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Tacos Barbacoa (tortilhas caseiras de milho, barbacoa – carne de cozimento lento e com muitas especiarias -, cebola roxa curtida no limão, rabanete e três salsas: verde, roja e nova guacasalsa). Um dos saborosos pratos do cardápio raiz do restaurante Antojitos mexicanos.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

Antojitos, restaurante que traz a autêntica comida mexicana a Curitiba

21/06/2022 17:08
Há boas casas mexicanas em
Curitiba. Já falei até de algumas delas aqui.
Mas não havia, a rigor,
nenhuma raiz, genuinamente mexicana, para se sentir numa mesa lá em qualquer
lugar do México. Não havia, pois agora há. E com o sabor da comida de rua
daquelas bandas.
Quem me contou foi o Reinaldo
Bessa, dizendo ter ouvido falar de um local assim, lá no Seminário. Fui atrás,
claro. Não sou de deixar nada no ar sem saber realmente do que se trata.
Um pouco antes da igreja de
Nossa Senhora Aparecida, quase na ponte do Rio Barigui, achei a casinha, o nome
é Antojitos Mexicanos. É uma porta
só, predominando a cor amarela, nas paredes e na iluminação, com algumas poucas
mesas – para 20 pessoas, mais 10 na parte externa, quando o tempo colabora. Fui
recebido pelo João Carvalho Leão, um dos sócios da casa, que comanda o salão e
que logo tratou de ir explicando como começou tudo – há pouco mais de um mês,
diga-se.
João Carvalho Leão é o sócio que toma conta do salão do Antojitos.
João Carvalho Leão é o sócio que toma conta do salão do Antojitos.
Omar Gonzales, chef e sócio do Antojitos, trouxe do México a máquina especial para a moagem do milho até formar uma massa, o processo de nixtamalização. É a base da verdadeira comida mexicana.
Omar Gonzales, chef e sócio do Antojitos, trouxe do México a máquina especial para a moagem do milho até formar uma massa, o processo de nixtamalização. É a base da verdadeira comida mexicana.
Ele e o sócio dele, mexicano
de Puebla, Omar Gonzales, que é o cozinheiro, trabalharam por muito tempo em
outra casa mexicana na cidade. Mas tinham de se moldar ao padrão brasileiro da
comida mexicana, que é praticamente o que se tem por aí.
Decidiram, então, partir para
o próprio empreendimento. Mas, para fazer algo pra valer, como se estivessem
servindo tacos, tortillas, nachos e o que mais fosse, em qualquer rua de uma
cidade mexicana. Para tanto, Omar (que já rodou em cozinhas dos EUA e outros
países por um bom tempo) foi ao México e trouxe uma máquina especial para a
moagem do milho até formar uma massa - processo que por lá é conhecido como
nixtamalização, meio de cozimento e maceração do milho
maduro em solução alcalina de cal.
Aí está a grande diferença.
Ele faz a própria massa, enquanto os demais restaurantes compram pronta – se
algum outro fizer, desconheço, mas pode avisar aqui. O que resulta dali é muito
diferenciado, imprimindo sabor e textura em burritos, tacos e no que mais for
usar a massa. Fica crocante, como as demais, só que macia e maleável.
Exatamente como provei e comi com frequência quando estive no México (passei
algumas boas semanas por lá, cobrindo a Copa do Mundo de 1986).
Margarita, o brinde para começar.
Margarita, o brinde para começar.

Sabores de rua

E o que tem? Tudo o que se
serve na terra asteca, nas mesas montadas nas calçadas, mas também em pequenos
estabelecimentos, quase sempre familiares. É um afago, como se fosse a comida
da casa de cada um.
Quando fui conhecer, dei uma
espiada no cardápio e fiquei na dúvida. Queria provar o mais que fosse
possível. E daí o João Leão deu a solução: porções menores de cada prato, como
em menu degustação. Aprovado, fomos para a prática.
Para um primeiro brinde, drinques clássicos e, claro, Margarita. Eu pedi a tradicional (que também chamam de branca) e a Caroline Grimm, amiga querida e criadora de conteúdo digital no Instagram (que convidei pra ir junto) optou pela azul. Os sabores são os mesmos, o que diferencia é apenas a cor do licor curaçau que compõe o drinque com a tequila. Bom começo!
Como praticamente tudo de
petiscos mexicanos começa com guacamole, veio de pronto o Guacamole tradicional com totopos (também conhecidos como doritos),
a R$ 25. A seguir, uma cerveja Corona (no México eu alternava com Tecate e Sol)
com o quarto de limão na ponta da garrafa, assim como se serve por lá.
Molotitos poblanos.
Molotitos poblanos.
Nachos Los Antojitos.
Nachos Los Antojitos.
O próximo prato foi de Molotitos poblanos (que são uma espécie de pastéis fritos, recheados com frango e acompanhados de queijo fresco e alface americana - R$ 35, 4 unidades). Para condimentar, salsa, roja (vermelha) e verde. Em seguida, Nachos Los Antojitos (tortilla chips caseira com chilli com carne, tomate, cebola roxa, coentro e muçarela – R$ 55).
Daí, na sequência, dois tacos.
O primeiro deles foram os Tacos ao Pastor (tortilhas caseiras de milho, copa
lombo marinado, abacaxi e cebolas assadas e três salsas: limão, cebola e
coentro – R$ 46) e logo vieram também os Tacos Barbacoa (tortilhas caseiras de
milho, barbacoa – carne de cozimento lento e com muitas especiarias -, cebola
roxa curtida no limão, rabanete e três salsas: verde, roja e nova guacasalsa –
R$ 46). Cativantes, ambos os pratos.
No embalo do afago ao paladar,
chegaram as Tostatas de tinga
(tortilla caseira crocante, de milho, frango temperado com pimenta chipotle,
frijoles – feijões - refritos, queijo e repolho – R$ 40, quatro unidades). Esse
prato tem origem no estado de Puebla, de onde veio Omar Gonzales.
Então, Quesadillas de pollo (tortilla caseira de milho recheada com frango
ou carne, acompanhada de guacamole, salsa borracha, queijo ralado e cebola em
fatias – R$ 48). A tal salsa borracha também pode ser chamada de salsa rústica,
com tomate, cebola e pimenta, puxadas na panela até quase queimar. Para
terminar, porque meu tempo estava apertado.
Fiquei sem o desfecho, mas a
Carol falou tão bem que não tive como retornar só para o complemento. Segundo
ela, as Flautas de pollo (R$ 48, 5
unidades) tinham sido o show da noite. São tortillas caseiras de formato
arredondado (daí o nome flauta), recheadas com frango, queijo fresco, repolho e
creme azedo, acompanhado das salsas roja e verde – como em quase todos os pratos.
Realmente muito saborosas e diferentes do que normalmente havia provado por
aqui.
Flautas de pollo, diferentes e deliciosas.
Flautas de pollo, diferentes e deliciosas.
Tacos língua - a língua bovina macia, com temperos adequados e provocantes.
Tacos língua - a língua bovina macia, com temperos adequados e provocantes.
Era para ter terminado ali, só
que vi no cardápio algo que me chamou a atenção e provocou salivação: Tacos lengua (R$ 46). Como adoro língua
e demais miúdos, era a pedida que faltava. São tortilhas caseiras de milho
envolvendo língua cozida com temperos tradicionais, cebola, limão, coentro e
salsa de chile arbo. Delícia, inesquecível!
São três as opções de
sobremesa: Churros cobertos com chocolate
ou doce de leite
(R$ 35), Flan
caseiro com calda e gomos de laranja
(R$ 32) e 3 Leches (bolo tipo pão de ló umedecido com três leites: leite
condensado, leite em pó e creme de leite – R$ 25). Fiquei com o Flan, delicado,
a combinar a cremosidade do pequeno pudim com o toque cítrico da calda e dos
gomos.
Passei momentos muito
agradáveis, pelo carinho e pelos sabores, em boa parte diferentes do que se tem
por aí e únicos.
O João Leão é uma simpatia e
deixa o cliente à vontade, como se estivesse na casa de um velho conhecido. E
Omar Gonzales cozinha muito.
Vale muito a visita. É de retornar sempre.
Ariba Mexico!!!
O Antojitos funciona de terça
a domingo, das 17h às 23h.
O pequeno restaurante Antojitos Mexicanos fica no Seminário e abre de terça a domingo.
O pequeno restaurante Antojitos Mexicanos fica no Seminário e abre de terça a domingo.

Antojitos Mexicanos

Avenida Nossa Senhora
Aparecida, 1220 – Seminário
Fone: (41) 99135-1212
Delivery iFood
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