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Degustação de um ótimo Cabernet Franc produzido pela Família Bebber, na Bello Wines, em Santa Felicidade.

Anacreon de Téos

Panela do Anacreon

A qualidade do vinho nacional atrai cada vez mais o consumidor brasileiro

18/03/2022 14:10
Já não é de hoje que os vinhos
nacionais vêm conquistando espaço entre os apreciadores e consumidores. Verdade
que a expressiva alta do dólar nos últimos anos deu um empurrãozinho na
demanda, especialmente abrindo espaço para os médios e pequenos produtores, que
se espalham por vários recantos do país.
Evidentemente o reduto maior é
o Rio Grande do Sul, reforçando na Serra Gaúcha e seus arredores, mas também
ganhando territórios na Campanha e outros cantos. E a consequência natural é
uma acentuada melhoria de qualidade nos vinhos que estão sendo produzidos.
O espumante laranja da vinícola Era dos Ventos, servido no restaurante Nomade. Arrebatador.
O espumante laranja da vinícola Era dos Ventos, servido no restaurante Nomade. Arrebatador.
Tenho tido ótimas experiências
em degustações de rótulos nacionais. No ano passado, ao publicar
sobre o chef Luan Honorato
, consolidado como titular da cozinha do Nomade,
fiquei encantado com o espumante laranja que o sommelier Wellington Gonçalves
me apresentou: Era dos Ventos, feito todo com a uva Peverella, uma das primeiras
introduzidas pelos italianos no Brasil, mas que andou esquecida por um bom
tempo. A vinícola também tem o mesmo nome, Era dos Ventos, fica em Caminhos de
Pedra, uma estrada histórica situada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
A 26 quilômetros dali está a
cidade de Farroupilha, onde, no 3º Distrito, se estabeleceu a Cave Antiga, por obra do enólogo João
Carlos Taffarel (sim, primo distante do goleiro campeão mundial). Fundada em
1998, é uma vinícola familiar que também aposta na preservação de castas não
tão corriqueiros como os que normalmente se encontram por aí. Tive a
oportunidade de conhecer Taffarel e alguns de seus vinhos em degustação
promovida pelo bar de vinhos Balbino & Martins e
gostei muito do resultado. Inclusive também explorando uvas pouco conhecidas,
como a Schönburger, de origem alemã, cuja plantação da família é a única na
América do Sul.
Vinhos da vinícola gaúcha Cave Antiga, servidos (e disponíveis para venda) em degustação no Bar de vinhos Balbino & Martins.
Vinhos da vinícola gaúcha Cave Antiga, servidos (e disponíveis para venda) em degustação no Bar de vinhos Balbino & Martins.
Pelo menos seis rótulos dos
vinhos da Cave Antiga estão disponíveis para venda em Balbino & Martins,
com preços bem interessantes, variando entre R$ 69 e R$ 119 a garrafa.
Uma loja voltada para o vinho nacional
Inaugurada no fim do ano
passado, em Santa Felicidade, a Bello Wines tem como foco principal a produção
dos vinhos brasileiros. Com um minucioso trabalho de curadoria e garimpo, os
proprietários estão constantemente atualizando a seleção dos vinhos nacionais,
que hoje somam mais de 105 opções – com rótulos diferenciados, de pequena
produção, com variedades e métodos de produção pouco tradicionais na cultura
vinícola do país, que mostram toda a excelência e potencial da nossa produção.
A loja também tem bons rótulos
de vinhos de outros países e, além dos vinhos, a adega gourmet tem cervejas
artesanais, cachaças, destilados, antepastos, azeites, massas e especiarias. E ainda
acessórios os mais variados.
A Bello Wines tem um espaço exclusivamente dedicado à oferta de vinhos brasileiros (ao fundo).
A Bello Wines tem um espaço exclusivamente dedicado à oferta de vinhos brasileiros (ao fundo).
A adega gourmet ainda oferece
espaço para degustações dos produtos, que os clientes podem consumir no local,
vivenciando uma experiência completa. Numa dessas degustações dirigidas eu
estive presente e pude provar, na ocasião, alguns vinhos bem interessantes da
vinícola Família Bebber, de
Flores da Cunha, na Serra Gaúcha – onde também há outras vinícolas, grandes e
pequenas.
Os vinhos apresentados foram um Sauvignon Blanc, um rosé delicioso, feito com as uvas Marselan e
Malbec, e os tintos Família Bebber Reserva Touriga Nacional e Família Bebber Cabernet
Franc, este um dos pontos altos da degustação. A faixa de preço é convidativa,
pois podem ser encontrados a valores entre R$ 95 a R$ 115.
E a Bello
Wines ainda indica outra atraente experiência: são o Tannat e o Merlot da Vinícola Gheller, de
Guaporé/RS. Ótimo custo benefício, na faixa dos R$ 80. E ainda podem surgir
outras interessantes sugestões, pois eles estão em permanente busca de novas
vinícolas, na Bahia, em Minas Gerais e, é claro, aqui neste nosso Sul.
Amitié lança vinho com uvas de safra
histórica
Amitié Chardonnay Oak Barrel 2020, um super vinho de produção limitada, que será lançado na semana que vem.
Amitié Chardonnay Oak Barrel 2020, um super vinho de produção limitada, que será lançado na semana que vem.
Uma agradável
experiência que tive durante a reclusão da pandemia foi a degustação online de
alguns vinhos da Amitié, vinícola estabelecida na Serra Gaúcha. A Amitié ainda
é nova, foi fundada em 2018, pela enóloga Juciane Casagrande Doro e pela
sommelier Andreia Gentilini Milan. Escrevi, pouco tempo depois, quando a Adega
Boulevard começou a trazer para cá alguns vinhos da Amitié (confira
aqui
), na política de seu proprietário, Carlos Feliz, de investir mais nos
bons rótulos produzidos no país.
Pois a
Amitié está lançando um novo vinho. Um super vinho, melhor dizendo. A partir de
uvas daquela que é considerada a safra das safras no Brasil, a vinícola
elaborou seu novo vinho: o Amitié
Chardonnay Oak Barrel 2020
, que chega ao mercado em edição limitada a
apenas 6.500 garrafas.
O rótulo foi
produzido sob a supervisão das idealizadoras da marca, Andreia Gentilini Milan
e Juciane Casagrande, com uvas provenientes de Santana do Livramento, na
Campanha Gaúcha (RS).
De cor
límpida e brilhante, com tons de amarelo palha e reflexos dourados, o novo
branco barricado da Amitié é um vinho marcante, que traz notas amanteigadas
provenientes da passagem em barricas de carvalho francês de primeiro uso por 12
meses.
O lançamento estará à venda a
partir desta próxima segunda-feira (21), no próprio site da Amitié, a R$139,40
(pode clicar aqui), e já
chega premiado ao mercado: o rótulo acaba de conquistar uma Medalha de Ouro no Chardonnay du Monde, importante
concurso francês dedicado à uva. Destaque entre 546 amostras de 32 países, o
Amitié Chardonnay Oak Barrel conquistou uma das cobiçadas 56 medalhas de ouro
atribuídas pela prova.
Certeza que vou provar, por
tudo o que já sei de qualidade desta vinícola gaúcha.
Os paranaenses
Claro que não me esqueci das
vinícolas do Paraná, a maioria delas estabelecidas na Região Metropolitana de
Curitiba. Já escrevi várias vezes sobre todas elas, que agora também estão
sendo alvos destas lojas e casas que citei aqui. E, certamente, voltarei a
dedicar espaço a esses nossos vizinhos tão expressivos.
Mas, de uma maneira geral,
fica a dica, então. Pode mergulhar fundo nos vinhos e espumantes nacionais, que
ganham cada vez mais espaço à mesa do brasileiro.
Um brinde, então, a tudo isso que nos cerca!
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