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A Bouillabaisse do chef Flávio Frenkel, que será feita especialmente para entrega em casa nos próximos dias.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Depois do sucesso do Cassoulet, Frenkel vai fazer Bouillabaisse para delivery

19/06/2020 19:01
Desde a primeira vez que
provei fiquei encantado. Era minha segunda viagem à França, mas a primeira
pelos lados da Provença. Metade dos anos 80, para poder situar. Na passagem por
Marselha uma paradinha num dentre aqueles tantos bistrôs ali existentes e uma
proposta desconhecida do cardápio: Bouillabaisse.
Não tinha a mínima noção do
que se tratava. O garçom tentava explicar e meu ainda parco francês da época
conseguiu entender tratar-se de um ensopado de peixes. Instigado sempre pelo
desconhecido e atirado nas surpresas, pedi. Encantei-me pela aparência e pelo
sabor. Aquele dourado do caldo a escoltar os tantos peixes e frutos do mar
ornava um prato fora de série.
Fiquei fã. Anos mais tarde,
quando voltei a passar por lá, conheci uma pequena cidade ali pertinho, do
outro lado do golfo de Marselha, chamada Carry-le-Rouet. Pequena mesmo, uns 5
mil habitantes, também à beira do Mediterrâneo. Quão pequena quanto a portinha
onde uma senhora simpática servia pratos da região, incluindo a Bouiallabaisse.
Pedi e novamente estava muito saborosa, só que completamente diferente daquela
anterior. Foi daí que ela me disse (e aí meu francês já dava conta do recado); “cada
habitante aqui da região de Marselha possui uma versão diferente da
bouillabaisse”. Desde que seja boa como essa, pensei, tudo bem.
Minha terceira experiência foi
durante a cobertura da Copa da França, em 1998. Foram dois jogos da seleção
brasileira que cobrimos em Marselha, contra Noruega e Holanda. E num deles, não
me lembro qual, fomos (Irapitan Costa e eu) ao famoso Le Miramar, bem ali no
fervo do Vieux-Port (o velho cais), que tem a fama de apresentar a melhor
Bouillabaisse da cidade. Estava realmente sensacional, mas, como eu já esperava
desde que aquela senhorinha ali do outro lado do golfe me avisou, era outro
sabor bem diferente, personalizado.
Então, cada bouillabaisse que
se apresenta tem seu próprio sabor, sua própria identidade, suas próprias
nuanças. Embora todas essas sopas (sim, não deixa de ser uma sopa) sigam
basicamente o mesmo princípio. Desde a criação, com os antigos pescadores marseillais, que, após as pescarias,
selecionavam os pescados para venda e, com as sobras, faziam um ensopado bem
caseiro, misturando tudo e juntando algumas ervas e especiarias da região.
O prato clássico tem peixes,
moluscos e crustáceos com tempos distintos de cozimento, um molho de amarelo a amarronzado
chamado rouille (uma espécie de maionese, que leva batatas, gema, azeite e
açafrão em pó) e um caldo rico em temperos e especiarias.
Clássico de Frenkel
E é uma dessas versões
clássicas que o chef Flávio Frenkel está anunciando para os próximos dias. Tamanho
foi o sucesso de seu Cassoulet entregue em casa de semanas atrás (leia
aqui
), que partir para a Bouillabaisse foi apenas um caminho natural – ele que,
na formação, tem forte influência da cozinha francesa de raiz.
O Cassoulet esgotou e até
alguns pedidos afetivos, de familiares e pessoas próximas, foram deixados de
lado para poder atender a toda demanda.
A ideia da Bouillabaisse, que
será entregue no dia 27/06, no outro fim de semana ainda, é seguir o mesmo
viés, também com total fidelidade ao que o chef captou pela Provença e seus
sabores próprios. O que Flávio Frenkel pretende fazer na casa dos interessados
é também a sopa (o ensopado), a rouille e os pães, para formar o conjunto
oficial. Sua composição leva camarão, lula, polvo, peixes (a serem definidos no
momento da execução do prato, conforme a oferta de mercado), marisco, berbigão
e vieira.
A porção individual custa R$
90 e o pedido mínimo é de duas porções, com taxa de entrega de R$ 10 para a
região de Curitiba.
Os pedidos podem e devem ser
feitos até o próximo dia 24/06, pelo telefone (41) 98770-5151, para que a
entrega, entre 10h e 12h do sábado, dia 27, possa ser realizada sem
sobressaltos.
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