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Galeto al primo canto, maionese, polenta e queijo doré – começa o show na Galeteria Di Paolo.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Di Paolo, famosa rede de galeterias, já está funcionando em Curitiba

14/11/2021 23:22
Durante toda a minha (longa)
carreira no jornalismo esportivo um dos maiores prazeres estava em poder viajar
o mundo, conhecer lugares e provar outros sabores.
Quando a viagem era pelo
Brasil, difícil resistir aos encantos da comida nordestina, das coisas do Norte
e das mineirices. Além de todos esses eu acrescentaria ainda mais um local: Caxias
do Sul. Torcia para minha escala permitir pelo menos uma passadinha anual lá
pela Serra Gaúcha. Pela beleza da região, pelos vinhos e, principalmente, pela
oportunidade de saborear o Galeto al primo canto em uma dentre aquelas tantas
galeterias existentes na cidade.
Aquele galeto macio por dentro, dourado por fora, o cappelletti, as saladas, as massas caseiras... era tudo um encanto que ficou cuidadosamente guardado na minha memória gustativa. Aí o Caxias sumiu, o Juventude caiu e eu nunca mais fui a Caxias do Sul.
Mas não deixei de buscar os
galetos, onde quer que estivessem. Como nesse último fim de semana, aqui mesmo,
em Curitiba, no recém-inaugurado restaurante Galeto di Paolo, ali no Capanema (para
os mais antigos, como eu) ou Jardim Botânico.
Trata-se de uma rede de
galeterias, com base em Caxias, mas já se espalhando pelo país. Atualmente, o
Di Paolo possui dez unidades em território brasileiro, sendo seis no Rio Grande
do Sul, uma em Santa Catarina e três em São Paulo. Fundada em março de 1994, por
Paulo Geremia, no Rio Grande do Sul, a marca é uma das mais renomadas dentre as
galeterias do país, pois alia a influência da cultura gastronômica da Serra
Gaúcha com charmosos restaurantes, especialmente decorados, que não só atraem o
público pela tradição, como também pelo cardápio e a presteza no atendimento.
Um dos salões da Di Paolo. A galeteria tem bela ambientação e capacidade para até 200 clientes.
Um dos salões da Di Paolo. A galeteria tem bela ambientação e capacidade para até 200 clientes.
A Di Paolo de Curitiba está
funcionando desde a semana passada e tem como sócio de Geremia o paranaense (de
Barracão) Jandir Dalberto, que, por um bom tempo, foi presidente da famosa
churrascaria Fogo de chão (São Paulo) e entrou na sociedade ao abrir outros
restaurantes da rede de galeterias no estado de São Paulo (três), estendendo agora
suas ações também ao Paraná.
A nova unidade tem capacidade
para receber até 200 pessoas, com salões separados e até propícios para a
eventos – um deles tem capacidade para 100 pessoas.
O menu
Os pratos são os clássicos, os
mesmos originados nas galeterias gaúchas, apresentados à vontade, à medida que
o cliente vai consumindo. Ao chegar, o cliente é recebido e direcionado à mesa –
reservada ou não. Logo em seguida vem um cestinho do pão colonial, muito macio,
que dá para ir beliscando com azeite, enquanto não vêm os pratos. Junto, um
prato, com algumas fatias de um Copa muito bem e alguns cubos de queijo prato.
Tempo de nada, pois aí já
chegam as saladas. Alfaces, folhas verdes e roxas, outra travessa com radicci e
bacon e ainda batatas em maionese. Só pra começar.
Como sou saladeiro dos bons,
aproveitei, temperando com o azeite de oliva, um aceto de boa qualidade e sal
moído na hora – senti falta da pimenta-do-reino.
Cappelletti in brodo. Não é para qualquer um. A do Di Paolo é irrepreensível.
Cappelletti in brodo. Não é para qualquer um. A do Di Paolo é irrepreensível.
Nem bem havia terminado as
saladas (sim, como muito devagar) e já vinham chegando as atrações principais: começando
com a Sopa de capelletti, uma instituição desse tipo de cardápio. Perfeita, sem
qualquer ajuste, massa consistente e caldo cristalino.
Aí veio o galeto – ou meio, na
primeira pedida -, dourado, perfumado, rico em aromas e sabores. O galeto ao primo canto, antes de ir ao
fogo, recebe um banho de vinho branco, para dar mais perfume e sabor e, então,
é temperado durante 12 horas em uma mistura de sálvia, manjerona, salsa,
cebola, alho, sal, orégano, pimenta e cerveja. Por fim, é assado na brasa de
carvão e pesa cerca de 500g, o que confere maior maciez, chegando a uma carne
crocante por fora e suculenta por dentro.
Fiquei curioso quando soube
dessa combinação de vinho antes, cerveja depois. Mas quando experimentei,
adorei. Principalmente o sabor que confere a sálvia – vêm algumas folhas junto
e comi todas, muito bem impressionado. Também chegaram, como guarnição,
polentas fritas, em dois formatos, e um queijo à doré, macio, dentro da casca
crocante.
E os garçons ali, circulando
em torno da mesa, sempre atentos, perguntando se falta algo ou se há
necessidade de repetição. E aí entregam o pequeno cardápio de massas e molhos,
para que os clientes escolham as combinações preferidas. E chegam sempre em
pequenas porções, medida inteligente, para evitar desperdício e permitir o
maior número possível de experiências aos clientes.
Nhoque com molho tradicional.
Nhoque com molho tradicional.
Tortei de abóbora com molho de manteiga e sálvia.
Tortei de abóbora com molho de manteiga e sálvia.
Pedi três: Nhoque com molho tradicional (tomate e
frango), Tortei de abóbora com manteiga e
sálvia
e Tagliarini alho e óleo.
Todos muito bem feitos, saborosos.
De sobremesa, como sempre fiz
lá na Serra Gaúcha, Sagu ao vinho, com
creme
, mais típico, impossível.
O preço? R$ 79 por pessoa,
para comer à vontade e repetir quantas vezes quiser. Mais bebidas e taxas.
Como tinha assuntos a resolver
em seguida, fiquei na água mineral, mas, claro, pedi para ver a carta de
vinhos. Impressionante! Pela quantidade e pela qualidade. São quase 200
rótulos, entre nacionais – alguns de produção própria -, de Novo Mundo e de
Velho Mundo, em taças e em garrafas. E a preços bem atraentes de mercado.
Ficou para uma próxima,
inclusive para culminar com uma grappa, também de produção deles.
Sobremesa típica da Serra Gaúcha: Sagu ao vinho, com creme.
Sobremesa típica da Serra Gaúcha: Sagu ao vinho, com creme.
O empório
Terminada a refeição, fui dar
um giro pela casa. No tour, meu cicerone foi exatamente o Jandir Dalberto, que
me mostrou os espaços, os salões – há um espaço kids que a gente sempre torce
para as crianças não fazerem barulho, martelando os brinquedos –, a exposição
dos vinhos, dos azeites (de fabricação nacional, que a empresa quer valorizar),
num cantinho de empório. E sucos de uva, tintas e branca, claro, não poderia
faltar.
Sim, também é possível comprar
a grappa e também cachaças, que, conforme explicação de Dalberto, são feitas
com cana de açúcar de dois ou três anos, mais maduras e saborosas.
Do outro lado daquele mesmo pequeno espaço, um freezer com alguns produtos prontos. Inclusive o saboroso cappelletti e seu brodo (o caldo que acompanha). Quanto custa? R$ 50, para descongelar em casa e servir até quatro pessoas.
Cappelletti e caldo congelados no empório, Para levar e fazer em casa.
Cappelletti e caldo congelados no empório, Para levar e fazer em casa.
Algumas cachaças e a grappa de produção própria. À venda do empório da Di Paolo.
Algumas cachaças e a grappa de produção própria. À venda do empório da Di Paolo.
As outras
Curitiba tem mais outras três
galeterias em funcionamento. A Galeteria
Caxias
é a mais antiga, tem mais de 30 anos de funcionamento, ali no Jardim
das Américas. Mais recentemente, pouco antes da pandemia, começou a funcionar a
La Campesina, no centro da cidade (veja
aqui
), também com a proposta de oferecer os sabores da Serra Gaúcha.
A terceira não seria bem
especializada só em galetos, mas também oferece no cardápio além disso. É o
Italy Caffé (veja
aqui
), que começou com um espaço pequeno no centro e abriu outro ponto no
Juvevê (aqui).
E o galeto é a principal estrela.
Nesse meio tempo, entre uma e outra, também surgiu, na década passada, a PapaPollo Galeto & Pasta, com uma proposta bem interessante, louças exclusivas, e uma exposição diferente dos galetos à mesa (leia aqui). Durou pouco, não foi muito longe.
Mas, seja como for, a Di Paolo
chega agora com uma proposta mais ousada, com um lindo e amplo espaço, para
conquistar o coração do curitibano. Quando fui, por exemplo, tinha sido
oficialmente inaugurada fazia apenas dois dias. E lotou, a ponto de os garçons
terem perdido alguns bons quilos na correria para lá e para cá.
Bom sinal, para um início de
trabalho na cidade que tanto preza a boa comida. E ali, certamente, o retorno
de sabor é garantido.
A galeteria funciona de segunda
a sexta-feira, das 11h30 às 15h30 e das 18h às 23h. Sábados, das 11h30 às 23h. Domingos
e feriados, direto, das 11h30 às 22h.
A Galeteria Di Paolo está estabelecida no bairro Jardim Botânico, em Curitiba.
A Galeteria Di Paolo está estabelecida no bairro Jardim Botânico, em Curitiba.
Galeteria Di Paolo
Avenida Prefeito Omar Sabbag,
461 - Jardim Botânico
Fone: (41) 99229-1107
Instagram: @dipaolocuritiba
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