Enormes centollas em Curitiba. No Cas.Cais e também para fazer em casa

Caranguejo é uma delícia!

E a prova disso é o grande
número de restaurantes especializados lotados, durante a temporada desse
crustáceo – que, aliás, está valendo ainda, com mês e meio pela frente.

Carne macia, tenra, levemente
adocicada, traz um prazer enorme para o paladar dos consumidores. E aí em
qualquer nível, podendo ser nesse nosso comum, de mangue, nos que vêm lá do
Norte do País (uma unha de caranguejo paraense, como se encontram por aqui, na Ver-O-Peso da Amazônia,
ali do ladinho do Mercado Municipal) ou que são trazidos lá de longe, como os
caranguejos gigantes, feito os king crabs dos mares do norte ou as centollas
aqui do hemisfério sul, habitantes das geladas águas do Pacífico.

Centollas que motivaram essa
postagem, pois entram como grandes estrelas, botando banca, no cardápio do
restaurante Cas.Cais. Pelo menos por um tempo, enquanto durar o estoque (como o
comércio costuma dizer).

Dias atrás não resisti e fui
provar. Palavra que ainda um tanto ressabiado, por algumas experiências
anteriores por aí, quando o preparo não adequado deixou a carne mais flácida e
se soltando em flocos. Mas dessa vez não teve erro, pois o chef Eliseu
Fernandes, um dos sócios da casa, é inigualável no preparo de pescados, sejam
eles quais forem.

Já impressiona quando chega à
mesa, tem em torno de 3 quilos. E a apresentação é a mais simples possível. Tanto
quanto a elaboração do prato, pois é finalizada apenas na manteiga e mais manteiga.
Vem acompanhada – e não é redundância, é pura inspiração do chef – por mais
manteiga, agora derretida, em dois molhos: Manteiga
e ervas e Manteiga de camarão. Impecável
combinação de sabores, que tão bem se dão com alguns dos tantos vinhos de
classe que compõem a robusta adega do restaurante.

Não é barato, evidentemente,
pela preciosidade e pela raridade que representa. Custa R$ 2.500 e serve bem
quatro pessoas (até mais, conforme o apetite e dependendo da entrada que o
cliente pedir).

O Cas.Cais, aliás, está
ensaiando uma entrada nova, ainda não oficialmente no cardápio, mas que pode
ser servida atendendo a pedidos. Trata-se de Arepa, que originalmente é uma
espécie de pão redondo e achatado, muito comum em países como Venezuela,
Colômbia, Bolívia e Panamá, por exemplo. A base da massa é o milho (ou farinha
de milho) e por lá é comido depois de passado na chapa, podendo ser recheado ou
não.

E como está entrando no cardápio da casa? Por influência de uma nova funcionária, que é venezuelana. Carolina Tisuby trouxe o costume para a cozinha do restaurante, incluindo a sugestão na refeição dos funcionários.

De tal forma agradou, que inspirou
o chef Eliseu Fernandes e criar um novo petisco, dando o formato de pastel
(mais parecem rissoles, isso sim) e propondo um recheio especial: um cremoso
bobó de camarão.

Provei. São mesmo muito gostosos,
pois a massa utiliza a verdadeira “harina de maíz”, que – descobri com eles -
pode ser encontrada numa pequena loja de produtos venezuelanos chamada Pan, na
rua Dr. Pedrosa, proximidades da praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba.

A fusão de sabores proposta
pelo chef resulta num terceiro caminho, com o espírito venezuelano na base e
uma pegada muito brasileira no recheio. Deu mais do que muito certo.

As arepas são servidas em
porções de seis e custam R$ 69 a porção.

A mim me pareceu sempre
complicado tentar explicar ou definir a diferença entre a centolla e o king
crab. São ambos crustáceos de águas profundas e geladas. A primeira é do
Pacífico Sul, encontrada na costa chilena (e também um pouco na Argentina), enquanto
caranguejo real vive no norte do planeta, na costa do Alaska (costumeiramente
pescados no mar de Bering), onde é mais comum, mas também no Atlântico – Mar do
Norte -, onde se encontra o vilarejo de Bugøynes, localizado no extremo norte
da costa da Noruega.

Pesquisando sobre as
diferenças, acionei dois grandes especialistas em pescados, sempre amigos e
parceiros: Paulo Mozer, um dos proprietários da Pescados Keli Mozer, que funciona
no Mercado Municipal de Curitiba, e Bernardo Fuck, sócio-proprietário da Trapiche Pescados,
conceituada distribuidora de produtos do mar e de outros itens de gastronomia,
com sede original em Itajaí, mas que já se expandiu pelo sul do país,
estabelecida também por aqui, em Curitiba e Ponta Grossa.

Por tudo que compilei, dá pra
dizer que são bem próximos mesmo, primos irmãos, eu diria. A centolla é um
pouco mais arredondada na carapaça e tem as garras mais longas. Também tem saliências
(dá pra chamar de espinhos?) mais acentuadas do que o king crab.

E nessa conversa descobri algo
alvissareiro para quem se interessou pelo assunto e pela possibilidade de
consumir: a Trapiche tem centolla para vender.

São peças em torno de 1,2 a
1,5 kg, a preços de R$ 469 o kg para restaurantes e R$ 519 o kg para o
consumidor final. A exemplo da que tem no restaurante, elas já chegam
pré-cozidas e congeladas a bordo, logo após serem capturadas por uma embarcação
própria, conhecida como “barco indústria”.

Mas, seja como for, para
saborear esse incomparável crustáceo no Cas.Cais ou para comprar e fazer em
casa, a tentação é termos as centollas ao nosso alcance. Com tudo de sabor que
reservam.

O Cas.Cais funciona de segunda-feira
a quinta-feira, das 12h às 22h. Sexta-feira e sábado, das 12h às 23h e, domingo,
das 12h às 20h.

Avenida do Batel, 1868 – Batel

Pátio Batel, Piso L3

Instagram: @cascais.marevinho

Alameda Princesa Izabel, 699 -
Centro

Fone: (41) 98735-8508
(WhatsApp)

Horário de funcionamento:
segunda a sexta, das 9h às 18h30. Sábados, das 9h às 14h.

=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=

Entre em contato com o blog:

Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/

Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos

E-mail: a-teos@uol.com.br