os amigos desejavam: Estrogonofe de língua de cordeiro. Que foi
imediatamente aprovado pelo pessoal.
Adur já vinha pedindo à chef
para terem um estrogonofe de carne de cordeiro, já que essa é a especialidade
do restaurante. E a deixa para fazer um de língua chegou na hora certa, para,
depois de uns dois ou três testes, ser aprovado e colocado na linha de
produção.
para terem um estrogonofe de carne de cordeiro, já que essa é a especialidade
do restaurante. E a deixa para fazer um de língua chegou na hora certa, para,
depois de uns dois ou três testes, ser aprovado e colocado na linha de
produção.
Quando deu a letra que poderia
fazer para mim – “traga tua turma aqui para provar” -, já avisei alguns dos
integrantes da nossa Confraria do Armazém (que, aliás, completa 20 anos no fim
do mês) para o desafio. Precisaria fechar um grupo com oito a dez pessoas e
logo o rol estava completo. Marcamos.
fazer para mim – “traga tua turma aqui para provar” -, já avisei alguns dos
integrantes da nossa Confraria do Armazém (que, aliás, completa 20 anos no fim
do mês) para o desafio. Precisaria fechar um grupo com oito a dez pessoas e
logo o rol estava completo. Marcamos.
E não é que o tal Estrogonofe de língua de cordeiro é
muito bom mesmo? A carne é macia, bem cozida e servida em pedacinhos, como
requer um bom estrogonofe. Lembra a língua bovina, mas tem um toque um pouco
mais suave, quase mais adocicado, arriscaria afirmar. O prato vem à mesa
acompanhado de uma salada de folhas, brotos e uma estrela de carambola; de
arroz branco, com alho frito, que só é colocado por cima, caso o cliente não
aprecia e queira retirar; e de batata-palha, que todo estrogonofe que se preze
requer como acompanhamento.
muito bom mesmo? A carne é macia, bem cozida e servida em pedacinhos, como
requer um bom estrogonofe. Lembra a língua bovina, mas tem um toque um pouco
mais suave, quase mais adocicado, arriscaria afirmar. O prato vem à mesa
acompanhado de uma salada de folhas, brotos e uma estrela de carambola; de
arroz branco, com alho frito, que só é colocado por cima, caso o cliente não
aprecia e queira retirar; e de batata-palha, que todo estrogonofe que se preze
requer como acompanhamento.
Delicioso, impecável! O prazer
de poder provar algo novo, ainda não registrado pelo paladar, foi único. Aliás,
Vânia optou por utilizar cogumelos em conserva e creme de leite em caixinha,
remetendo quem degusta à memória afetiva do início da história do estrogonofe
no país. Bela tacada, deu muito certo. Aliás, como a ótima Claudia Krauspenhar
havia feito no então Vin (hoje K.sa), quando, no almoço executivo das terças
tinha um estrogonofe assim – de carne bovina, é claro.
de poder provar algo novo, ainda não registrado pelo paladar, foi único. Aliás,
Vânia optou por utilizar cogumelos em conserva e creme de leite em caixinha,
remetendo quem degusta à memória afetiva do início da história do estrogonofe
no país. Bela tacada, deu muito certo. Aliás, como a ótima Claudia Krauspenhar
havia feito no então Vin (hoje K.sa), quando, no almoço executivo das terças
tinha um estrogonofe assim – de carne bovina, é claro.
Harmonizamos o Estrogonofe de língua de cordeiro com um
Cabernet Franc da Vinícola
Araucária (também da família Adur) e tudo deu muito certo. O prato custa R$
65 e só é servido mediante reserva antecipada, pois não está no cardápio
normal. Adur pretende preparar porções semi prontas para serem congeladas e daí
servidas com mais agilidade, mas ainda não o fez.
Cabernet Franc da Vinícola
Araucária (também da família Adur) e tudo deu muito certo. O prato custa R$
65 e só é servido mediante reserva antecipada, pois não está no cardápio
normal. Adur pretende preparar porções semi prontas para serem congeladas e daí
servidas com mais agilidade, mas ainda não o fez.
Nem só cordeiro no menu
Evidentemente os cortes ovinos
predominam no cardápio do Dom Carneiro. A começar pela Sequência especial de carneiro (R$ 140, com linguiça, kafta, carré,
costela, lombo e pernil), mais entrada e acompanhamento. Mas também, tem,
separadamente, Pernil (R$ 83), Carré (R$ 83) e um Stinco (R$ 99) incomparável, acompanhado de arroz árabe, purê de
batata-salsa e salada verde.
predominam no cardápio do Dom Carneiro. A começar pela Sequência especial de carneiro (R$ 140, com linguiça, kafta, carré,
costela, lombo e pernil), mais entrada e acompanhamento. Mas também, tem,
separadamente, Pernil (R$ 83), Carré (R$ 83) e um Stinco (R$ 99) incomparável, acompanhado de arroz árabe, purê de
batata-salsa e salada verde.
Cortes de cordeiro também são
servidos em porções, para petiscar. Como Lombinho no espeto, Carré, Pernil
grelhado, Paleta grelhada, Costelinha ripa (no espeto), Kafta, Linguicinha
merguez e Linguicinha de cordeiro, com valores variando de R$ 51 a R$ 95.
servidos em porções, para petiscar. Como Lombinho no espeto, Carré, Pernil
grelhado, Paleta grelhada, Costelinha ripa (no espeto), Kafta, Linguicinha
merguez e Linguicinha de cordeiro, com valores variando de R$ 51 a R$ 95.
Há também petiscos para o
happy hour (tem até lambari crocante) e outros tipos de carne, como Picanha (R$
99), Chorizo (R$ 96) e Codorna com polenta (R$ 52), além dos pratos combinados
de carnes – para duas pessoas -, feito Pernil de cordeiro com picanha (R$ 189)
e Carré de cordeiro com ancho (R$ 159).
happy hour (tem até lambari crocante) e outros tipos de carne, como Picanha (R$
99), Chorizo (R$ 96) e Codorna com polenta (R$ 52), além dos pratos combinados
de carnes – para duas pessoas -, feito Pernil de cordeiro com picanha (R$ 189)
e Carré de cordeiro com ancho (R$ 159).
O Dom Carneiro funciona de
terça a domingo para o almoço e, para o jantar, de terça a sexta.
terça a domingo para o almoço e, para o jantar, de terça a sexta.
Restaurante Dom Carneiro
Rua Senador Saraiva,
220 - São Francisco
220 - São Francisco
Fone: 41)
3225-2787
3225-2787
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Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br