A gastronomia do Bar do Alemão vai muito além dos chopes, vinas e fritas

Quando se fala no restaurante
Schwarzwald – que é mais conhecido como Bar do Alemão -, o que vem à cabeça?
Muito chope, alguns com submarino de steinhaeger, salsichas, batata frita e,
claro a Carne de Onça, uma das poucas
de fórmula legítima da cidade.

O Bar do Alemão é sempre uma
grande festa, por pessoas animadas a brindar canecos e canecos em momentos
divertidos a não acabar mais.

Mas também marca muito pela gastronomia, com a cozinha criativa da chef e proprietária Selma Prado, que, meticulosamente, concebe e controla todos os pratos que chegam aos seus clientes. E que oferece muito mais do que os campeões de consumo. Eisbein, por exemplo. Marreco, como pouco se encontra por aí. E um prato composto de várias atrações, o Colorido, que acompanho e consumo desde os anos 80, quando comecei a frequentar a casa (que era, então, reduto de muitos jornalistas de minha geração).

Entre os vários itens que eram
servidos naquele prato redondo do Colorido, tinha um que me amarrava: o Herring
(ou Hering, tanto faz). E que, na ocasião, também era servido no restaurante
situado à frente o Hummel-Hummel, fundado pela alemã Ingeborg Marie Leonie Rust
Tigges, a Inge, que ali servia todas as tradições de seu país e que tinha,
entre os principais frequentadores, o então prefeito Jaime Lerner, que se
dividia entre ali e o Schwarzwald em suas incursões pelo Largo da Ordem.

Hering é como os alemães
denominam o arenque. O saboroso arenque é um peixe de carne oleosa, rica em
proteínas, vitaminas e ácidos graxos ômega-3, que são benéficos para a saúde.
Eles podem crescer até 40 cm de comprimento, embora, em média sejam menores. Os
arenques inteiros podem ser escalfados, fritos ou grelhados, ou em conserva,
cozidos, marinados, salgados e defumados. Rollmops, por exemplo, são arenques
em conserva, filetados, que são enrolados em torno de pepino em conserva. Sim,
lá é pepino, por aqui é cebola em conserva.

E por aqui nem são arenques, são sardinhas, peixes que seguem basicamente a mesma composição e têm sabores parecidos. E que integram a composição do já referido Colorido (Bunte platte), que ainda tem carne de onça, vina (bockwurst), patê de linguiça Blumenau, ovos cozidos, saladas e chucrute, com fatias de broa.

Eu só não sabia que o peixe
também era servido separadamente, como prato completo, acompanhado de batatas
fritas, salada mista e fatias de broa. E o que é o prato? Pote de Hering (R$ 95, duas pessoas). O peixe, já limpo, sem cabeça
e espinhas, em filés, é marinado pelo menos por 24 horas em bastante vinagre e
condimentos (folha de louro, sal, pimenta e azeite), formando a conserva.
Depois disso, na montagem do prato, os pedaços de peixe são intercalados de
nata fresca e, na apresentação, ganham uma cobertura de finas fatias de maçã,
polvilhadas de páprica.

Claro que fui até lá assim que
soube disso. E o pote em porção para dois quase foi inteiro, do tanto que
gosto. Ah, descobri depois que também tem uma versão dentre as sugestões de
aperitivo: Hering com nata e broa (R$
45).

Mas é bom enfatizar,
novamente, a qualidade da gastronomia do Bar do Alemão. Aqui vai, neste link, o menu
completo das refeições ali servidas. Cada prato mais atraente que o outro, além
dos dois que já citei.

O Eisbein (R$ 110), por exemplo, que pode ser um prato até para três
pessoas, pois, além do belo pedaço de joelho de porco, ainda tem bockwurst,
chucrute, batatas e saladas. Tanto quanto o Kasseler
(R$ 95), que é a bisteca de porco, acompanhada de bratwurst (a vina
branca), chucrute e saladas.

Mas, pensando bem, não dá pra
abrir mão do Marreco recheado (R$
185), que vem com os clássicos purê de maçã, repolho roxo e ainda salada. É
puro sabor, tanto da carne tenra, resultado do longo tempo assando em
temperatura mais baixa, quando pelo recheio, com os miúdos e temperos
especiais. [~ç

Mas o cardápio oferece algumas
opções, digamos, mais convencionais, como mignon, peixe à milanesa ou pratos
apenas com a vinas (salsichas) e acompanhamentos. Todos os pratos têm o mesmo
preço: R$ 26,90.

E também, de uns tempos para
cá, conta com o menu executivo, com pratos individuais servidos de segunda à
sexta-feira (exceto feriados) das 11h às 15h. Ali estão Schnitzel   bovino (bife de
carne bovina empanado, servido com salada de batata), Mignon de porco com spätzle (filé de carne suína, acompanhada de
massa caseira à moda alemã), Gebratener
fisch und salat (seleção de folhas, ovo cozido, isca de peixe frito e
pepino agridoce), Bock e brat com salada
de batata (salsicha vermelha e salsicha branca com batata salteada na
manteiga), Mignon de porco grelhado
(opções de acompanhamento: legumes ou Spätzle) e Peito de frango grelhado, com as mesmas opções de acompanhamento.

E para quem é chegado em
sobremesas – e nesse caso, até pra quem não é, de tão boas que são -, as três
alternativas principais são recomendadas. A saber, Apfelstrudel (folhado de maçã) com nata (R$ 15), Torta Floresta Negra (torta de chocolate
– R$ 15) e, a minha favorita, Torta alemã
(R$ 12), obras primas da Selma Prado.

Aliás, a propósito da Torta
Floresta Negra, o nome em alemão é justamente Schwarzwaldtorte e, nos primeiros tempos do restaurante, na
dificuldade de falar o nome oficial, os clientes chamavam a casa de Floresta
Negra (a tradução de Schwarzwald), denominação que, com o tempo, foi
substituída pela de Bar do Alemão, que hoje é adotada até nas redes sociais
oficiais do estabelecimento.

Seja como for, para beber,
aperitivar, beliscar ou simplesmente se divertir, o Bar do Alemão continua
sendo único, bem naquele espírito aberto e descontraído que os alemães sabem
oferecer.

Então, Prost!!!

Schwarzwald (Bar do Alemão)

Rua Dr. Claudino Dos Santos, 63 (Largo da Ordem) - São
Francisco

fone: (41) 3223-2585

Instagram: @bardoalemaooficial

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